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O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 282

Já dentro do avião, Zoe olhou pela janela antes da decolagem e murmurou:

— Fica firme aí, doutor... que logo eu volto.

A noite, Isabela saboreava um vinho caro em sua cobertura, o cristal da taça refletindo as luzes frias da cidade. O batom impecável, a pele bem iluminada, o semblante tranquilo. Mas nos olhos... havia ódio antigo.

Ela girava a taça com movimentos lentos, como se preparasse o cenário perfeito. O celular, repousado sobre a mesa de vidro, começou a vibrar. Isabela atendeu com frieza.

— Já ligou hoje? — perguntou, sem cumprimentos.

Do outro lado, a médica hesitou:

— Liguei cedo. Ele não atendeu. Mandei mensagem também... ele me ignorou.

Isabela revirou os olhos.

— Óbvio, né? Ele estava com ela. — disse, com desdém. — Mas continue. Mande mensagem. Ligue. Apareça na sala dele como quem não quer nada. Faça a linha “sem querer querendo”. Ele precisa sentir que você ainda existe. E ela precisa começar a desconfiar.

— Isabela... acho que não está funcionando. Eles parecem bem. De verdade. Todos comentam no hospital.

Isabela levantou-se devagar e caminhou descalça sobre o mármore até o espelho da sala. Fitou a própria imagem e, com voz gélida, respondeu:

— Você vai continuar. Agora vai mandar fotos e mensagens para ela. Usa o chip que eu te dei. Vai insistir até a sementinha da dúvida germinar. Aquela garota me agrediu, tomou o que era seu, achou que sairia impune? Ela vai pagar. Com juros.

Sentou-se novamente, com a postura de uma rainha vingativa.

— Estamos jogando com o tempo, com o cansaço, com a rotina. O amor deles? Vai derreter. Devagar. Como açúcar no café quente. E quando estiver prestes a desmoronar... nós agimos.

A médica do outro lado respirou fundo.

— Isabela... talvez seja melhor pararmos com isso. Acho melhor eu seguir em frente, sabe? Dar espaço, tentar ser feliz.

A risada de Isabela foi baixa, cortante.

— Seguir em frente? Que romântico. Que... fraco. Não, querida. Eu sou feita de aço. E aço não perdoa.

Ela desligou sem se despedir. Caminhou até a varanda e, erguendo a taça de vinho, brindou ao reflexo da cidade.

— Vamos ver quanto tempo o conto de fadas deles resiste... Todos que tentam me arruinar, eu destruo. Sempre.

Uma semana havia se passado desde que Thor e Celina retornaram da viagem mágica à Grécia. A lembrança do pedido feita ao pôr do sol em Santorini ainda fazia o coração de Celina disparar. A mansão em Nova York estava mais movimentada do que nunca. Zoe estava hospedada com eles, enchendo os dias com sua energia vibrante e suas conversas divertidas. Apesar de algumas mensagens inoportunas que a deixaram insegura e de uma breve desentendida com Arthur, Zoe e ele haviam se acertado ainda no mesmo dia. Era claro que se amavam profundamente.

Naquela manhã, os raios do sol tentavam aquecer a cidade através das janelas envidraçadas da sala de jantar. Thor, Celina e Zoe estavam sentados à mesa tomando café. A mesa estava farta, com croissants frescos, frutas, panquecas, bolos, sucos e o inseparável café preto de Thor.

Zoe, mexendo o cappuccino distraidamente, soltou:

— E então? Vocês estão ansiosos? Hoje é o grande dia! Pena que não vão mais fazer o chá. — Ela sorriu, os olhos brilhando de expectativa.

Celina sorriu, pegando um pedaço de chocolate da tigela ao lado.

— Amiga vai ser melhor assim e estou extremamente ansiosa, e com uma estratégia infalível: vou comer chocolate o caminho todo. Dizem que isso faz o bebê se mexer mais e... quem sabe, abrir as perninhas pra gente descobrir logo o sexo!

Thor arqueou a sobrancelha, divertido.

— Isso é muito... técnico, amor.

— Vamos dar um tempinho, tentar ver de outro ângulo... ah, olha só... temos um avanço.

O coração de Celina parecia querer sair pela boca.

— Filhos, por favor… colabora com a mamãe — disse Celina, apertando a barriga levemente com um sorriso aflito. — Daqui a pouco vocês nascem e eu ainda não descobri o sexo de vocês!

Ela virou o rosto para Thor, que observava atentamente a tela do ultrassom com expressão concentrada.

— Amor, você está muito sério… fala alguma coisa.

Thor soltou uma risada baixa, sem tirar os olhos da imagem.

— Estou tentando entender o que estou vendo aqui… parece até um quebra-cabeça em 3D. — Ele segurou a mão de Celina e beijou o dorso com carinho. — Mas se esses dois aí tiverem metade da teimosia da mãe, acho que vão segurar esse segredo até o último segundo.

Celina sorriu.

— Não fala isso, amor… estou ansiosa demais!

— Eu também, minha rainha. Mas o que vier... vai ser nosso maior presente. Só quero que venham saudáveis. Menina ou menino, já sou o pai mais bobo e apaixonado do mundo.

A doutora voltou a falar, com os olhos grudados na tela e um sorrisinho no canto dos lábios:

— Bem... pelo que estou vendo aqui... preparados para descobrir o que esses dois segredinhos andam escondendo de vocês?

Ela pausou por um instante, aumentando ainda mais a tensão no ar.

— Porque eu acho que chegou a hora de revelar…

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