O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 164

A pista de dança vibrava com luzes coloridas, pessoas se moviam ao som da batida animada, gargalhadas ecoavam, conversas se perdiam no barulho. Celina estava ali, presente, dançando ao lado de Gabriel, Zoe e Arthur, mas seu pensamento estava em outro lugar. Os movimentos do seu corpo se misturavam com a música, mas seu coração batia num ritmo próprio, inquieto, como se anunciasse algo prestes a acontecer.

Foi então que sentiu. Um arrepio percorreu sua espinha, como uma corrente elétrica e um calor conhecido se espalhou por seu corpo quando braços firmes envolveram sua cintura por trás. O coração, traidor, disparou no peito com a força de um trovão. O perfume, aquele perfume... era inconfundível. Amadeirado, envolvente, nostálgico. Sua respiração falhou, e ela soube. Não precisava ver para saber. O coração não mente. O corpo lembra. Porque o amor não avisa, ele apenas se impõe.

Ela virou-se lentamente, como se o tempo estivesse suspenso, como quem já conhece o destino e apenas o aceita. E lá estava ele.

— Thor... — disse baixo, num sussurro quase sem voz, se afastando do abraço.

Seus olhos se encontraram e tudo ao redor desapareceu. As luzes, o som, as pessoas. Não havia mais multidão, não havia mais festa. Apenas eles dois, mergulhados naquele olhar que dizia tanto e ao mesmo tempo silenciava o mundo.

Celina viu os olhos de Thor como da primeira vez em que ele a olhou com verdade. Havia intensidade, um pedido de desculpa calado, um grito de saudade contido. Ele, parado diante dela, não precisou se mover para tocar sua alma. Já estava dentro dela.

De repente, a música cessou. O DJ anunciou:

— E agora, para os corações apaixonados... uma canção especial para aqueles que sabem o que é amar.

Os primeiros acordes de uma música romântica começaram a tocar. Mas não era qualquer canção. Era A música. Aquela que Thor cantou para ela no carro, quando os dois se entregaram em amor e desejo como se o mundo fosse acabar.

Ambos arregalaram os olhos levemente. Foi como voltar no tempo. Aquele momento invadiu suas memórias como uma onda: os toques ansiosos, o calor dos corpos, as palavras sussurradas, a música selando tudo aquilo. Era como se o universo tivesse escolhido aquele instante para lembrá-los que aquilo não era uma simples história. Era amor.

Thor se aproximou, lento, decidido. Seus olhos nunca deixaram os dela. Quando a alcançou, puxou-a suavemente pela cintura, e ela, como se obedecesse a um chamado ancestral, encostou seu corpo no dele. Coladinhos. Como se nunca tivessem se separado.

Celina sentiu o corpo estremecer. Queria chorar, queria gritar. Mas ali, nos braços dele, manteve-se firme. Os olhos fixos nos olhos dele, se dizendo tudo. E foi então que ele encostou a testa na dela, fechou os olhos e falou, com voz baixa, rouca, carregada de emoção:

— Eu precisava te ver.

E não deu tempo para que ela respondesse. Thor começou a cantar baixinho no ouvido dela, os lábios quase tocando sua pele. A voz dele trazia conforto, dor e saudade. Em determinado momento, ele parou de cantar. Apenas a música continuava ao fundo, mas eles escutavam outra melodia: o som dos corações. O dela. O dele. Descompassados e ao mesmo tempo sintonizados.

O rosto de Thor se aproximava do dela, mas não buscava beijo. Buscava a alma. O nariz encostava levemente nos cabelos dela, inalando aquele perfume que ficou marcado em sua memória. Em pensamento, ele dizia:

"Como eu senti falta disso... de você... de nós. Desse cheiro. Desse corpo no meu. Dessa paz."

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