Grávida de um mafioso romance Capítulo 128

- Isso só pode ser um milagre! - o Dr.William diz ao me ver entrando no seu consultório e luto contra a vontade de revirar os olhos.

Luigi entra primeiro e Giulia entra por último fechando a porta.

O médico me pede para sentar e começa a fazer as mesma perguntas frequentes de sempre, com mais um sermão de brinde no final.

Ele adorava me dar sermões de como eu deveria ir ao hospital para fazer os exames e quando finalmente venho, ele continua me dar sermões por causa da minha alimentação.

- Bom, não quero tomar mais do seu tempo, então vou apresentá-los a nova obstetra - ele diz e na mesma hora fico tensa, pensei que fosse ele que cuidaria por diante da minha gestação.

- Pensei que o senhor fosse o meu obstetra - digo assustada e ele me pede para ficar calma enquanto explica que a obstetrícia não era a sua área de atuação.

- Mas não se preocupe, tenho uma amiga muito confiável que vai acompanhar a sua gravidez apartir de hoje, já que você pretende vir ao hospital para fazer os exames a cada mês - Luigi se senta ao meu lado e tenta segurar minha mão porém eu a afasto.

Giulia vendo a minha inquietação, vem até mim e coloca as mãos nos meus ombros fazendo uma massagem leve para acalmar meus nervos. Funciona e o médico sai da sala para chamar a minha futura obstetra.

- Fica calma, Carol. Tenho certeza que ela é muito confiável e competente já que foi indicada pelo Dr.William - ela deveria ser mesmo a mais indicada porém não gosto do rumo que as coisas estão tomando. Entretanto sei que é o certo para o meu bebê.

- Se você não gostar dela, não tem problema, a gente procura outra - Luigi se vira na cadeira na minha direção e diz calmamente.

Olho por alguns segundos para ele, não parecia estar mentindo quando me garantiu isso.

Mas também não parecia estar mentindo quando disse que não me traiu quando eu vi com meus próprios olhos ele beijando aquela cenoura de feira.

A porta se abre e o Dr.William entra com uma mulher, alta e de cabelo cacheado, ela usava o jaleco branco e posso sem nenhuma dúvida dizer que branco era a sua cor. Realsava sua pele morena. Seus olhos vão de Giulia para Luigi e finalmente em mim.

- Acho que você deve ser a Carolina - ela diz sorrindo e passa cumprimentando todos na sala antes de parar na minha frente e continuar - a famosa Carolina, a grávida teimosa que tanto ouvir comentarem - ela diz num tom de brincadeira e todos na sala riem.

Nossa, piadista você! Não consigo parar de rir! Rá rá!

- Essa é a sua nova obstetra, Dra.Ellen. Uma das melhores médicas desse hospital! - ele exagera.

Já não gostei dela.

- Já que fomos devidamente apresentados, podemos prosseguir com a consulta na minha sala? - ela simpaticamente mostra o caminho para nós três até a sua sala.

Posso estar sendo paranoica mais posso perceber o olhar dela quando ela fala com Luigi, tenho certeza que gostaria de levar somente ele para o seu consultório.

Ai meu Deus, Carolina! Você não tem mais nada com esse crápula, então não tem porquê ficar com ciúmes. Ele agora é livre para ficar com quem quiser.

Assim como você é livre para ficar com quem quiser!

Me sento na cadeira e me preparo para ouvir mais um sermão sobre o quão importante era o pré-natal. Ela praticamente dá uma palestra dentro da sala, Luigi fica concentrado e ouve tudo atentamente enquanto Giulia mexia no celular para se distrair.

***

A consulta parece demorar horas, meu bumbum já estava dormente de ficar sentada naquela cadeira ouvindo a sua palestrinha e fazendo exames e mais exames, que me fazem amargamente arrepender de não ter vindo antes ao hospital.

- Pronta pra saber o sexo do bebê? - assim que ela diz aquelas palavras, meu corpo se anima imediatamente. Giulia prepara a câmera para filmar tudo enquanto eu me deito na cama de hospital apropriada para o ultrassom.

A Dra.Ellen aplica um gel gelado abaixo do meu umbigo que me faz xingar baixinho, ela sorri me confortando e passando a máquina na região.

Olho para a tela da máquina não entendendo quase nada. Giulia se aproxima para filmar mais de perto e dá um empurrãozinho em Luigi.

E deixa também bem explícito que era importante o pai estar presente sempre durante a gestação, ela disse que era importante para desenvolver laços afetivos com ambos os pais e o bebê.

- Desde o útero, a criança já escuta e discrimina a voz dos pais devido à diferença de tonalidade. Por isso é muito importante que o pai esteja presente durante a gravidez, porque o vínculo vem desde o útero - posso ver pelo canto do olho, Luigi ficar atento e me lançar alguns olhares de vez enquanto para ver se eu estava ouvindo.

Quando todos se preparam para sair do consultório, a Dra.Ellen me chama e pede para eu ficar uns minutos à mais.

Tenho quase certeza que ela iria reforçar sobre eu não poder afastar Luigi durante a gestação e quando me sento novamente na cadeira e Luigi e Giulia saem da sala, confirmo que era sobre isso mesmo.

- Carolina, não sei o que aconteceu entre vocês mas é visível que não parecem ter uma relação boa entre casal. E isso pode influenciar de forma negativa no bebê - assim que ela diz que aquilo poderia interferir na minha gestação eu paro e fico atenta ao que ela tinha a dizer.

Não quero colocar meu bebê em risco, já fiz bastante besteira nessa vida.

- A ciência demonstrou que durante a gravidez, seu bebê sente as mesmas coisas que você e com a mesma intensidade. Se você chora de tristeza, seu bebê vai experimentar na própria pele esse estado emocional. Ele vai sentir como se essa tristeza e essa angústia fossem dele e isso é muito preocupante - ela me adverte.

- Eu não sabia disso, mas eu não posso simplesmente esquecer o que ele me fez e fingir que nada aconteceu - digo ainda guardando um grande rancor daquele italiano.

Eu poderia aceitar tudo, menos um chifre!

- Não estou pedindo que você o perdoe e esqueça do que-seja-lá o que ele te fez, estou apenas advertindo que os sentimentos ruins que você guarda de Luigi podem acarretar a coisas negativas, não só para o bebê mas também para você - suas palavras me fazem refletir.

- Não precisa perdoar ele ou conviver como se nada tivesse acontecido, apenas mantenham uma relação boa para que isso não afete você e nem o bebê. Muitas grávidas tendem a ficarem com depressão na gravidez por causa de não receberem o devido cuidado e não saberem como suportar as mudanças da gravidez sozinha, que por sinal são muitas porém o apoio familiar é essencial para a grávida.

- Eu vou tentar, pelo meu bebê - digo sinceramente e ela sorri.

Apenas por ele. Ou ela.