A claridade é forte e rapidamente sou levada a ouvir vozes desorientadas que perguntam do meu estado e ouvem alguém contando o caso antes de suspirar e de alguma forma entender dispensando o médico. Suo tentando entender do que falam, mas a dor logo volta e minha perna dói bastante enquanto tento manter o foco. Acordo assustada percebendo que me encontro em um hospital e que estou com Ham ao meu lado. Não sei quanto tempo passou, estou assustada. Estou preocupada. Onde está Grace? O que aconteceu com ela? Quando posso vê-la? As perguntas são muitas as que passam na minha cabeça. Nenhuma com resposta, porque não consigo sequer perguntá-las. Minha garganta está muito seca. Estou com sede.
― Como você se sente? ― Ouço Ham perguntar. Respiro fundo.
― Acho que consideravelmente bem. Como está Grace? ― Perguntei realmente preocupada. Ham bufou olhando para o teto.
― Só desmaiou mesmo com a batida. Fizeram um raio x e uma tomografia e ela está bem. O bebê também está a salvo. ― Suspirei aliviada enquanto tentava me levantar da cama. Senti uma pontada na cabeça e toquei-a percebendo que estava com uma faixa enrolando-a. Arqueei uma sobrancelha.
― O que houve? ― Para minha surpresa, Ham parecia ter uma veia estourando na testa quando finalmente explodiu toda a tensão que segurava.
― Eu que te pergunto o que houve Pam! Eu que te pergunto! Se queria me matar de nervoso ou explodir com todo o meu coração, era só dizer! Mas não! Você tem que me esmagar assim, não é mesmo? ― Franzi o cenho.
― Não estou te entenden…-
― Não está? ― Ham estalou a língua parecendo realmente fazer um esforço hercúleo para se controlar. Eu realmente não entendia porque. Não havia feito nada de errado, ao que me lembrava.
― Não…
― Você ficou falando que estava bem… E estava até mesmo conversando comigo… Achei realmente que você estivesse bem… Enquanto Grace estava desmaiada… Então por isso eu fui com ela… Mas você não estava bem! Só com o sangue quente! ― Bradou nervoso. ― Você sofreu uma concussão, precisou ficar de observação para que sua caixa encefálica não sofresse uma pressão acima do normal e precisasse ser aberta para aliviar a tensão e ainda teve a porcaria da sua perna destruída! Precisou colocar gesso nessa perna quebrada! ― Arregalei os lábios tomada de pavor. Ok. Não tinha parecido que era tão grave assim para mim. Mas Ham continuou: ― Para piorar você começou a vomitar enlouquecidamente e… Por Deus… Não faça mais isso… Pam… ― A voz de Ham foi se acalmando, o que me fez sorrir fracamente.
― O importante é que estou bem.
― O importante é que… ― Começou Ham a me imitar. ― Não! ― Arqueei a sobrancelha sem entender.
― Não me dê mais sustos assim. Eu não vou deixá-la mais sair sozinha… ― Ele parecia falar mais para si mesmo do que para mim. Invariavelmente, toquei a minha mão no braço de Ham enquanto tentava confortar o homem desconsolado ao meu lado.
― Ter sofrido violência não me impedirá de sair sozinha, Ham. Só me fará ter mais cuidado em não andar em locais potencialmente vazios. Mas, entenda… Você não pode controlar tudo. ― Ham voltou seus olhos para mim. Parecia atestar a veracidade da minha fala apenas pelo olhar, como se assim pudesse gravar os detalhes do meu rosto.
― Mas Pam… Você…
― Ham, você disse que ia deixar o cavalo marinho ser livre. ― Ham concordou com a cabeça. Parecia levemente exasperado quando passou a mão pelo topete do cabelo parecendo respirar fundo e se controlar.
― Me deixe cuidar de você então…
― Mas você já está cuidando de mim… ― Disse franzindo o cenho sem entender onde ele queria chegar.
― Pam, case-se comigo. ― Arqueei a sobrancelha. O homem mais parecia ter operado o cérebro do que qualquer coisa.
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