Grávida de um mafioso romance Capítulo 163

- Que bom que você veio também - quebro o silêncio depois de tudo o que ela me contou que aconteceu no meio tempo em que ficamos separadas. Mari apesar de tudo, tinha vindo á Itália para me salvar daquele maluco psicopata e agora estávamos em outro quarto do hotel, conversando ou pelo menos tentando manter uma conversa normal á sós.

Eu precisava desse tempo, desse momento para dizer tudo o que queria. Eu queria me desculpar por ter sido uma amiga ruim e tão egoísta, queria dizer que conseguia entender o seu lado, a sua raiva e sua revolta. Queria abraçar ela e fofocar sobre os últimos acontecimentos na empresa, queria dizer a ela o quão horrível foi ficar longe dela, o quanto senti sua falta e o quanto eu preciso dela. Porém tudo isso pareceu ficar entalado na minha garganta e ter se transformado em um nó, a única coisa que sentia vontade de fazer era chorar e abraçar ela.

- Me desculpa... - dou alguns passos para frente a abraçando novamente, afundando meu rosto no seu pescoço e chorando - me desculpa por ter sido uma péssima amiga...me desculpa por não ter tido empatia com você...e...eu queria te dizer que...não sei mais viver sem você, Mari - digo entre soluços.

- Ai, Carol, deixa de ser tão chorona e emocionada...vai me fazer chorar também - ela diz com voz embargada e quando termino o abraço, noto que seus olhos estavam lacrimejando - era eu que deveria está pedindo desculpas, eu te abandonei no momento em que você mais precisava, eu deveria ter ficado ao seu lado e não surtado daquela forma...

- Você não precisa se desculpar coisissíma nenhuma - seguro suas mãos, sorrindo de felicidade - o importante é que você está aqui agora, você sempre aparece quando estou em perigo ou precisando de ajuda. Você é tipo minha super heroína - ela dá risada das bobeiras que falo e em seguidas sorrimos como se nada tivesse acontecido.

Era tão bom sentir essa sensação, como se nenhuma briga ou discussão pudesse interferir na maneira energética que fofocávamos ou na intensidade das risadas que compartilhamos no quarto vazio do hotel. Considero Mari como uma irmã e acho que isso conta para explicar o quão á vontade me sinto perto dela. Mesmo depois de meses sem nos falar, mesmo estando em países diferentes, acho que isso nunca mudou. E espero que nunca mude.

***

Perdemos a noção do tempo enquanto fofocamos sobre a minha nova equipe na Montero, Carolina torcia o nariz quando eu tocava no nome de Allana, mas eu não podia falar da minha promoção sem mencionar uma das pessoas que mais me ajudou á me integrar na equipe. Allana não seria como uma substituta para Carolina, como essa doida pensava.

Para mim, ninguém, absolutamente ninguém pode ocupar o lugar de Carolina. Ninguém seria tão maluca das ideias, brincalhona e as vezes lerda demais para ocupar seu cargo no meu coração e nem na minha vida. A considero uma irmã mais nova e inconsequente, que as vezes era necessário puxar sua orelha ou encobrir alguma merda que fez. Mas eu sempre acabava sendo sua cúmplice, porque nunca a poderia abandonar, ela era mais que uma amiga. Era minha irmã.

Quando duas batidas impacientes na porta ecoou pelo quarto ja sabíamos que seria, Matteo. Ele havia voltado duas vezes, contando com essa, para dizer que nosso tempo para fofoca tinha se esgotado e que Carol precisava ir para a galeria antes que a Giulia tenha um ataque ou Luigi mande a máfia toda procurar por ela, de cabo á rabo por toda á Itália.

- Eu não vou á lugar nenhum - repito mais uma vez quando ela me pergunta se eu ficaria em Roma para conversarmos mais. A minha intenção quando viajei com Matteo, foi impedir que Carol cometesse a loucura de fugir com aquele psicopata, entretanto, não era como se assim que o plano desse certo eu voltaria imediatamente para o Brasil.

Com a cobertura de Allana na empresa junto com a equipe que não diria nada sobre meu paradeiro para a megera da Cassandra, eu teria a proeza de ter alguns dias de descanso.

A tensão de descobrir que Carol estava em perigo me fez esgotar qualquer força que tinha direcionado para o trabalho. Eu precisava de um descanso e como desculpa, eu poderia inventar que estava atrás do depoimento de primeira mão do Marco Almeida.

Eu já havia mandado mais da metade dos materiais de investigação que Matteo meu deu para a equipe iniciar seu trabalho, agora com provas concretas. Eu teria sem dúvidas, alguns dias de descanso mais que merecido e aproveitaria o tempo perdido com minha amiga barra irmã.

Estava tudo certo na minha cabeça quando Carolina saiu do quarto com Matteo, que a levaria até a galeria e voltaria para me pegar depois.

Segundos depois, Roberta apareceu na porta do quarto em que eu tinha me escondido com Sabrina para concluir a última parte do plano de Matteo. E logo depois Sabrina entra com uma garrafa de água na mão. Depois de toda aquela discussão, Carol e eu vinhemos para esse quarto conversar e Roberta tinha levado Sabrina para tomar um ar enquanto Matteo telefonava para alguns contatos, acho que da interpol.

Não sei como é que ele tem contato com uma agência de espiões e policiais, porém agradeço. Ter Marco bem longe e preso seria um alívio para todos.

- Ele foi levar a Carolina até a galeria e disse que voltaria em alguns minutos - respondo para Roberta assim que ela me pergunta sobre Matteo. Se sentando na beira da cama e me encarando, fico um pouco desconcertada com o olhar da colega de trabalho de Matteo mas não me deixo intimidar e a encaro também.

Roberta era uma mulher muito linda e sagaz e sedutora, tanto que enganou muito bem aquele criminoso para ele confessar todo o seu plano. Um pensamento ridículo de ciúme passa pela minha cabeça: será que ela e...

- Eu não transei com Matteo, se é isso que você quer saber - ela diz imediatamente como se tivesse acabado de ler minha mente, fico surpresa e acabo gaguejando no argumento perdendo completamente a linha de raciocínio. Mesmo que eles tivessem transado, eu não tinha nada a ver com essa história. Não era como se mudasse algo entre Matteo e eu.

A verdade era que não mudaria nunca, e isso estava me deixando cansada e frustrada.

- Você deveria dar menos na cara - Sabrina comenta, andando da porta até a poltrona perto da cama e se acomodando - até um cego perceberia que vocês se gostam e se importam um com o outro.

- E também dá para perceber a tensão sexual cada vez que vocês se encaram. Por que não transam logo de uma vez? - Roberta escancara o assunto como se alguma de nós três tivesse intimidade suficiente para tocar num assunto com aquele.

- Sim, eles deveriam transar logo, está começando a ficar insuportável ficar no mesmo lugar que os dois. Os olhares, a forma como conversam cuidadosamente como se com medo de dizer algo em duplo sentido... - Sabrina começa a dizer e debochar da maneira que Matteo me tratava quando fomos buscar ela naquele cortiço e quando repassavamos o plano durante o voo no jatinho particular de Luigi.

- Já transamos, ok?! - digo alto demais quando as duas continuavam enchendo minha cabeça de ideia sobre como chegar nele e como ser uma mulher de atitude - mas ele não gosta de mim como eu gosto dele e me acho uma idiota por estar gostando dele, mesmo ele tendo dito que nada entre nós era recíproco e que não passaria de uma noite - me sento na beira da cama, do lado oposto em que Roberta estava sentada e deixo meu corpo afundar no colchão macio.

- Você não é uma idiota, ele é que é. Jamais repita que uma mulher é idiota por gostar de um homem, sempre diga que o cara é que é um babaca, sacou? - Sabrina me corrije e eu deixo escapar uma risada da sua tentativa de me dizer para não me sentir mal.

- E quem disse que ele não gosta de você? - Roberta começa dizendo - se te conforta saber, nunca vi Matteo tratar tão bem uma mulher depois de transar com ela. Isso é um milagre, minha cara - ela me dá uma piscadela - ele gosta de você, só não percebeu ainda - suas últimas palavras me fazem criar uma pequena esperança.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Grávida de um mafioso