Entrar Via

O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 293

O relógio marcava exatamente 18h quando Thor e Celina ouviram um leve toque na porta do quarto. Celina estava deitada na cama, a cabeça apoiada no peito de Thor, que passava lentamente os dedos por seus cabelos em silêncio. O dia tinha sido longo, cheio de dor e ainda muito choro. O corpo dela estava ali, mas a mente vagava, cheia de perguntas, emoções conflitantes e o gosto amargo da descoberta que ainda queimava em seu peito.

— Pode entrar — disse Thor, com a voz baixa, sem se mover.

A porta se abriu com suavidade. Um rosto conhecido surgiu no batente, trazendo uma aura calorosa e reconfortante. Gabriel, com seu olhar carismático e um leve sorriso nos lábios, cruzou os olhos com os de Celina.

— Oi, moça dos olhos tristes... — disse ele suavemente.

Celina ergueu os olhos, surpresa.

— Gabriel? — disse ela, se levantando de repente, ainda confusa.

Thor olhou para ela e sorriu.

— Vou deixar vocês conversarem.

Ele se inclinou, depositou um selinho nos lábios dela e ela sussurrou:

— Obrigada por permitir ele estar aqui.

Thor assentiu sem dizer nada, se levantou, passou por Gabriel e apertou a mão dele com firmeza.

— Fica à vontade. — disse Thor, antes de sair e fechar a porta suavemente.

Gabriel se aproximou da cama, sentando-se na poltrona próxima. Observou Celina em silêncio por um momento.

— Você sempre teve um brilho diferente nos olhos, sabe? Mesmo agora... com toda essa dor, ele ainda está aí. Só está... meio apagado. — disse ele, com a voz gentil.

Celina deu um sorriso fraco e encolheu os ombros.

— Difícil brilhar quando nos sentimos despedaçada por dentro.

Ele inclinou o corpo para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos.

— Thor me contou que você descobriu... sobre Emma. — disse ele com cuidado.

Ela assentiu lentamente, o olhar se perdendo em algum ponto do chão.

— É como se minha vida inteira tivesse sido uma mentira. Eu me sinto... usada. Descartada. Como se eu fosse um erro que alguém quis apagar da história. — A voz dela tremia.

Gabriel respirou fundo, mas seu tom continuava calmo, paciente.

— Zoe me contou sobre Emma, assim que descobriu, com o Arthur. — revelou ele, sem rodeios.

Celina o encarou, os olhos se arregalando.

— Vocês já sabiam? — perguntou, sentando-se mais ereta. — E não me contou?

Gabriel ergueu as mãos em um gesto de paz.

— Sim, sabíamos. Mas olha pra mim, Celina... — sua voz ganhou firmeza, sem perder a doçura — Não tínhamos o direito de te contar. Não era a minha história para revelar. Era algo que só você podia ouvir das pessoas envolvidas. E eu sabia que quando esse momento chegasse, ia doer, mas precisava ser com verdade.

Depois, Zoe apareceu à porta do quarto, com uma bandeja equilibrada nas mãos e um olhar cheio de ternura.

— Trouxe lanche. — disse ela, animada, embora seu coração ainda estivesse apertado. — Achei que poderíamos comer assistindo um dos nossos filmes bobos e sem sentido. Aquele que já vimos mil vezes, mas que sempre nos faz sorrir quando precisamos.

— E quem disse que eu aceito ver filme repetido? — retrucou Celina, num sorrisinho fraco, mas real.

— Ela ainda tem forças para fazer charme, hein? — Gabriel brincou, trocando um olhar cúmplice com Zoe.

— Então estamos indo bem. — Zoe respondeu, depositando a bandeja sobre a cômoda.

Logo os três estavam encolhidos na cama. Celina no meio, com a cabeça encostada no ombro de Zoe e os pés sobre as pernas de Gabriel. O quarto foi preenchido por risadas contidas e o som de diálogos conhecidos. Eles dividiam sanduíches, frutas cortadas em pedaços e goles de suco. A noite avançava lentamente, e com ela, por instantes, a dor de Celina recuava, como se observasse de longe, permitindo-lhe aquele respiro.

De repente, o celular de Gabriel vibrou sobre a mesa de cabeceira. Ele esticou o braço para pegá-lo, e ao ver o nome na tela, sua fisionomia mudou.

Era Ava.

Zoe percebeu a tensão súbita no semblante do amigo e se calou. Celina também notou. Gabriel hesitou por um segundo antes de deslizar o dedo na tela e atender.

— Querida?

Do outro lado da linha, a voz de Ava ecoou:

— Gabriel, você esqueceu do nosso compromisso?

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR