O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 12

Celina ficou paralisada. Seu coração batia tão forte que parecia querer sair de seu peito. Arregalou os olhos, incapaz de desviar o olhar da cena que se desenrolava à sua frente.

Thor estava ali, com a calça arriada, sua funcionária sentada sobre a mesa, o vestido levantado, as pernas envolvendo sua cintura. A mulher jogava a cabeça para trás, gemendo alto, enquanto Thor, em um tom rouco e carregado de desejo murmurava palavras picantes para ela. O toque possessivo dele, a maneira como a segurava com força, contrastava brutalmente com a lembrança que invadiu a mente de Celina.

De repente, flashes de dias atrás a golpearam com violência. Ela viu César no escritório, entrelaçado com Nicole, seu toque lascivo, o riso sarcástico da amante. Viu também Thor no hotel, naquela noite, afagando seu rosto com um carinho inesperado, olhando-a nos olhos como se enxergasse algo além de sua fachada de arrogância e frieza. Como ele podia ser tão bruto e insensível agora, depois daquele momento que compartilhara com ela?

O choque foi avassalador. Seu estômago revirou e as lágrimas correram por seu rosto antes mesmo que ela percebesse e a dor se intensificou a cada segundo. Os hormônios estavam à flor da pele, o emocional frágil demais para suportar tamanha tempestade de sentimentos. Ela sentiu o desespero se avolumar dentro dela, pressionando seu peito, o ar se tornou pesado, sufocante. Precisava sair dali.

Sem conseguir suportar, Celina girou nos calcanhares às pressas, mas, com isso, esbarrou em uma lixeira no corredor, derrubando-a com um estrondo que ecoou no silêncio da noite. O barulho foi suficiente para arrancar Thor de seu devaneio carnal. Ele congelou por um instante, antes de virar o rosto abruptamente em direção à porta, os olhos faiscando com fúria.

— Quem diabos está aí? — sua voz saiu carregada de raiva.

Ele imediatamente largou a mulher e ergueu as calças, ajeitando-se enquanto caminhava a passos firmes até a porta aberta. Olhou para os lados, mas o corredor estava vazio. O único sinal de que alguém estivera ali era a lixeira virada no chão.

Pegando o telefone na mesa, discou rapidamente para a recepção.

— Quem estava no meu andar agora? — rosnou.

A recepcionista, assustada com o tom dele, olhou ao redor e então viu quando o elevador se abriu, e Celina saiu apressada, com o rosto banhado em lágrimas.

— Senhor Thor, sua secretária acabou de descer. Ela estava chorando…

Thor apertou o telefone com mais força. O que Celina fazia naquele andar àquela hora? E por que diabos estava chorando? Sua mandíbula se contraiu, e ele desligou abruptamente, sua raiva atingindo um novo nível.

Enquanto isso, Celina saiu do prédio em desespero. Seu peito doía, sua respiração estava entrecortada. Quando avistou o carro de Tatiana estacionado à sua espera, correu até ele e entrou, sem conter as lágrimas que transbordavam.

Tatiana olhou para a amiga e franziu o cenho, preocupada.

— Celina, o que aconteceu? — perguntou, mas não recebeu resposta.

Celina apenas balançou a cabeça, apertando os lábios para não soltar um soluço alto. Sua única resposta foi um pedido abafado:

— Me leva pra casa…

Tatiana, percebendo que não conseguiria obter uma resposta naquele momento, apenas ligou o carro e dirigiu em silêncio. Durante todo o trajeto, Celina manteve o olhar fixo na janela, sem dizer uma única palavra.

Ao chegar em casa, ela finalmente falou, a voz fraca e trêmula:

— Tatiana, me desculpa… Eu só preciso ficar sozinha agora.

A amiga hesitou, mas assentiu.

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