Grávida de um mafioso romance Capítulo 129

- Tudo certo? - Luigi me pergunta assim quando eu saio da sala da Dra.Ellen com os exames na mão.

- Sim - respondo e penso no que ela tinha me dito minutos antes sobre ter uma boa convivência com Luigi e o manter perto durante a gravidez sem fingir que nada aconteceu.

Você não precisa perdoá-lo, apenas tenha uma boa convivência...

- Aconteceu alguma coisa? - ele pergunta preocupado e como hábito coloca a mão na minha cintura. Pela primeira vez não repilo ao sentir seu toque - ela disse alguma coisa?...

- Não - forço um sorriso e toco no seu braço - onde a Giulia está? - ele tenta fingir que ainda não está preocupado e diz que a minha ex-cunhada foi conversar com o Dr.William sobre alguma coisa que ela resolveu não dizer a ele, porém garantiu não ser nada grave - eu vou ao banheiro.

- Eu vou também- ele diz e eu não consigo segurar a risada que me escapa.

- Você não pode entrar no banheiro feminino, Luigi - digo e ele me dá um sorriso tímido.

- Mas não seria a primeira vez, se lembra naquele restaurante? - como eu poderia esquecer a história do rato asqueroso e a cara de espanto da mulher que saiu correndo achando que tinha um roedor gigante no banheiro do restaurante?

Bons tempos...

- Pode segurar pra mim? - entrego a pasta com os exames que fiz hoje para ele segurar e vou na direção do banheiro feminino.

Entro no banheiro completamente branco e faço minhas necessidades. Fazia um tempo que eu precisava ir ao banheiro mas com aquela bateria de exames, seria impossível sair daquela sala antes de terminar tudo.

Vou até a pia e lavo minhas mãos, aproveito para pegar um pouco de água e passar no meu rosto, os enjoos mesmo sendo pouco frequentes agora, ainda insistiam em surgir em momento inoportunos.

Quando levanto meu rosto, vejo através do reflexo do espelho a imagem da loira aguada atrás de mim. Meu coração acelera pelo susto e levo rapidamente minhas mãos até a barriga.

Filha da mãe, quer me matar de susto?!

- Fazendo exames de rotina, Carolina? - meu nome é emitido com uma pontinha de raiva quando sai da sua boca.

O que ela estava fazendo aqui? Ela não teria coragem de fazer alguma coisa comigo no banheiro do hospital, teria? Num local tão movimentado?

Ela não parecia maluca como a irmã.

Porém quando eu olho em volta, o local estava deserto e Luigi não estava por perto. Ninguém estava, o que me fez ficar preocupada.

Por que infernos hospitais particulares sempre parecem cenários de filme de terror? Sempre tão vazios!

- Sim, coisas de grávida - tento manter o tom normal da minha voz para não demonstrar o medo. Entretanto o meu plano não parece funcionar muito bem.

- Não precisa ficar com medo de mim, eu não sou sua inimiga, Carolina. Se você prestar atenção, irá perceber que o seu inimigo vive bem do lado do seu noivo - ela estava falando do Matteo?

- Aonde você quer chegar? Quem você está acusando? - a afronto quebrando todas as regras do que uma grávida não deve fazer quando estar com uma possível maluca sozinha no banheiro vazio.

- Só estou avisando para tomar cuidado com o Sr.Giovanni Benacci, ele costuma eliminar os herdeiros que as suas noras geram - ela diz friamente com um ressentimento pesando nas suas palavras.

O que ela estava querendo me dizer ao certo? Para eu não confiar no pai de Luigi? O que ela sabia?

Suas palavras me fazem sentir um calafrio percorrer a minha espinha e ela sai do banheiro me deixando sozinha e cheia de perguntas sem respostas.

Ela sabia de alguma coisa, mas do quê? E por que o pai de Luigi é perigoso para mim? Preciso investigar mais á fundo a relação que ela tinha com o pai de Luigi.

***

Depois de um banho demorado, resolvo comer reclusa no quarto, meus pés estavam me matando. Hoje cedo não estavam tão inchados como ficaram agora de noite e seria um esforço desnecessário descer as escadas para comer na sala de jantar.

Fico refletindo nas palavras da doutora e penso na alegria da minha mãe quando mandei o vídeo que a Giulia tinha me enviado depois do jantar. Ela estava tão feliz quando viu o ultrassom e até me disse para não me preocupar com o sexo do bebê, contanto que ele venha com saúde já estava perfeito.

Essas pequenas coisas me davam forças para suportar tudo, me mostravam que eu não estava sozinha e que podia contar com as pessoas ao meu redor. Porém nem todas eu deveria confiar segundo Bárbara Ferraza, eu não podia confiar no Sr.Giovanni, pai de Luigi por razões que ela não fez nem questão de dizer.

Eu deveria esquecer essa história já que ela não me deu motivos louváveis para eu desconfiar do pai de Luigi porém a minha consciência dizia para eu não abaixar a guarda e investigar.

E eu até já tinha em mente, uma pessoa que poderia me ajudar a descobrir alguma coisa.

Uma batida na porta me tira dos pensamentos sobre meus planos para descobri o secreto da Ferraza e digo para a pessoa entrar. A cabeça de Luigi aparece na brecha da porta e ele entra assim que eu digo que ele podia entrar.

Luigi vem até onde estou deitada na cama e se senta na beira me perguntando se eu estava bem e se precisava de algo. Depois do que a Dra.Ellen disse para Luigi, eu teria que aguentar ele vinte e quatro horas por dia em cima de mim perguntando se eu estava bem ou se precisava de algo.

Aí meu pai do céu!

- Não obrigada, só estou com os pés inchados mas vão desinchar quando eu descansar essa noite - digo e ele como se fosse algum tipo de mágico retira de dentro do bolso da calça uma embalagem pequena de pomada.

- Eu imaginei que eles estariam inchados, então comprei essa pomada para desinchar mais rápido - ele diz com quem não quer nada.

Eu sei que não deveria mas as palavras da doutora ainda estavam na minha cabeça, não era necessário eu perdoá-lo para ter uma boa convivência e que de mal poderia acontecer se eu aceitasse a massagem nos meus pés inchados que Luigi se ofereceu em fazer?