O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 10

Celina chegou à casa de Tatiana ainda abalada com tudo o que tinha acontecido naquele dia, sentindo o peso do mundo sobre os ombros. Assim que entrou, desabou no sofá da sala de estar, exausta emocionalmente. Tatiana percebeu o semblante abatido da amiga e se sentou ao lado dela, segurando suas mãos com carinho.

— Amiga, me conta tudo. Como foi a conversa com Thor? — Tatiana perguntou, com preocupação.

Celina respirou fundo, antes de começar a falar, tentando manter a compostura, mas era impossível. Seus olhos marejaram e sua voz saiu embargada.

— Eu ouvi Thor e Isabela conversando hoje... — Ela fez uma pausa, sentindo um nó na garganta antes de continuar. — Ela disse que pode estar grávida. E sabe o que ele respondeu? Que se isso for verdade, ela deve abortar. Ele não quer esse filho, Tatiana. Ele disse isso com uma frieza, uma crueldade... como se estivesse descartando uma vida como se fosse lixo.

Tatiana arregalou os olhos, chocada com o que ouvia.

— Meu Deus, Celina... — sussurrou.

— Você entende agora? — Celina continuou, sentindo a raiva e a dor se misturarem em seu peito. — Esse homem não tem alma! Como eu poderia contar para ele que estou grávida? Para ele, essa criança não vale nada. Ele jamais vai amar meu bebê. Eu não posso permitir que ele rejeite meu filho desse jeito.

Ela levou as mãos à barriga, como se quisesse proteger seu bebê de qualquer mal que o mundo pudesse trazer.

— Não, Tatiana. Essa criança é só minha. Meu bebê nunca vai sofrer a dor do abandono, nunca vai precisar do amor de alguém que nunca o quis. Decidi que vou levar essa gravidez sozinha. — Celina disse, acariciando a barriga com carinho. — Esse bebê é só meu.

Naquele momento, Roberto entrou na sala e parou ao ver Celina falando com a própria barriga. Ele franziu a testa, confuso.

— Como assim minha musa está grávida e eu não sabia?! — ele exclamou, abrindo um sorriso surpreso, se aproximando.

Celina forçou um sorriso, mas ficou sem graça.

— César vai ser pai e meu amigo não me conta nada? — Roberto continuou, olhando para Tatiana.

Celina abaixou a cabeça, sentindo um aperto no peito, sentindo-se desconfortável. A vergonha de ter que admitir a verdade a fez engolir seco.

— Não é do César… — disse em um sussurro quase inaudível.

O silêncio tomou conta da sala. Roberto olhou para Tatiana, buscando uma explicação, mas ela apenas se levantou, deu um selinho no marido e sussurrou:

— Depois eu te explico tudo, amor. Agora preciso de um tempo para conversar com Celina a sós.

Roberto ergueu as mãos, rindo.

— Tudo bem, tudo bem. Vou esperar no quarto… Mas depois quero uma massagem, como compensação por me deixar curioso hein! — Ele piscou para Tatiana e saiu.

Celina riu levemente.

— Vocês dois são lindos juntos... — comentou, tentando desviar do próprio drama.

Tatiana sorriu e sentou-se novamente.

— Mas você sabe que não foi assim no início, né? Roberto me deu trabalho até perceber que eu era a mulher da vida dele. Era mulherengo demais, sem vergonha, tive que colocá-lo na linha. Mas tudo se ajeita com tempo e paciência.

Celina balançou a cabeça, ainda com um sorriso fraco.

— No fim, valeu a pena. Vocês são feitos um para o outro.

Tatiana segurou a mão da amiga e a encarou com carinho.

— Eu tenho certeza que, em algum lugar, tem um príncipe esperando por você. Quem sabe o pai do seu bebê? — Tatiana sugeriu.

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