Ainda no hotel de luxo, Sabrina permanecia enrolada no lençol de seda, sentada na beira da cama. Com um sorriso satisfeito, pegou o celular e discou.
— Alô? — atendeu Isabela, com voz sonolenta.
— Isa, acorda. O plano deu certo. Eu consegui — disse Sabrina, triunfante.
— Jura que conseguiu? Você e o Arthur…?
— Sim. Dormimos juntos. Ele estava insaciável. Dava pra ver que estava há muito tempo sem transar com ninguém.
— Que notícia maravilhosa, Sabrina. Agora sim acordei de bom humor. Vou admitir: achei que você não ia dar conta. Mas você soube se fazer de vítima direitinho quando ele acordou?
— Sou uma atriz nata — respondeu com sarcasmo. — Disse que ele me puxou pra fora do bar, que chamou o táxi, que foi ele quem me trouxe até aqui. Que estava alegre, mas lúcido. Ele ficou me chamando de Zoe a noite toda, mas tirando isso... foi perfeito. Matei a saudade dos velhos tempos.
— Sem sentimentalismo agora gata. Seja racional. Você está aprendendo a jogar o jogo. E jogando bem. Agora sim acredito que você vai ter o Arthur de volta. O dinheiro que usei foi bem investido, querida. Mas não se empolgue. A guerra está só começando.
— Relaxa, Isabela. Agora ele é meu.
Enquanto isso, Arthur descia o elevador do hotel com um nó na garganta e as mãos trêmulas. O celular vibrava incessantemente. Diversas mensagens de Zoe, áudios, ligações perdidas.
Ele sentia o estômago revirar. Era como se estivesse à beira de um colapso.
Chegando em casa, ainda desnorteado, ligou para Thor. Precisava desabafar. Precisava de alguém.
Na mansão, Thor estava deitado com Celina em seus braços quando atendeu ao toque do celular.
— Alô? Arthur? Está tudo bem?
Thor sentou-se na cama, já alerta.
— Thor... — a voz de Arthur estava trêmula. — Eu fiz uma merda. Uma merda muito grande...
— Deixa eu sair do quarto Arthur.
Ele deu um beijo na testa de Celina, ajeitou-a com cuidado e foi para o escritório, fechando a porta atrás de si.
— Pode falar agora. O que aconteceu?
Arthur contou tudo. Desde a festa surpresa organizada pelos colegas de hospital até acordar nu no hotel, ao lado de Sabrina. Contou que não se lembrava de nada, que tinha certeza de que fora dopado. Desabou.
Thor ouviu em silêncio, pacientemente.
— Arthur... você como médico sabe o quanto essas situações são graves e sempre acontecem. Como caiu nessa? Você precisa fazer um exame toxicológico. E acima de tudo: precisa contar a verdade para Zoe. Isso não pode ser escondido.
— Eu vou perder ela, Thor... ela vai me odiar.
— Pode ser. Mas é um risco que você vai precisar correr. Mentiras destroem. Você sabe disso. Eu vivi isso com a Celina. A dor da desconfiança... a quebra da verdade. Se você ama a Zoe como diz, e eu sei que ama, então não cometa o erro de tentar esconder. Seja homem. Seja honesto.
Arthur passou a mão no rosto, sentindo a pressão da culpa esmagá-lo.
— Eu mudei, Thor. Juro por Deus, eu mudei. Ela é tudo pra mim. Essa despedida de solteiro foi um erro, eu nem queria ir. Mas insistiram, e agora...
— Você me prometeu que ia evitar esse tipo de situação. Que não ia nessa despedida. Nós conversamos por longos minutos, lembra? Mas agora não adianta remoer. Você ainda tem a chance de fazer o certo. Vai ao hospital, faz o exame, procura um advogado, mas principalmente: encara a verdade. Se você não contar, alguém vai. E vai ser bem pior.
— Minha mãe disse que minha sandália do casamento chegou ontem. Lindo... estou tão ansiosa para o nosso dia. Que saudade que estou de você... Sinto tanto sua falta!
Aquela frase foi como um soco em cheio no peito. Arthur quase perdeu o ar.
— Estou chegando no hospital, linda. Depois te ligo. Te amo.
Ele desligou, jogou o celular no sofá, pressionou as mãos contra o rosto e murmurou, derrotado:
— O que eu fiz com a minha vida...? A Zoe não merece isso. Não merece sofrer por minha causa.
Enquanto ele se vestia e saía apressado em direção ao hospital, em busca de respostas e provas que pudessem salvá-lo, em outro continente, Zoe permanecia sentada na beira da cama, olhando fixamente para a tela apagada do celular.
Ela sentia algo errado. No fundo do peito, uma inquietação constante.
— Ele estava estranho... — murmurou, num sussurro quase imperceptível.
Mas tentando se convencer, passou as mãos no rosto e respirou fundo.
— Ele só está cansado… trabalhou o dia inteiro, depois foi para uma festa com os amigos, agora já está indo trabalhar. Muita coisa ao mesmo tempo... É normal.
Tentando afastar os pensamentos sombrios, ela deixou o celular sobre a cama e fechou os olhos por alguns segundos.
— Você confia nele... ele te ama. Mudou por você. O casamento está perto. Logo tudo se acerta. Você volta para o Brasil... e tudo fica bem — sussurrou.
Mas por mais que tentasse... aquela sensação de vazio e incerteza permanecia ali. Latejando. Como um aviso silencioso de que algo havia sido quebrado — mesmo que ela ainda não soubesse exatamente o quê.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...