Grávida de um mafioso romance Capítulo 159

- Eu disse que já vou indo! Caramba, vocês não podem esperar uma grávida se vestir, não?! - grito enquanto Roberto batia sem parar na porta do quarto e minha mãe reclamava comigo pela demora.

Assim que coloco um colar com um pingente de coração de brilhantes e uma pulseira fina e delicada de ouro branco no pulso do braço direito, vou até o espelho verifar se não faltava nada e as batidas na porta param.

Finalmente cansaram!

Hoje era o dia da exposição de Giulia, dois dias haviam se passado e o dia tão esperado e decisivo chegou. O dia em que eu fugiria com Marco, o dia em que eu abandonaria Luigi, o dia em que eu tomaria a minha decisão final.

E eu estava suando por cantos inimagináveis dentro do vestido azul bebê, o comprimento dele terminava abaixo dos meus joelhos e minha clavícula ficava á amostra no decote ombro á ombro, deixando bem aparente o colar valioso.

Olho fixadamente para o meu reflexo no espelho, nem a maquiagem tão pesada poderia esconder o meu nervosismo e ansiedade para o final dessa noite. Respiro fundo duas vezes e alcanço a caixa de joias em cima da cômoda, pegando dentro de uma caixinha de veludo vermelho o anel de noivado que Luigi me deu quando me pediu em casamento.

Engulo em seco lembrando daquele momento no jardim, em meio á luzes que ele desajeitadamente pendurou pelas árvores e arbustos do lugar para dar um ar romântico. A decoração não estava perfeita aos olhos da maioria das mulheres, porém para mim, apenas de saber que foi ele quem tinha tido o trabalho de fazer tudo aquilo sozinho e não um dos seus empregados, a forma como ele dou seu tempo para deixar o mais perfeito possível, me fez amar aquele momento mais que tudo.

Me lembro dos beijos, das mãos possessivas passeando pelo meu corpo e principalmente lembro do meu pedido ousado. Rio sozinha e abro a caixinha, colocando o anel no centro da minha mão como se fosse uma escolha a ser tomada. O anel não dava mais no meu dedo porque minhas mãos ficaram inchadas conforme as mudanças notáveis da gravidez no meu corpo.

A última vez que usei aquele anel foi naquela festa que eu preferia esquecer que existiu. Eu deveria ter jogado esse anel na cara dele quando o vi se atracando com aquela ruiva dissimulada, mas não, não consegui então somente o joguei no chão do quarto e ficou durante dias no mesmo local até Matteo se compadecer e o guardar dentro da caixa de joias.

E agora ele estava na minha mão, parecendo uma maldição em forma impecável e tentadora de anel de brilhantes. Parece que tudo começou a dar errado quando eu coloquei ele no meu dedo, apartir daquele instante parece que fui amaldiçoada. Marcada. Sentenciada. Ou foi, simplesmente, a minha reação com Luigi que ganhou um prazo de validade, não sei ao certo porém tenho certeza que tudo começou à ir ladeira á baixo depois que aceitei ser noiva daquele italiano.

Respiro fundo novamente e enfio o anel no meu dedo anelar direito, seria a última vez que o sentiria naquele dedo. E para o meu alívio entrou facilmente, as vezes minhas mãos oscilavam entre ficar inchadas ou normais quando queriam. Esse corpo todo não parecia ter mais o meu controle, até mesmo minhas costas e lombar começavam a doer por causa do peso da barriga. O bebê estava mudando tudo, tudo menos a minha decisão.

Estava tão nervosa que até o incômodo dos saltos altos eram imperceptíveis conforme avançava até a entrada da mansão e para o meu desespero, o loiro do banheiro estava na porta me esperando.

Que droga, quando foi que ele chegou?!

Olho rapidamente para a sala de estar e para o corredor que levava até a sala de jantar e nenhum sinal de Luigi ou da minha mãe, até mesmo o traste do encostado do namorado dela havia sumido.

- Eles já foram - o loiro do banheiro diz como se tivesse lido meus pensamentos enquanto eu avançava na sua direção - você demorou demais e o outro segurança levou eles no carro. Luigi foi primeiro que todos, ele precisava chegar cedo para apoiar a irmã, já que ela estava estérica e quase batendo em todos que a mandassem se acalmar - a imagem de Giulia estressada gritando com os empregados e mudando as obras de lugar na galeria, passa pela minha cabeça e quase deixo um risinho escapar.

- Você não estava viajando? - pergunto sem nenhuma emoção e ele brinca perguntando se eu tinha sentido falta dele, faço uma careta e respondo - claro que não, traidores não fazem falta. Só pensei que você me daria a graça de não dar as caras tão cedo assim, mas como sempre você me surpreende com sua cara-de-pau.

- Carol, antes de tudo isso, eu tentei avisar a Luigi que seria uma péssima ideia trazer sua mãe para a mansão enquanto vocês continuavam brigados. Eu disse que esse plano não funcionaria mas ele não me ouviu e como sou só mais um empregado nessa casa, a minha função é obedecer ordens - ele diz e eu reviro os olhos. Bem possível que isso tivesse vindo de Luigi, tão teimoso como ele é seria impossível fazê-lo mudar de ideia.

- Porém isso não o livra da culpa, você poderia ter me contado, achei que tivéssemos desenvolvido uma amizade durante aqueles dias em que fiquei enclausurada dentro daquele quarto deprimida - ele olhava para mim sem dizer nada, porque sabia que estava errado - eu passei a confiar em você, pensei que fosse meu amigo mas pelo visto eu estava enganada... - ele tenta se defender porém o corto antes mesmo de dizer uma palavra - vamos, já estou atrasada - avanço para fora da mansão e ele abre a porta do carro para que eu entrasse.

***

Minutos depois, o trajeto parecia interminável, cada rua e avenida por onde passávamos pareciam mais semelhantes para mim, como se eu já tivesse vindo nesse lugar. Afasto esse pensamento e foco na vista iluminada de Roma durante à noite, era tão romântica e linda através da janela do carro que me faz ficar frustrada quando entramos em um estacionamento interno.

O loiro do banheiro estaciona o carro, saindo primeiro para abrir a porta do veículo para mim. Assim que estou fora, vejo muitos carros luxuosos e um elevador no final do estacionamento. Andamos até lá e Matteo aperta em um dos botões para o andar, que acho que seja o da galeria.

Porém, assim que as portas se abrem e revelam o corredor cheio de portas, me lembro imediatamente daquele corredor, era o mesmo corredor do hotel em que Luigi me levou na minha primeira semana na Itália.

- O que estamos fazendo aqui, Matteo? - me viro para ele perguntando no mesmo segundo. Não creio que a galeria fique num desses quartos de hotel caro, alguma coisa estava acontecendo aqui e eu gostaria de saber imediatamente - responde!

- Vou responder tudo o que você me perguntar, mas só se entrar naquele quarto - ele diz me puxando para sair do elevador e finco meus pés no chão do elevador - Carolina, eu sei que está parecendo uma loucura tudo isso e que pode estar passando várias coisas suspeitas na sua cabeça nesse momento porém você precisa confiar em mim e entrar naquele quarto. Eu vou responder tudo, apenas entre naquele quarto - seu tom quase ameaçador me faz dar dois passos para fora do elevador. As portas se fecham e o elevador desce para o térreo.

Tomara que não tenha feito a escolha errada.

- Tudo bem, eu entro mas você terá que explicar tudo, entendeu? - ele balança a cabeça afirmando. Hesito um pouco ao seguir seus passos até uma das portas do corredor, ele enfia a mão dentro do bolso e retira uma chave prateada - o que tem aí dentro? - pergunto e ele faz um gesto, erguendo o dedo indicador na frente da boca e pedindo para me manter em silêncio. Então ele se concentra em não fazer nenhum barulho enquanto girava a chave na fechadura.

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