O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 214

Ele se levantou, caminhando até Celina, se ajoelhando diante dela.

— Mas decepcionei ele de novo quando escolhi a Karina e me casei com ela. O acordo era para eu me casar com Isabela. Tudo já estava fechado. Mas fui teimoso. Segui o coração. Raul ficou decepcionado. Ficamos distantes de novo. Mas Karina... ela o conquistou. E quando ele soube que seria avô pela primeira vez, ele ficou radiante.

Celina abaixou o olhar, e Thor segurou as mãos dela.

— Como você já sabe, a vida me tirou tudo. A mulher. O filho. A paz. Mas meu pai... meu pai me deixou uma lção que nunca vou esquecer. Ele dizia que quando um homem se interessa por uma mulher que tem um filho, ele precisa aceitar primeiro a criança. E ser, se possível, melhor que o pai biológico.

Thor passou o polegar com carinho pelas mãos dela.

— Essa é a atitude de um homem de verdade, Celina. E foi isso que eu tentei fazer. Porque meu pai, o homem que me ensinou o que é amor de verdade, me mostrou isso com cada gesto. Ele nunca forçou minha mãe a nada. Quando ela o rejeitava, ele esperava. Quando ela o maltratava, ele insistia com respeito. Por isso, quando me vi na mesma situação com você, eu tentei ter a mesma postura. Esperei. Quis ouvir da sua boca. Quis que você falasse sobre a gravidez. Mas eu falhei.

Os olhos dele agora estavam cheios de culpa.

— Eu falhei muito com você, Celina. Principalmente sabendo que estava grávida. Fui impaciente, ciumento, duro em várias vezes. Mas nunca... nunca por falta de amor. Foi medo. Foi insegurança. Foi o garoto rejeitado que ainda vive dentro de mim.

Celina o olhava, em silêncio, com os olhos marejados.

Thor se aproximou mais, tocando o rosto dela com delicadeza.

— Eu não quero que você me perdoe agora. Por que tenho consciência que errei muito com você. Eu, neste momento só queria que você soubesse quem eu sou de verdade. E por que sou assim. Porque amar você, Celina... foi a coisa mais bonita e mais dolorosa que já me aconteceu.

Celina se levantou lentamente, segurando as mãos de Thor com firmeza. Havia algo mudado em seu olhar. Algo mais profundo que palavras poderiam traduzir. Era como se, enfim, tivesse entendido não apenas a dor que ele carregava, mas também a coragem de amar apesar de tudo.

Levantou uma das mãos e a passou com delicadeza no rosto dele. Os olhos de Thor se fecharam por um instante, recebendo o toque como um alívio há muito esperado.

— Você sofreu muito, Thor... eu também sofri, mas te fiz sofrer também. Eu fiquei tão revoltada quando te reencontrei naquela empresa e você fingiu que nunca tinha me conhecido. Me senti traída, humilhada. Já estava ferida por tudo o que sofri com o César. E você...

Antes que ela completasse, Thor pegou a mão dela e a beijou com ternura. Seus olhos brilharam.

— Eu fui procurar o César.

A respiração dela parou. Ele se afastou ligeiramente e continuou. A voz firme, mas carregada de lembrança.

Thor estacionou seu carro em frente à Brown Advocacia. O coração pulsava, não por medo, mas por raiva contida. Desceu do veículo, atravessou a portaria sem dar satisfação e seguiu direto ao andar, onde sabia que César mantinha sua sala.

Abriu a porta com violência. A secretária se virou assustada, mas ele nem a olhou. A mesma saiu da sala apressada.

— Thor? — César levantou os olhos de alguns papéis, surpreso. — O que faz aqui?

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