Grávida de um mafioso romance Capítulo 175

- Mari, cuide bem da Carolina, você sabe como ela é meio estabanada e desastrada - tia Maria, mãe de Carolina, praticamente me faz prometer que vou ficar do lado da Carolina para ela não fazer nada que coloque o bebê em risco.

Inclusive, ela me disse para esconder os fones de ouvido e as caixas de som da minha amiga porque, segundo tia Maria, Carolina estava colocando músicas da Rihanna para o bebê ouvir dentro da barriga.

Somente a doida da Carolina para colocar esse tipo de música para um bebe dentro da barriga ouvir.

Após nos despedirmos com um longo abraço, tia Maria, Roberto e Sabrina embarcam no jatinho particular que Luigi emprestou e voam de volta para o Brasil. Assim como prometi á Carolina e planejei, irei ficar alguns dias em Roma para descansar desse corre-corre que está a minha vida ultimamente.

- Vamos, tenho que te levar de volta para o hotel - Matteo anuncia indo na direção do estacionamento do aeroporto, o sigo até o veículo preto estacionado no segundo andar e entramos sem dizer mais nenhuma palavra.

Achamos melhor eu ficar no hospedada no hotel, pelo menos essa noite. Não queríamos estragar o clima harmônico e romântico em que estavam Luigi e Carolina. Tenho esperança que eles possam se entender essa noite e assim prosseguir com suas vidas e com o casamento. Torço para quando tudo dê certo para minha amiga.

O clima oposto do casal de pombinhos, Matteo e eu parecíamos estar em conflito. Quando ele me disse aquelas palavras no quarto do hotel, uma parte de mim entendia que ele se sentia culpado pelo passado, entretanto, outra parte de mim se sentiu frustrada e foi exatamente essa parte que me fez explodir e começar uma discussão com Matteo.

E agora, depois de buscarmos Sabrina, Roberto e a mãe de Carolina e levar eles até o aeroporto, o clima se perduravam. Aquela tensão pós-briga, onde qualquer palavrinha dita poderia se transformar em um furacão de confusão. O silêncio continuou enquanto atravessamos o salão do hotel e pegamos o elevador para o andar em que eu tinha ficado hospedada. Até chegar na frente da porta do meu quarto...

- Você não vai entrar? - olho para ele e o mesmo me lança um olhar de se-eu-entrar-tenho-certeza-que-vamos-tretar - não vamos discutir outra vez, só quero conversar com um amigo ou um conhecido, já que você não acredita em uma amizade entre homem e mulher.

Ainda hesitante ele aceita e ficamos sentados na cama em silêncio, ambos em dúvidas como iniciar uma conversa sem relacionar a discussão que tivemos antes nesse mesmo quarto.

- Então...aquelas coisas que o Marco estava dizendo era...verdade? - quebro o silêncio e logo me arrependo de tocar nesse assunto, estava claro que Matteo não queria tocar nos assuntos que condizem o seu passado e cá estava eu cutucando a ferida do italiano.

- Não tudo - Matteo diz após alguns segundos em silêncio, ele evita olhar para mim e continua falando fitando o chão - a parte dos assassinatos era verdade, mas Luigi não me contratou por isso. Sou um homem sujo, Mariana, um homem sujo com mãos sujas e passado sujo. Se você soubesse as coisas que fiz antes, não teria vontade de ser minha amiga ou até mesmo não teria vontade de me conhecer.

- Você não tem como saber se não me dizer. Não dá para prever a reação de outra pessoa, Matteo - me aproximo da outra beira da cama, onde ele estava sentado com as costas curvadas e ponho minha mão no seu ombro.

Quando ele olha para mim, vejo em seus olhos a dor e amargura dos segredos que ele guarda para si só.

- Tenho como prever a sua, prever a reação de uma pessoa como você, que luta para sempre fazer a verdade ser revelada, que gosta das coisas corretas e que vai afundo para punir o que fazem coisas erradas, como eu - Matteo retruca e isso me dá coragem suficiente para tocar em seu rosto e olhar bem no fundo dos seus olhos.

- O que você fez de tão ruim, Matteo? Me diz, prometo não julgar - seus olhos se fixam nos meus e nossa aproximação me faz sentir o aroma do seu perfume forte. Ele solta um suspiro pesado e quando seu olhar recai para a minha boca, engulo em seco sentindo meu coração errar as batidas - Matteo...

Em questão de meio segundo, Matteo me segura pela cintura para me fazer sentar em seu colo, meu corpo voluntariamente se permite ser levado para aquela posição, abro mais as pernas e ponho minhas mãos nos seus ombros. A respiração ofegante e os lábios prestes a se unir.

- Que garantia em tenho que você vai ficar depois de saber todas as coisas ruins que fiz no passado? - ele encosta o nariz no meu, roçando os lábios nos meus entreabertos aguardando pelo momento em que ele os beijaria - você foi bastante incisiva em mostrar que não era como a Carolina, que garantias eu tenho que você irá ficar assim como ela ficou com Luigi?

Quando ele estava prestes a inclinar a cabeça para cima e unir nossas bocas, o celular toca cortando o clima pela raiz. Matteo afirma que era o seu celular, saio do seu colo e ele atende rapidamente a ligação. Sua expressão me faz ficar preocupada, será que Marco conseguiu fugir?

Não, não tinha nada a ver com o psicopata do Marco Almeida, tinha a ver com a mansão e uma invasão. Matteo gritava com seu colega de trabalho pelo celular porém não obtinha mais respostas, era como se algo tivesse acontecido do outro lado da linha.

Sem mais demora, vamos direto para o carro, Matteo ainda bufava reclamando que eu não deveria ir e quanto isso devia ser perigoso, mas depois de vários argumentos que dei e após mostrar que não mudaria de ideia ele acabou aceitando e me levando junto. Prometi para a mãe de Carolina que iria ficar do lado dela e proteger ela e o bebê, não posso quebrar uma promessa. Não posso cometer o mesmo erro de antes e deixar minha amiga sozinha, principalmente se ela estiver correndo risco de vida.

- Toma isso - Matteo me entrega um revólver carregado quando chegamos nos fundos da mansão de Luigi - sabe atirar? - ele me pergunta e olho um pouco assustada para a arma, o italiano suspira vendo minha expressão de inexperiente - eu disse que poderia ser perigoso - ele estaciona e desce do carro, colocando o rosto na janela do veículo - você fica aqui, eu volto assim que estiver tudo certo. Não ouse me seguir.

Ele me ameaça com um olhar duro e protetivo, porém como não faço muito o tipo que abaixa a cabeça e obedece, espero que ele entre pelas portas dos fundos para eu seguir procurando por algo ao redor da casa.

Coloco a arma na cintura da calça jeans que estou vestindo e desço do carro. Me lembro de ter visto um portão ou alguma entrada no lado oeste do muro que cerca toda a propriedade.

Vou andando cautelosamente, olhando para os lados, para não dar de cara com alguém indesejado e ficando colada no muro ao passar por câmeras de segurança em cada coluna alta com cercas que protegiam os muros do alto. Andando mais um pouco encontro um portão de ferro preto, deveria ser por aquela porta onde os empregados tiravam o lixo. Vou na direção do portão e quando abro o ferrolho um clique atrás de mim me faz paralisar.

- Quem é você e o que está fazendo aqui? - uma voz grave me questiona e pressiona uma arma atrás da minha cabeça - o meu chefe vai adorar saber que encontrei mais um espião do Sr.Benacci - o cara dá uma risada sádica e me obriga á abrir o portão e seguir para dentro da mansão.

Entretanto, quando ele estava ligando o rádio para passar a informação de que tinha capturado mais uma pessoa, um barulho é emitido e o corpo do homem desmaia atrás de mim. Olho para trás encontrando a pessoa que eu menos esperava ver.

- Cassandra?! - arregalo os olhos enquanto olhava para o homem desacordado no chão e para a megera da minha chefe que tinha acabado de salvar minha vida.

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