O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 291

Arthur estava imóvel, sentado à beira da cama, o lençol enrolado na cintura, os olhos arregalados e a respiração acelerada. Tudo parecia um pesadelo que não queria terminar. Ele fechou os olhos, levou as mãos à cabeça e tentou, com todas as forças, lembrar o que realmente havia acontecido. Fragmentos embaralhados vinham à tona — música alta, copos brindando, uma dança com Sabrina, mais bebida...

Mas nada depois disso.

Um leve suspiro ao seu lado o fez congelar. Virou-se lentamente e viu Sabrina começar a despertar, espreguiçando-se com um sorriso preguiçoso nos lábios, ainda de olhos fechados.

— Bom dia, doutor... — ela murmurou com a voz rouca, piscando lentamente enquanto se acostumava à luz do quarto.

Arthur não respondeu. Apenas a encarava, mudo, como se esperasse que ela negasse tudo, que dissesse que aquilo era um mal-entendido, uma piada cruel.

Sabrina puxou o lençol para cobrir-se melhor e então notou a expressão dele. Fingiu surpresa.

— Ué, que cara é essa?

Arthur se levantou bruscamente, segurando o lençol com uma mão e apanhando a calças do chão com a outra.

— O que... o que aconteceu ontem? — perguntou, tenso. — O que estamos fazendo aqui, Sabrina? Que palhaçada é essa? Nós... nós não transamos, fala!

Ela ficou em silêncio por alguns segundos. Sabia que precisava fingir surpresa, encenar bem. Sentou-se na cama, ainda enrolada no lençol, e respondeu com calma:

— Arthur... como assim você não se lembra?

— Não! Eu não lembro de nada, porra! — gritou, com a voz embargada. — Só lembro da festa... da bebida... da música. Depois disso, tudo sumiu.

Ela baixou os olhos, cruzando os braços.

— Nós dançamos... você me puxou pra fora do bar... chamou um táxi. Você estava alegre, mas não bêbado. E em nenhum momento disse não. — respondeu, com falsa hesitação.

— Isso não quer dizer nada! Eu tenho certeza de que estava fora de mim! — ele retrucou, vestindo a calça e a camiseta às pressas. — Você deveria saber disso. Eu sou noivo! Meu casamento está próximo! Eu nunca transaria com você estando comprometido, nunca trairia a Zoe!

Sabrina permaneceu em silêncio, os olhos cheios de falsa vergonha — ou algo que Arthur não conseguiu decifrar.

— Olha, nós tivemos uma madrugada incrível. Você estava de acordo com tudo, transamos com intensidade, você dizia que me amava, que queria me tornar sua. Não venha se fazendo de santo. Eu não quero confusão, achei que... — hesitou, fingindo vulnerabilidade — ... nós estávamos só curtindo, que você sentiu saudades. Eu pensei...

— Pensou o quê? Que eu jogaria meu relacionamento fora por uma noite da qual nem lembro? Que eu trocaria a Zoe por você? Nunca quis nada sério com você, Sabrina. O que tivemos foi casual. Parei justamente porque você criou expectativas onde não existia nada.

Ela o encarava. A voz agora mais baixa:

— Eu não te obriguei a nada, Arthur. Você veio porque quis. Transou porque quis. Eu não te trouxe para este hotel amarrado. Aliás, nem conseguiria, olha o seu tamanho. Assuma os seus erros e pare de bancar o coitado. Você gosta do meu corpo, da nossa química, das nossas loucuras. Olha as marcas que você me deixou. Quer que eu abra as pernas para você ver seu gozo? Você me deixou tão cansada que nem consegui tomar banho. Ainda bem. Porque agora você quer apagar tudo, fingir que foi dopado? Me usou, se satisfez, gemeu dentro de mim como se fosse a última noite da sua vida... e agora finge arrependimento? Me poupe... Seja homem!

— Cala a porta da sua boca! — ele gritou, os olhos em fúria. — Você armou tudo isso! Sempre foi obcecada por mim. Nunca aceitou que eu só te procurava quando eu queria. Agora que encontrei o amor da minha vida, você quer destruir tudo! Mas você não vai conseguir!

Sabrina levantou-se da cama, deixando o lençol cair de propósito. Arthur virou o rosto.