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O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 330

No outro dia, o sol do meio-dia brilhava forte sobre a fachada de vidro da empresa onde Thor. O advogado Álvaro Cordeiro estacionou seu carro preto de luxo a poucos metros da entrada principal, deixando o motor ligado enquanto consultava os documentos em sua pasta de couro. Vestia um terno sob medida, sóbrio, e seus óculos retangulares refletiam uma expressão firme e controlada. Respirou fundo antes de discar um número salvo como "Zoe Arthur."

— Senhora Zoe? — disse com polidez assim que ela atendeu. — Boa tarde. Aqui é Álvaro Cordeiro, advogado de Arthur. Preciso conversar pessoalmente com a senhora. É de extrema importância.

Do outro lado da linha, Zoe respondeu com educação, mas surpresa:

— Boa tarde, doutor. Eu estou saindo agora para o almoço. Pode me esperar na recepção, estou descendo.

— Perfeito. Aguardarei por você.

Poucos minutos depois, Zoe surgiu no saguão da empresa, elegante em sua simplicidade, o rosto abatido, mas curioso. Álvaro levantou-se imediatamente ao vê-la.

— Senhora Zoe, é um prazer. Podemos conversar? — disse, estendendo a mão.

— Claro, doutor. Há um restaurante aqui perto, se não se importar. Podemos ir andando. Tenho uma hora para conversar. — respondeu Zoe o cumprimentando.

— Excelente sugestão. Por favor, me acompanhe.

Caminharam até o restaurante da esquina, um ambiente discreto, ideal para conversas reservadas. Sentaram-se à mesa no canto mais afastado, e após os pedidos iniciais, Álvaro abriu sua pasta com precisão quase cerimonial.

— Vim entregar a senhora a documentação formal referente à dissolução do vínculo civil com o senhor Arthur. Todos os termos estão aqui, devidamente revisados e prontos para sua assinatura.

Zoe ergueu as sobrancelhas com calma.

— Com todo respeito, doutor, eu já contratei um advogado. Se for para tratar disso, meu advogado cuidará de tudo.

— Compreendo — respondeu Álvaro. — Contudo, por determinação do senhor Arthur, o divórcio já foi providenciado de nossa parte. Não há litígio, ao menos neste momento. O objetivo é apenas facilitar a resolução com condições que consideramos bastante razoáveis e respeitosas.

Zoe puxou o celular da bolsa e digitou rapidamente.

— Só um instante. Vou ligar para meu advogado agora mesmo.

Ligou para o número de seu advogado, doutor Henrique Bastos.

— Doutor Henrique, boa tarde. O advogado do Arthur está aqui comigo. Ele apareceu sem avisar, trouxe os documentos... Sim. Estou em um restaurante próximo da empresa do Thor. Você pode vir?

Do outro lado, a resposta foi imediata:

— Me aguarde aí, estou a dez minutos de distância.

Zoe desligou e voltou-se para Álvaro com elegância:

— Meu advogado está vindo. Agradeço pela paciência.

— Sem problemas, senhora. Aguardo com tranquilidade.

Pouco depois, Henrique Bastos entrou no restaurante. Alto, cabelo levemente grisalho, expressão de alguém acostumado a conflitos — mas com tato suficiente para resolvê-los com palavras. Aproximou-se da mesa e estendeu a mão primeiro para Zoe.

Álvaro ajeitou os óculos, mantendo a compostura:

— Infelizmente, senhora Zoe, há uma cláusula específica. O senhor Arthur somente autoriza a formalização da separação mediante a aceitação integral dos termos propostos. Para ele, isso simboliza encerramento, arrependimento e, de certa forma, reparação.

Zoe ficou imóvel por um instante. Em seguida, um sorriso irônico tomou seus lábios.

— Então ele quer decidir como eu saio da vida dele também? Primeiro ele me destrói, depois tenta pagar por isso com um apartamento e um depósito mensal? E eu é que tenho que agradecer?

Ela se levantou. Seus olhos não estavam marejados, mas ardentes.

— Eu não assino. — Pegou a pasta com os documentos, colocou na bolsa e, com um gesto elegante e firme, olhou para os dois. — Boa tarde, doutores.

Saiu do restaurante com passos rápidos, mas controlados. Cada movimento refletia a dor de alguém que perdeu muito — mas se recusava a perder a si mesma.

Henrique observou a porta se fechando atrás dela, depois voltou-se para Álvaro.

— Ela está decidida. Não será fácil convencê-la. Meu conselho é: digam ao seu cliente para rever a cláusula. Ou isso vai virar uma ação litigiosa desnecessária.

Álvaro recolheu a pasta, sereno.

— Talvez, doutor Henrique. Mas o senhor Arthur também está decidido. Se ela não aceitar o que ele está oferecendo, talvez ele prefira ir até o fim. De qualquer forma, nos veremos no fórum.

Ambos se levantaram, cumprimentaram-se com profissionalismo contido, e saíram do restaurante.

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