Grávida de um mafioso romance Capítulo 174

- Você quer um motivo? - um som de tiro ecoa pela sala roubando a atenção de todos no cômodo, me viro e encontro Holga parada na sala de jantar com um revólver apontado para Raquel - eu te dou um: Lúcia, se lembra da mulher que você assassinou?

- Quem é essa garota? - Raquel debocha e aponta a arma para Holga. A garota não se intimida e segue se aproximando, com a arma mirando na loira azeda.

- Holga, por favor, não se meta nessa confusão, você é jovem demais... - Luigi tenta proteger a garota porém ela rapidamente o responde.

- E eu era jovem demais quando vi a minha mãe ser assassinada por essa vagabunda - Holga se volta para Raquel - se lembra quando matou uma pessoa inocente? Você não me viu porque eu estava escondida mas eu vi a sua cara, vi quando você atirou na minha mãe.

- Ah, então quer dizer que aquela empregada tinha uma filha? - ela ri e Holga se enfurece quando ouve Raquel falando mal da sua mãe e avança passos rápidos na direção da loira azeda - escuta aqui garota, vou te poupar se você esquecer de tudo e não atrapalhar meu plano, caso senão terá o mesmo destino que a sua pobre mãezinha. Acho bom parar aí mesmo!

- Você deve ter cuidado ao falar sobre a minha mãe, eu posso atirar em você e não estou nem aí se for presa depois disso - Holga a provoca - você merece tudo de ruim, matou dois seres inocentes: minha mãe e o filho da própria irmã. Eu tenho nojo de você!

Holga e Raquel atiram ao mesmo tempo, nenhuma é atingida porém Holga solta sua arma e entra em uma luta corporal com a loira azeda. Braços esticados para o alto com mãos segurando desajustadamente o revólver, podendo atirar acidentalmente e atingir qualquer um naquela sala, inclusive á mim que estava inclinada no chão por causa da dor no pé da barriga.

Enquanto as duas brigavam pelo domínio do revólver, Luigi e Matteo lutavam para se soltar das garras dos homens mascarados e conseguindo segundos depois, os dois iniciavam uma luta com golpes semelhantes, como se estivessem ensaiado.

Notando que os dois conseguiram se soltar, Raquel dá ordens aos seus capangas para matar os dois. Meu coração palpita e a dor na minha barriga se intensifica ao ponto de nublar minha visão.

Me sinto tonta com tantas coisas acontecendo ao meu redor, me sinto impotente de não poder me arrastar pelo chão até achar uma arma e ajudá-los. Eu tentava reprimir o máximo dos gritos para não atrapalhar ninguém, porém a dor chega num nível que imagino que estou entrando em trabalho de parto.

Me desespero ainda mais quando ouço dois disparos ecoar pela sala, olho para cima assistindo Matteo cair no chão baleado com dois tiros no peito. Luigi estava do outro lado da sala, se erguendo do chão após levar uma facada no estômago, sua camisa branca que tinha vestido no evento estava manchada de sangue e a mancha dobrava de tamanho. Vejo nitidamente quando o capanga de Raquel pega um pano dentro do bolso e coloca no rosto do meu italiano.

Mas assim que isso acontece, outro tiro irrompe a sala de estar em puro caus. Meu foco vai direto na briga de Raquel e Holga, as duas por um segundo estavam aninhadas e em outro segundo Holga caía baleada no chão. Grito assistindo a cena de Raquel dando mais dois tiros no corpo caído de Holga e a chutando duas vezes até que seu corpo esteja perto do meu.

Tento ignorar a dor lancinante que me fazia quase perder a consciência e me arrasto para ficar do lado de Holga, me sentando no chão e colocando sua cabeça no meu colo.

Era tão jovem para ter tanto ódio guardado, era tão jovem para viver coisas pesadas com presenciar a morte da própria mãe e principalmente era tão jovem para morrer.

Meu coração parece que vai ser partir em centelhas quando ela começa a chorar como a criança que ainda é.

- Eu conseguir vingar minha mãe, Srta. Carolina? Eu dei orgulho á ela? - Holga indagava entre soluços e as lágrimas caiam pelas laterais do seu rosto e encontravam o meu roupão manchado de sangue.

- Ela está orgulhosa sim, você conseguiu - minto e Holga sorri ainda derramando mais lágrimas - você vingou a sua mãe e agora pode descansar em paz - observo sua expressão vívida e alegre por pensar ter conseguido atingir seu objetivo se transformar em uma expressão fria e estática, sem vida.

Meus olhos se enchem de lágrimas que caem copiosamente pelo meu rosto e molham o rosto da jovem sem vida no meu colo. Ergo meu olhar para praguejar ou xingar, ou fazer qualquer outra coisa que libertasse esse sentimento ruim dentro de mim, entretanto acabo encontrando a cena do corpo de Luigi sendo levado por um dos capangas da loira azeda.

- Luigi! LUIGI! LUIGI! - eu gritava desesperada vendo o meu italiano gato sendo levado desacordado por um homem mascarado. Apesar do corpo sangrando e a roupa toda manchada de sangue, eu sabia que ele ainda estava vivo, eu podia sentir isso!

- Ele não vai te ouvir, acho que nunca mais - Raquel sorri como uma sádica e queria ter forças suficiente, gostaria de não estar no estado debilitado em que estou e lhe dar uma bofetada na cara, subir em cima dela e socar aquele nariz empinado até ele quebrar, desfigurar seu rosto ao ponto dela se tornar irreconhecível.

- Sua vagabunda, m*****a! Desgraçada! Eu não vou descansar enquanto você não pagar por toda desgraça e dor que você mesma causou para os outros! - eu gritava entre gemidos de dor e ela ria como se minhas ofensas não passassem de piadas.

- Você vai me bater? Ha ha, estou pagando para ver essa cena... - ela gargalha, colocando a mão na barriga e se inclinando para frente - mas vamos para o que interessa. O meu plano pode não ter saído como o planejado porém aconteceu mais do que eu esperava e agora chegou sua hora, levanta! Eu quero atirar em você enquanto está de pé, quero assistir seu corpo cair sem vida e o seu sangue pintar o chão - ela grita quando percebe que não me movimentei nenhum centímetro - levanta!...pensando bem, pode continuar aí no chão, onde é o seu lugar.

Raquel ativa o gatilho do seu revólver e eu fecho meus olhos, esperando pelo pior, cansei de esperar que alguma coisa desse certo nesse momento. Que algo extraordinário aconteça e me salve como numa fanfic da máfia italiana ou numa novela mexicana com um final feliz.

Essa era a dura e triste realidade, Matteo e Holga estavam mortos e Luigi foi levado para...onde? Não sei e acho que nunca vou descobrir.

Ouço o som do disparo e aguardo para o momento depois que você morre, uma fila para entrar no céu ou um tribunal para julgar suas ações, ou até mesmo um pole dance para eu descer para o inferno no estilo Lil Nas X e nada, não acontece nada.

Estava tudo escuro e vazio, eu não senti dor e sempre quis saber como era morrer, só não achei que fosse tão simples assim.

É como dizem...a vida é um sopro!

Talvez esperava algo mais, quem sabe estar em uma praia deserta correndo ao lado de Luigi, pulando ondinhas e brincando com polenguinho.

Esse era o nome que dei para o filhote de labrador que comprei e nomeei de Luigi apenas para provocar meu italiano gato. Gostaria de um dia contar isso para Luigi....

- Carolina! Carolina! Matteo! - a voz da Mariana soava meio distante e algumas vezes perto o suficiente, como se ela estivesse correndo em minha direção. Abro meus olhos notando que não havia morrido coisissíma nenhuma, ainda estava viva da Silva.

Diferente da Raquel que estava caída no chão na minha frente, convulciando até morte. Olho para cima encontrando uma figura familiar vestida em um término verde oliva...seria a megera? Ou...

Antes que eu conseguisse sequer formar alguma identificação na minha cabeça, tudo ao meu redor começa a girar e escurecer até que eu apague de vez.

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