O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 131

Resumo de 131 - E TALVEZ AINDA ESTEJA EM LUTO POR AQUILO QUE EU SONHEI: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR

Resumo do capítulo 131 - E TALVEZ AINDA ESTEJA EM LUTO POR AQUILO QUE EU SONHEI de O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR

Neste capítulo de destaque do romance Romance O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR, GoodNovel apresenta novos desafios, emoções intensas e avanços na história que prendem o leitor do início ao fim.

Gabriel se aproximou, com cuidado.

— Você não precisa provar nada pra ninguém, Celina. Só precisa ser honesta. Consigo mesma, primeiro. E depois com os outros.

— Eu não vou voltar pra ele — ela disse de repente, com firmeza.

Gabriel a observou.

— Isso eu tenho certeza. Eu não vou voltar pro Thor. Mesmo que ele se ajoelhe na minha frente. Eu não consigo mais. Acabou.

— E você tem certeza disso?

Celina olhou nos olhos dele, com determinação.

— Tenho.

Ela baixou o olhar e continuo falando:

— Uma parte de mim ainda sente raiva por tudo que eu passei. E talvez... ainda esteja em luto por aquilo que eu sonhei. Pelo amor que eu achei que era verdadeiro. Mas não é porque eu quero de volta. É só... difícil aceitar que foi tudo uma mentira.

Gabriel tocou levemente a mão dela.

— Não foi uma mentira, Celi. Pode ter acabado mal, pode ter se perdido no caminho, mas existiu. E você precisa dar um ponto final de verdade nessa história se realmente está convicta que acabou. Não dá pra escrever outro capítulo com ela aberta sangrando.

Ela respirou fundo, os olhos marejando.

— Eu tô tentando.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, depois tocou de leve a mão dela.

— Você é mais forte do que pensa, Celi. E isso... — apontou sutilmente para a barriga dela — te torna ainda mais. Eu admiro a sua coragem de encarar tudo de frente.

Celina sorriu entre as lágrimas.

— Por que você tem que ser tão lindo por dentro, hein?

Gabriel se levantou, deu um beijo na testa dela e saiu sem dizer mais nada. Celina permaneceu ali, olhando para janela, sentindo que algo dentro dela havia finalmente se encaixado.

Ela sabia que ainda tinha um longo caminho pela frente. Mas enfrentaria de frente.

Thor saiu do apartamento de Celina com o coração em frangalhos. As palavras dela em sua sala na empresa, ainda reverberavam em sua mente como ecos impossíveis de silenciar. Não havia um destino certo para onde ir; apenas dirigiu, dirigiu por muito tempo, como se o movimento fosse suficiente para afastar a dor, o nó na garganta, a impotência. O mundo ao seu redor passava em borrões, as luzes de São Paulo se fundindo numa paleta disforme de cores, até que, por fim, sem perceber como, estava ali. Diante da imensa porta da mansão onde um dia construiu sonhos ao lado de Karina.

A chave girou sem resistência. O clique familiar da fechadura se misturou a uma pontada no peito. Empurrou a porta, e a casa, mergulhada no silêncio, o recebeu como uma velha amiga que entende sem julgar. Era como se Karina ainda estivesse ali. A essência dela impregnava cada centímetro do lugar, como se em qualquer momento fosse descer as escadas sorrindo, com os cabelos soltos e aquele olhar cheio de vida.

Thor fechou a porta devagar, como quem teme acordar um fantasma. Seus passos ecoaram no chão de mármore, pesados, lentos, carregados de memórias. Ele andou pela sala e se viu, sentado naquele mesmo sofá, com Karina deitada em seu colo, rindo de um programa qualquer na TV. A gargalhada dela parecia tão viva em sua lembrança que ele quase conseguiu ouvi-la de novo. As almofadas, ainda arrumadas como ela gostava, pareciam intocadas. Sentou-se, e por um instante fechou os olhos, tentando se agarrar a qualquer fragmento de sua presença.

A cozinha veio em seguida. Cada canto trazia uma lembrança. Karina, com uma camiseta larga, preparando panquecas pela manhã, ele roubando uma fruta só para vê-la reclamar com aquele jeito dengoso. O cheiro do café, a música baixa tocando no fundo, os dois dançando no meio da cozinha sem razão, só pelo prazer de estarem juntos. Thor apoiou as mãos na bancada, a cabeça baixa, os olhos marejados. Engoliu o choro, mas ele escapou mesmo assim — quente, amargo, silencioso.

Subiu as escadas como quem carrega o mundo nas costas. O corredor estava na penumbra, mas cada porta era uma cápsula do tempo. Parou diante do quarto do bebê. Respirou fundo antes de girar a maçaneta. A luz suave do abajur acendeu automaticamente, como sempre fazia. O quarto era um poema de amor não vivido. As paredes em tons claros, os brinquedos intocados, o berço impecável com o móbile girando devagar como se ainda embalasse um sonho.

Thor entrou com reverência. Ajoelhou-se diante do berço e passou os dedos pelas grades. Em seguida, foi até o closet minúsculo e abriu as portas. As roupinhas, todas minuciosamente organizadas, esperavam por um futuro que nunca veio. Ele pegou um macacão azul, o primeiro que haviam comprado juntos, e segurou contra o peito. Lembrou-se do brilho nos olhos de Karina ao escolhê-lo, das mãos dela tocando cada peça com carinho de mãe. Chorou. Chorou como não chorava há tempos. Permitiu-se aquele luto que ainda não havia acabado, aquele rasgar de alma que sempre adiou, como se pudesse evitar a dor enterrando-a sob a rotina.

As lágrimas escorriam livres enquanto ele se sentava no chão do quarto, o macacão nos braços, embalando o vazio. O silêncio era um grito cortante. Seus ombros tremiam, a respiração descompassada. Ali, ele era apenas um homem dilacerado pela ausência, pela saudade do que foi e do que nunca pôde ser.

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