Grávida de um mafioso romance Capítulo 114

Um pouco desnorteada com o que acabou de acontecer vou para um lugar longe do barulho e espero que Luigi tenha um motivo plausível para me convencer de que ele ainda não gostava da loira aguada.

Me encosto em uma parede sentido tudo á minha volta girar, deve ser um dos sintomas da gravidez.

Bebê, essa não é hora de você dar o ar da graça!

Fecho meus olhos e respiro fundo, espero que essa m*****a tontura não me deixe enjoada. Coloco a mão na barriga, já tinha virado um vício meu, e espero até que a tontura acabe.

- Você está bem? - uma voz conhecida me pergunta e quando abro os olhos tenho o desgosto de enxergar o loiro do banheiro.

- Pareço bem? - não quero nem saber se ele vai se sentir ofendido com a minha grosseira, só de lembrar de momentos antes quando ele me beijou á força, me voltava a raiva de antes.

Tenho vontade de esganá-lo, tacar fogo nesse cabelo oxigenado e torturá-lo até a morte mas acho que o melhor castigo para ele seria Luigi quem o daria.

Do jeito que o meu italiano gato é ciumento, não sou nem capaz de imaginar o que aconteceria com o loiro do banheiro.

Por mais que ele merecesse um murro no meio do focinho, não seria bom um escândalo na festa beneficente do novo chefe da família Benacci. E também, ainda preciso desse traste para prosseguir com o plano, ele pode até não prestar mas que ele é um bom segurança, eu tinha que admitir que sim. Com as Ferraza á solta não posso confiar na minha sorte.

Ainda mais agora que a maluca da Raquel sabia da minha gravidez.

- Toma isso - ele ignora a minha aspereza e me oferece uma taça de vinho. Eu o vejo na minha frente mas não o consigo enxergar, ele tinha amnésia ou o quê?

Eu estou grávidíssima, alô?

- Acho melhor você sumir com essa taça antes que eu a jogue na sua cara - ele sorri e mantém o clima leve como se não tivesse me forçado á beijá-lo.

Esse pistoleiro de uma figa é um tremendo cínico. Ele deveria virar deputado ou prefeito, ele possui a mesma cara de cínico e enganador.

- Não é vinho e também não tem nenhum álcool nesse drink, pode confiar - não acredito que ele meteu essa, como se eu ainda tivesse alguma confiança nesse loiro de araque - eu nunca daria álcool para uma grávida, mas como ninguém nessa festa sabe que você está grávida, sugiro que finja que está tudo normal. Tenho certeza que Luigi tem um motivo para não anunciar a sua gravidez junto com o casamento.

- Você não sabe? - ele balança a cabeça negando, pelo visto meu italiano pegou todos de surpresa e espero que as surpresas dele acabem por aí - a megera não mandou você colocar veneno ou mandou? - digo me referendo à taça na sua mão.

- Não, não está envenenado. E para o seu governo eu não entrei em contato com Cassandra desde quando estávamos no Brasil - não acredito em nada que ele diz, tudo pode fazer parte de mais um plano conspiratório contra mim - se você não acredita - ele bebe um gole da taça para me provar que o drink não estava batizado - acredita agora?

Pego a taça e aguardo alguns segundos, se estava envenenado ou não eu teria a resposta logo. Fico olhando para o loiro do banheiro e nada lhe acontece, nem uma convulsão, nem espuma saindo pela boca ou até mesmo tosse com sangue. Dou um bom gole e sinto o líquido meio adocicado descer pela minha garganta.

Olho para a direção de Luigi, ele estava cercado de jornalistas e convidados, não sei se isso é uma estratégia dele para fugir de uma resposta mas se aquele italiano gostoso pensa que vai se livrar fazendo isso, ele estava muito enganado.

- Me desculpa novamente, eu não deveria ter feito aquilo e sei que pedir desculpas mais uma vez não vai apagar meu erro, porém quero que saiba que depois que isso tudo acabar eu vou para longe e assim espero que vocês sejam felizes - ele fala como se fosse uma promessa.

- E quando tudo isso vai acabar, Matteo? - será mesmo que toda essa bagunça na minha vida iria acabar assim que eu me cassasse com Luigi? Todos os problemas e obstáculos sumiriam como mágica?

A resposta é não, nunca vamos ter paz enquanto as Ferraza estiverem perto de nós e isso era o que Luigi tinha que entender.

***

A maior parte da festa eu passei longe de todos, sempre vigiando Luigi de longe e rezando para que ele não se lembrasse de mim, não sou capaz de fingir que está tudo bem na frente de todas aquelas câmeras.

Fico atenta quando uma mulher ruiva se aproxima dele, parecia querer dar o bote no meu italiano. Me seguro para não ir até lá e puxar ela pelos cabelos quando a mesma beija a bochecha do meu italiano e depois tenta tirar a marca do batom vermelho como se isso tudo não fizesse parte do seu teatrinho ridículo.

- Sabe que você pode ir lá e acabar com a festinha dela, não sabe? - o loiro do banheiro parecia um diabinho no meu ouvido cochichando e me atentando. Olho para ele e pergunto quem era a pessoa que Luigi menos gostava nessa festa - está vendo aquele cara de terno vinho? Ele se chama Rodrigo Lacorte, o maior comedor de casadas - olho para ele, o homem não era de se jogar fora - ele tem uma má fama, corre boatos que ele já dormiu com várias esposas de chefes da máfia italiana, ainda é um mistério ele estar vivo. Mas por que você está me perguntando isso?

- Você verá logo - desço as escadas e vou na direção do tal comedor de casadas, no caminho eu passo por alguns convidados e chamo a atenção de Luigi.

Meu italiano me olha um pouco preocupado e lhe dou um sorriso tranquilizador, assim que ele vê que estava tudo bem comigo, entre aspas porque eu estava puro ódio, ele vira novamente para a ruiva e continua conversando e rindo.

Que audácia!

Respiro fundo e olho para Matteo que estava no primeiro andar só vendo tudo acontecer. Era bom ter um espectador para eu mostrar o que aprendi com tantos anos assistindo novelas mexicanas na TV.

Sou noveleira de carteirinha e se tem uma coisa que as novelas mexicanas me ensinaram, foi como fazer ciúmes em um homem.

Ando com quem não quer nada e propositadamente esbarro no tal Rodrigo, o mesmo deixa cair um pouco de vinho da sua taça e xinga, mas quando ele se vira e me vê parada a sua postura muda. Até uma cega veria que esse cara não vale nada, porém ele era perfeito para o papel.

Seus olhos não desgrudam do meu decote ousado e aproveito a situação para elevar ainda mais a provocação.

- Me desculpe, eu estava tão distraída que acabei esbarrando em você, não acredito que acabei manchando o seu terno - pego um garganapo perto de uma mesa e sem nenhum aviso começo a limpar a parte manchada do seu terno.

Ele não parecia nem um pouco incomodado, pelo contrário, estava aproveitando da situação para ver meus seios de perto.

Ai que mala!

- Não precisa se desculpar e nem precisa fazer isso, pode deixar que as minhas empregadas amanhã se esforcem para tirá-la, não canse suas mãos com isso - ele segura minhas mãos me fazendo parar - você não é a noiva de Luigi Benacci? O que está fazendo aqui sozinha?

Alguém avisa á ele que isso é uma festa beneficente e não uma balada que ele pode dar em cima de quem ele quer?

É melhor eu me controlar, o plano é só usar essa traste para fazer ciúmes no meu italiano gato. Puxo minhas mãos para longe dele e faço uma cara de mocinha burra e indefesa de novela.

Vai ser um pouco difícil mas o resultado vai ser satisfatório.

Assim espero.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Grávida de um mafioso