Grávida de um mafioso romance Capítulo 137

- Luigi! - Carol estava no meio da sala gritando e olhando para todos os lados. Atordoada, como se estivesse procurando por algo.

Mas acho que a pergunta deveria ser por quem?

- Carolina? - Luigi invade a sala, inspecionando cada canto que os olhos de Carolina haviam passado. Procurando por alguma ameaça que a deixasse nesse estado desesperado.

Eu estava logo atrás, procurando por algo perigoso também. Não acredito que as Ferrazas tentariam um ataque tão cedo, e ainda por cima, na casa de Luigi.

Como elas conseguiram passar pela segurança e pelo alarme?

Pego a arma guardada cuidadosamente no bolso interno do meu terno e me preparo para qualquer que fosse o truque da vez.

- Carolina, o que aconteceu? - Luigi se aproxima de Carol preocupado, mas então seus olhos baixaram para a roupa que ela vestia. Meus olhos também se prendem no vestido de tricô em cores em tons pastéis, a peça parecia se adaptar muito bem á barriga redonda de cinco meses, um sobretudo marfim cobria seus ombros e suas costas - aonde você...

Antes que ele conseguisse questionar para onde ela pretendia ir vestida daquela forma, Carol olha para trás na minha direção...não, ela olha através de mim, para o canto mais baixo e um sorriso forma em seus lábios.

- Luigi! - ela diz alto e um som peculiar e inofensivo preenche a sala, patas muito pequenas batiam contra o piso e me viro guardando de volta a arma no bolso, o pequeno filhote de labrador de apenas um mês estava correndo na direção de Carolina, passando por debaixo das pernas de Luigi e parando nos saltos da dona. Parecia ter se acostumado muito rápido com ela.

Acho que a pergunta seria: quem não se acostumaria com Carolina?

- Luigi, aonde você estava? Fiquei preocupada - ela se agacha com muita dificuldade e eleva o filhote com ambas as mãos, falando com o mesmo como se fosse uma criança pequena.

Não acredito que ela colocou o nome do cachorro de Luigi!

Prendo meus lábios entre os dentes para conter o riso, fico imaginando a cara do Sr.Giovanni se ouvisse a Carolina chamando um cachorro pelo nome do seu filho.

Ele na certa mandaria dar um fim no pobre do cãozinho.

Olho para Luigi que estava parado com a cena na sua frente, sua expressão ia de alívio para raiva. Ele tinha ficado tão tenso quando ouviu os gritos escandalosos de Carolina que parecia temer que algo ruim acontecesse. Era como se ele sentisse que algo estava por vir.

Eu também tinha essa sensação, como se estivéssemos sentindo a ansiedade de um prelúdio do mal que condenava Luigi. Mas então o alívio havia o tomado quando percebeu que ela estava intacta e segura, apesar dos berros no meio da sala.

Mas como se tudo voltasse ao normal, a raiva pairava sobre se olhos verdes ao olhar o cachorrinho, que Carol batizou com o nome dele.

Se Luigi juntar as peças vai perceber que ela só fez isso para irritá-lo, porque se mordeu de ciúmes de ver a nova assistente dele em sua casa, a mesma mulher que ela havia visto aos beijos com seu noivo no dia da oficialização do compromisso dos dois. Era compreensível ela estar com raiva e querer de alguma forma o atingir.

- Quando foi que você comprou esse cachorro, Carolina? - ele pergunta cruzando os braços e tentando não demonstrar irritação, mas sua atuação era muito ruim, o que fez Carolina perceber e o atingir ainda mais forte onde o irritava.

Colocando sal na ferida...Carolina gostava de provocar e bater de frente para iniciar uma nova briga. Nunca vi uma grávida tão briguenta...

- Luigi? - ela se refere ao filhote e mostra o rostinho do filhote para o meu amigo. Não consigo segurar uma risada que me escapa assistindo aquela cena hilária. Luigi me lança um olhar severo e me apresso em abafar o riso com a mão - comprei hoje á caminho do bar.

Luigi me olha esperando uma explicação por eu não ter mencionado que Carolina tinha parado para comprar o cãozinho no meu relatório oral. Ele havia me chamado no seu escritório e antes de me mostrar a pulseira "básica" que ele comprou para Carolina, eu havia contado tudo o que aconteceu, por quais trajetos andamos, se tinha alguma movimentação estranha ou suspeita e até mesmo quantas pessoas estiveram perto da Carolina nessa tarde.

Quem estivesse vendo de fora poderia confundir ele com um psicopata obsessivo e ciumento, porém quem estava por dentro e sabendo de absolutamente todos os perigos que Carolina estava correndo ao pôr os pés na rua com as irmãs Ferraza estando na mesma cidade. No caso, apenas Luigi e eu, deveria ter certos cuidados.

E não achei que seria grande coisa avisar sobre uma parada repentina num pet shop para comprar um filhote de labrador que estava na vitrine. Não tinha risco algum naquilo mas receio que não deveria ter ocultado essa parte para Luigi. Se algo acontecesse á Carolina pela minha neglicencia ao não dizer uma parada que fizemos, eu jamais me perdoaria.

Não posso falhar com ela.

- Não brigue com Matteo, fui eu quem mandou ele parar no pet shop - Carolina diz chamando de volta a atenção de Luigi para ela e o cachorrinho nos seus braços - quando vi essa coisinha linda, não resisti. Logo me lembrei de você - seus olhos se prenderam nos dele e a cada passo que ela dava na sua direção mais o meu coração pulsava forte - ambos são cachorros, claro, você é um vira-lata enquanto essa belezinha aqui tem pedigree - ela faz uma voz fofa conversando com o filhote, que balançava o rabinho sem saber o que a dona acabava de dizer.

Outra risada me escapa e Luigi volta a me olhar furioso com a mandíbula cerrada, me forço à pigarrear algumas vezes para disfarçar o riso e conter a vontade de gargalhar.

Nunca em toda a minha vida tinha visto uma mulher humilhar nesse grau um chefe da máfia italiana, principalmente um chefe da máfia Benacci. O Sr.Benacci ficaria chocado com essa cena.

- Hahaha - Luigi força uma risada sem graça e continua - posso saber onde você pensa que vai vestida assim? Não me lembro da Giulia dizendo pelo telefone que vocês iriam sair juntas hoje á noite.

- É porque na verdade não vamos. Eu vou jantar com outra pessoa - Carol diz como se mencionasse o quão frio está fazendo nessa noite - e antes que você faça um escândalo, Matteo vai comigo como meu segurança.

Estava demorando para me envolverem no meio da briga...

- Você vai jantar com quem? - Luigi estreita os olhos para ela e uma pessoa passa pela minha cabeça.

Ela deveria está falando do tal amigo antigo que ela acabou encontrando quando quase desmaiou e caiu sentada no seu colo...ainda bem que não disse nada disso para Luigi, ele ficaria estérico e preocupado com Carol desmaiando por aí.

- Não te interessa com quem eu vou jantar hoje á noite, não sou obrigada a te dar satisfação nenhuma - e ela estava certa, eles nem sequer estavam em um relacionamento e acabaram pulando todas as etapas para anunciar um casamento, que ninguém sabia se iria acontecer de verdade.

O que alimentava um pouco a esperança dentro de mim.

- Se iluda mesmo achando que eu vou deixar você sair com uma pessoa desconhecida por aí - claro que ele não poderia deixá-la ir sozinha, Carolina tem um alvo enorme nas costas e assim que virem que ela está desprotegida, vão tentar de tudo para matá-la.

Mas custava ele dizer dos perigos invés de apenas soar autoritário?

- Que eu vou deixar? - ela repete as palavras de Luigi com desdém - eu não preciso da sua permissão! - Carolina grita e anda com o filhote nos braços até a porta - e lembre-se que só estou carregando seu filho, eu não tenho nenhum vínculo que me una à você, senão esse - ela alisa a barriga por cima do tecido e se virando para mim - vamos, Matteo.

Quando estou prestes a dar um passo na direção dela, a voz estridente de Luigi me para no mesmo instante - não se mexa, Matteo.

Carolina se vira para ele com uma súbita raiva que a faz lançar um olhar fulminante em sua direção. Fico no meio da briga dos dois literalmente.

Eu sabia que isso uma hora ou outra iria acontecer!

- Matteo, eu disse para irmos - ela diz entre dentes olhando e desafiando Luigi.

- Matteo, não ouse sair por aquela porta - Luigi diz em tom de ameaça.

- Matteo, vamos logo! Se mexa! - Carolina grita e me atrevo à dar alguns passos antes da voz de Luigi me interromper.

- Matteo, eu sou o seu chefe aqui! - ele diz num tom que ecoa pela sala fazendo um eco.

- Ele é meu segurança e vem comigo! - ela b**e o pé igualmente como uma criança birrenta.

- Ele não vai á nenhum lugar se você não me dizer com quem vai jantar! - Luigi diz bravo. Como um pai de uma adolescente brigando para saber que tipo de companhia sua filha andava.

Carolina para por um momento e fecha os olhos, supirando profundamente por alguns segundos antes de voltar a abrir os olhos e ir até onde Luigi se encontrava.

- Tudo bem, pode segurar para mim? - ela oferece o cachorrinho e ele segura - vá se ferrar! Vamos Matteo! - antes que Luigi diga qualquer coisa que me impeça, Carolina já estava lá fora esperando dentro do carro estacionado na frente da porta.

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