Grávida de um mafioso romance Capítulo 136

- Você acha que Carol vai gostar, Matteo? - pergunto mostrando a caixa de veludo preto que continha dentro uma pulseira de ouro branco e esmeraldas - pensei em comprar algo básico, não quis arriscar comprar um colar e brincos de uma só vez, isso talvez a deixasse pensando que estou tentando comprá-la.

- E não está? - meu amigo diz olhando para a pulseira e erguendo uma sobrancelha ao voltar a me olhar, sua cara estampava a pergunta: não acha que está forçando demais dando um presente tão caro como esse?

- Não - digo com convicção, tenho noção do quanto Carolina ama acessórios e notei que ela não tinha usado tantas joias ultimamente, claramente deve ser por conta dos seu corpo está mudando e os anéis e o colares não estão se adequando muito bem as mudanças.

As roupas que ela tinha comprado antes também não estavam dando mais no seu corpo, por isso ela saiu com a Giulia para comprar roupas novas. Pedi para Matteo que as acompanhasse e fizesse a segurança das duas, ele reclamou desde que o chamei para o meu escritório depois de chegar com Carol em casa, ele me dizia para eu falar com a minha irmã e dizer para ela que ele não era motorista particular dela.

Eu podia compreender a raiva dele, Matteo era uma dos melhores assassinos de aluguel, um mercenário implacável que foi contratado para fazer a segurança da minha noiva e não estava aqui para ser motorista da Giulia.

Mas ele precisava entender que precisava seguir as ordens da Carol e em consequência da Giulia, já que me pediu para não dizer nada sobre o seu passado para Carol. Ele me disse que isso talvez a deixasse desconfortável e que talvez ela não aceitasse que ele fizesse a sua segurança.

Acabei concordando então ele teria que concordar também e cumprir sua parte no trato. Com a Raquel e agora, a Bárbara em Roma, tenho quase certeza que a Raquel vai tentar alguma coisa para me separar da Carolina e tentar me juntar com a sua irmã novamente. O seu plano estava bem claro e ela nem fazia questão de esconder.

- E o que significa isso? - ele cruza os braços e se encosta na cadeira na frente da minha mesa.

- É apenas uma oferta de paz - digo e ele estreita os olhos para mim, segundos depois deixo um sorriso escapar quando seus olhos continuam focados em mim - tudo bem, ela não tem usado as joias que comprou então eu comprei essa pulseira como presente - ele balança a cabeça em negação - o quê? É errado eu querer mimar a minha noiva?

- Não, não é, mas você já pensou na reação dela? - ele pergunta me fazendo pensar seriamente. Carolina era uma caixinha de surpresas, não dava para prever qual reação ela teria, ela poderia me xingar e jogar a pulseira na minha cara ou poderia apenas sorrir e aceitar o presente como uma oferta de paz.

Independente disso vou pagar para ver.

- Da Carol, não dá para esperar nada mas vou tentar, ela está parecendo mais tranquila ultimamente, o quinto mês de gestação faz milagres! - esse era um ótimo momento para eu me aproximar mais dela e do bebê - depois da consulta com a Dra.Ellen, ela parece estar mais flexível comigo e minha irmã me disse que talvez o comportamento da Carol tenha mudado por causa do que a obstetra conversou com ela.

Desde de ontem ela não tem me evitado ou se afastado de mim, percebi quando a toquei depois que ela saiu do consultório da médica. Ela até falou, pouco mas pelo menos falou comigo e até mesmo sorriu. Me senti um pouco aliviado depois daquela consulta, o bebê estava bem e Carolina também.

Eu posso não ter cuidado muito bem da Bárbara quando ela estava grávida e essa culpa vou levar para toda a vida, entretanto com Carolina seria diferente. Vou tratá-la com todo o cuidado do mundo, não vou obrigá-la a nada e muito menos arrastá-la assim como arrastei a Bárbara para a minha vida e toda aquela desgraça que aconteceu.

Se ela perdeu o bebê, a culpa era minha e somente minha, fui egoísta e inconsequente, estava tão bravo com o meu pai e com toda a família por não terem me apoiado que acabei não pensando no lado da Bárbara. Quando estávamos morando juntos naquela época, se não fosse pela ajuda da Lúcia, a Bárbara teria passado por muito mais sufoco.

Me lembro bem daquele tempo, Bárbara estava com cinco meses assim como a Carolina está hoje em dia. Eu não tinha dinheiro suficiente para fazer os exames necessários e meu pai tinha me cortado do plano de saúde da família. Mas eu não ligava muito para os exames que as grávidas precisavam fazer naquela época, eu estava mais preocupado com a aceitação de todos, queria fazer todos engolirem a nossa união de qualquer forma. Mas a que custo?

Toda vez que olho para a Carolina me lembro da Bárbara e do quanto fui egoísta e incompetente ao cuidar dela e do bebê. Inspiro fundo lembrando do momento em que encontrei a Bárbara no hospital, não consigui olhar nos seus olhos por conta da culpa que carrego no coração. Ela também deveria carregar o arrependimento de ficar ao meu lado naquela guerra e por isso não fez muitas perguntas, acho que ela sabia que eu fui levar a Carol para fazer os exames.

Talvez no fundo ela sabia que aquilo que aconteceu foi culpa minha, mas ela se negava em dizer e mesmo quando nos encontramos ela não dava sinais de que tinha me culpado, mas eu sabia disso, eu poderia ver em seus olhos. E aquilo me atormentou durante toda a noite, não consegui dormir direito, virava e revirava na cama em busca de paz, uma paz que eu nunca jamais alcançaria nessa vida.

Seria necessário mais vidas para que eu pagasse pelos meus pecados.

Enquanto me revirava na cama, ouvir passos desastrosos vindo em direção à porta do meu quarto, fechei os olhos e fingi que dormia. Carolina havia entrado no meu quarto e estava me observando, por um momento esqueci de toda a dor que meu passado me tormentava naquela noite. Quando eu tinha Carolina por perto, eu tinha algo para me preocupar, algo para cuidar e proteger, algo que me faz esquecer do passado e talvez pensar num futuro. Mesmo que eu não merecesse.

Quando a surpreendi e a prendi contra a porta, senti aquele desejo desenfreado e paixão ardendo por todo o meu corpo assim como antes quando estávamos vivendo bem, quando ela tinha confiança em mim. Uma pontada de alegria me alfinetou quando Carolina não se afastou do meu toque e esperou por mais. Aquele sentimento martelando no meu coração me encheu de esperanças para reconquistá-la, para tentar e não desistir do que a gente tinha, e que algum dia pensei que não tínhamos mais.

- Como vai a sua fanfic com a Mariana? - ele me olha estranho e faz uma careta quando solto aquelas palvras depois de longos segundos em silêncio - desculpa, acho que estou pegando a mania da Carolina.

- Não existe nenhuma fanfic entre nós - ele diz num tom seco e insensível, não parecia o Matteo de antes que me contou da mulher que o desprezou e o quanto ela o deixava fora dos eixos.

- O que aconteceu? Pensei que as coisas entre vocês estavam bem - bom, não era como se o Matteo se abrisse e falasse sobre as suas intimidades comigo, ele era muito fechado e quase nunca mencionava a Mari.

- Luigi, eu sou um homem das mulheres, não me prendo a ninguém, sou de todas - ele sorri assumindo o tom cafajeste de sempre e abrindo os braços exagerando, balanço a cabeca em negação à sua postura.

E pensar que um dia eu já fui assim...me dava até vergonha.

- Luigi! - um grito alto me faz ficar em alerta e Matteo também - Luigi! Luigi! Cadê você?! - era a voz da Carolina e pela altura da sua voz ela parecia desesperada.

Meu corpo fica tenso e memórias do passado me fazem voltar no dia do roubo na casa da nonna. A Bárbara gritava por mim da mesma forma antes do pior acontecer com todos nós.

Não, isso não pode acontecer outra vez!

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