O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 162

Gabriel sorriu, orgulhoso.

— E vai dar. Eu acredito muito em você.

— Obrigada... — ela disse, com um olhar que misturava gratidão e força. — E você, tem planos pra hoje?

— Algumas coisas pra resolver na rua. E pensei... Se você quiser, posso vir dormir aqui até domingo. Resolvo tudo durante o dia e à noite volto pra ficar com você.

Celina sorriu, os olhos se iluminando.

— Quero sim. Temos um acordo, então.

Terminando o café, Gabriel se levantou.

— Vou descer rapidinho no carro pegar minha mochila reserva. Sempre deixo uma lá pra emergência. Se você permitir, vou tomar um banho também...

— Claro que permito! Nem precisa pedir, Gabriel. Esta casa também é sua.

Ele deu um sorriso leve e saiu.

Enquanto Gabriel descia, Celina ficou na cozinha por um instante, olhando para o copo, refletindo sobre tudo que estava vivendo. Era como se a vida tivesse decidido testar todas as suas forças de uma vez. Mas agora, mais do que nunca, ela sabia o que queria. E isso a mantinha de pé.

Ao voltar, mochila em mãos, Gabriel a encontrou já saindo da cozinha.

— Vou tomar um banho — ela disse. — Te deixo o banheiro social livre.

— Perfeito. Rapidinho eu fico pronto.

Cada um seguiu para seu canto. A confiança entre eles era tranquila, madura, quase como se vivessem uma rotina antiga. Gabriel entrou no banheiro e ligou o chuveiro, enquanto Celina, no quarto, escolhia uma roupa leve, confortável, mas que a fizesse sentir-se bonita. Havia algo diferente naquele dia, uma virada sutil mas importante no seu coração.

Ela não seria mais refém do medo, nem do passado, nem do amor que sangrava. Era hora de fazer valer a mulher que ela sabia que estava se tornando.

E isso, Celina faria. Começando por escrever. Gabriel, dia após dia, mostrava que a verdadeira proteção vinha de quem realmente escolhia ficar.

Depois que Gabriel saiu, Celina sentou-se com o notebook no colo, abriu o arquivo do livro e mergulhou nas palavras. A inspiração parecia fluir com naturalidade. As ideias vinham em ondas, e ela escrevia com paixão, emoção e ritmo. Capítulos inteiros tomaram forma em poucas horas, e ao final da tarde, Celina sorriu satisfeita com o quanto havia conseguido adiantar.

Desde aquela conversa dura que Gabriel tivera com ela, algo à despertara — talvez o desejo de deixar algo concreto para os filhos, ou quem sabe a necessidade de se conectar consigo mesma em meio a tanta mudança. O fato era que escrever novamente, com afinco, devolvia-lhe um pedaço de identidade que julgava ter perdido.

À noite, como combinado, Gabriel chegou para dormir com ela. Trazia uma sacola com algumas coisas e o mesmo sorriso gentil de sempre. Quando entrou, notou que Celina estava na sala, deitada no sofá, com o controle remoto na mão e a barriga levemente coberta por uma manta fina.

— E aí, produtiva hoje? — perguntou ele, inclinando-se para beijá-la na testa.

— Bastante. Quase três capítulos completos. Estou exausta, mas muito feliz.

— Isso merece jantar especial. E por falar nisso... já comeu?

Celina balançou a cabeça, fazendo uma careta:

— Ainda não. estava tão envolvida que perdi a hora. Estou ficando mal acostumada com você e a Zoe cuidando de mim.

Gabriel riu.

— Aproveita enquanto pode. Depois que os bebês nascerem, acaba toda a mordomia. Vai ser uma correria só.

— Nem brinca. — disse ela, colocando a mão na barriga. — Mas vai ser uma correria boa, né?

— A melhor. — ele respondeu, indo em direção à cozinha.

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