Grávida de um mafioso romance Capítulo 158

- Onde está o loiro do banheiro? - pergunto ignorando o olhar faminto de Luigi ao me observar passando o hidratante no corpo.

Fui obrigada a suportar ele no mesmo quarto durante uma semana, desde que a minha mãe chegou á mansão fui obrigada á posar de noiva feliz e realizada em ter um homem como italiano mentiroso que se disfarça de bom moço, ao meu lado.

Sinceramente, ele foi muito esperto em dizer que os bebês tendem á se mexer na barriga da mãe durante a noite, principalmente após o jantar. Foi um ótimo pretexto para acabar com o único argumento que eu tinha para defender o motivo de eu estar dormindo sozinha no quarto e não junto com Luigi.

Tudo culpa daquele encostado do Roberto! Se ele não estivesse zanzando por aí durante a madrugada, não teria visto eu expulsando Luigi do quarto e não teria fofocado isso para a minha mãe.

Agora, eu tinha que suportá-lo e seu olhar nenhum pouco discreto no meu corpinho. Pelo menos, não dormimos na mesma cama, Luigi dorme no pequeno sofá no canto da suíte enquanto eu tenho a cama somente para mim. Era justo, pelo beijos que ele fazia questão de me roubar enquanto estávamos na frente da minha mãe e da sua mão boba enquanto passávamos pela cidade mostrando os pontos turísticos para ela e seu namorado encostado que somente fazia beber vinho!

- Está com saudade dele? - Luigi debocha enquanto retira os sapatos e desabotoa a camisa, ficando seminu na minha frente. Mesmo depois de tanto dias com ele fazendo a mesma coisa, era difícil para mim me concentrar com aquele tanquinho definido estampado na minha frente sem que eu possa passar a mão, ou a língua, ou... concentração Carolina! Não baixe sua guarda! Isso é tudo o que ele quer, o que aconteceu no escritório naquele dia não irá se repetir novamente. Não irá!

- Eu? Com saudade do seu cúmplice? Nem um pouco, por mim ele pode sumir da face da terra - digo ainda com raiva do loiro do banheiro, depois daquele dia em que o vi entrando logo após a minha mãe e Roberto dentro da mansão, eu soube o quão falso ele havia sido comigo. Dizendo que era meu amigo, uma ova! Ele era um traidor e para a minha sorte a minha mãe não perguntou novamente sobre aquela loucura que passou na cabeça dela, do loiro do banheiro ser meu amante, isso só poderia ser loucura mesmo! - e pode te levar junto na mala que não ia fazer falta - completo e ele ri.

- Você diz isso, mas assim que eu passasse pela porta e fosse embora, você sentiria falta e ficaria triste - solto uma gargalhada pegando mais hidratante e passando na barriga - pode rir e negar o quanto quiser, porque no fundo você sabe que não conseguiria mais viver longe de mim... - ele vem até mim, chegando por trás e entrelaçando os dedos nos meus dedos melados de hidratante e massageando a minha barriga - assim como eu não conseguiria viver longe de você e nem do nosso bebê que está na sua barriga.

Minha mente me manda odiar o seu toque, me manda afastá-lo para longe porém meu coração acelera como louco toda vez que ele toca na minha barriga, toda vez que ele menciona, canta e conta histórias para o nosso bebê. Toda vez que ele está por perto, toda vez que ele é cauteloso e cuidadoso com os exames e exercícios que a minha médica exigiu na última consulta que fui, toda vez que ele é mandão e briguento pela quantidade de bolo de chocolate que consumo na semana e toda vez que ele é verdadeiro ao me beijar na frente de todos.

Isso é sufocante! Me sinto sufocada e não pelas demonstrações de que ele me ama e adora esse bebê na minha barriga, mas sim pela escolha que fiz ao mandar uma mensagem aceitando a proposta do Marco em fugir com ele. Talvez essa não fosse a decisão mais inteligente, fugir nunca vai ser porém preciso de um tempo sozinha para pensar na minha vida e com Luigi como um diabinho no meu ouvido não seria possível. Eu apenas ficaria longe tempo suficiente para tomar uma decisão definitiva e voltaria. Eu voltaria, entretanto tenho um aperto no peito que me dizia que se eu fosse embora nunca mais voltaria. Mas isso seria apenas sentimentos confusos de uma grávida.

Tudo estava certo, o plano já estava preparado e seria logo após a exposição da minha ex-cunhada. Marco me mandaria um sinal por mensagem e eu daria um jeito de sair de dentro da galeria, ele estaria me aguardando no carro na porta da galeria e assim fugiríamos. E sem o loiro do banheiro por perto, tudo seria muito mais fácil.

- Não vá, nunca vá embora, Carolina - Luigi resmunga com o rosto enfiado no meu cabelo e meu coração palpita forte, era como se ele soubesse o que eu estava planejando fazer daqui á dois dias - eu não suportaria se você me abandonasse como todo mundo já me abandonou um dia, eu não suportaria perder você - de repente ele muda de posição, se ajoelhando na minha frente e pondo as mãos na minha barriga descoberta.

Seus olhos estavam marejados, com lágrimas ameaçando cair e finalmente caindo e rolando sobre as bochechas e barba rala, as íris verdes suplicantes ao me implorar para não deixá-lo, como um filhotinho indefeso que foi abandonado após uma mudança. Não resisti e toquei seu cabelo com ambas as mãos, sentindo os fios ondulados se eroscarem nos meus dedos e movimentando minhas mãos até suas bochechas e com os dedões enchugando suas lágrimas. Isso não deveria doer tanto. Em nenhum dos dois.

- Ti amo mia Carolina - ele sussurra e meu coração se parte em pequenos fragmentos quando ele aproxima o rosto da minha barriga sussurrando palavras em italiano, que acabo entendo por causa das aulas de italiano que ando tendo faz alguns dias - ti voglio bene figlio mio - então ele beija a minha barriga e como a resposta mais que perfeita um tremor na minha barriga o corresponde.

O bebê mexeu!

- Ele mexeu! Você viu? - um sorriso enorme ilumina a expressão vazia que Luigi tinha no rosto e me contagia, ambos rindo como dois bobos enquanto mantemos as mãos grudadas na minha barriga sentindo toda aquela emoção nos invadir e nos emocionar - ele está mexendo outra vez! - ele sorri anestesiado pela alegria - temos que chamar sua mãe e o...

- Não - digo rapidamente, tudo o que eu menos queria era acordar a minha mãe á essas horas depois de tanto dias para ela se acostumar com o fuso-horário e também não queria estragar o momento feliz com a presença indesejável do encostado do Roberto - esse momento é apenas nosso - ponho minha mão por cima da sua, que ainda permanecia na minha barriga e digo olhando nos seus olhos - o nosso bebê reconheceu a voz do papà dele.

Luigi parece que vai explodir de felicidade, seu sorriso se alargando ainda mais e mais lágrimas caem dos seus olhos quando ele de levanta e encosta a testa na minha, dizendo que esse era o dia mais feliz da vida dele. Não fui capaz de dizer o contrário, porque me sentia da mesma forma. Sentir uma vida, um bebê, o nosso bebê se mexendo na minha barriga era uma experiência indescritível que não podia ser dita por meras palavras. Me inclino para frente, segurando o rosto de Luigi e sentindo a barba rala dele fazer cócegas nas palmas das minhas mãos, e antes que eu desse por mim já o estava beijando.

Um beijo lento e cheio de sentimentos, carregado de felicidade e comoção, rostos molhados por lágrimas que se uniram quando inclinavamos as cabeças para aprofundar o beijo doce. Eu mantinha minhas mãos no seu peitoral desnudo, sentindo seus batimentos cardíacos acelerados ao mesmo tempo que suas mãos seguravam a minha barriga, como um sinal presente de proteção. Talvez eu me arrependesse desse beijo que roubei de Luigi, mas vou deixar para discutir com meu coração amanhã, hoje eu me permitiria ser feliz e aproveitar o máximo desse momento.

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