No outro dia, a noite em São Paulo trazia um vento fresco e leve, que dançava entre as árvores do bairro nobre onde ficava a imponente mansão dos Ferraz. O céu estava limpo, pontilhado de estrelas tímidas. Dentro do carro, Arthur dirigia com atenção, mesmo que os olhos de vez em quando se desviassem para a mulher ao seu lado — Zoe.
Ela mantinha as mãos cruzadas sobre a barriga, um gesto inconsciente de proteção. Apesar de pequena, a curva já era visível sob o vestido soltinho. Zoe encarava a janela, vendo as luzes da cidade passarem como flashes de um filme. Era estranho pensar que, em menos de vinte e quatro horas, sua vida havia mudado mais uma vez.
— Nervosa? — perguntou ele, quebrando o silêncio.
— Um pouco — confessou ela, sem desviar o olhar da janela. — Seus pais nem sabem que eu vou, né?
— Não. Achei melhor deixar como surpresa. Eles só sabem que eu vou jantar com eles.
Zoe o olhou, levemente preocupada.
— E se for uma surpresa ruim?
Arthur sorriu de leve, virando para uma das ruas que levava ao portão da mansão.
— Você? Uma surpresa ruim? Impossível! Você sempre foi a melhor parte da minha vida. Nunca seria uma surpresa ruim. Confia em mim.
Ao chegarem, o portão se abriu automaticamente. A mansão, toda iluminada com luzes amareladas e delicadas, parecia um castelo saído de um sonho. O jardim estava impecável, e o som suave de uma fonte completava o cenário acolhedor. Zoe respirou fundo, nervosa.
Arthur percebeu e pegou sua mão com carinho.
— Meus pais te amam. Você sabe disso.
Na sala de estar, Eloísa estava folheando uma revista de decoração sentada no sofá, uma xícara de chá descansando sobre a mesinha de centro. O som da porta sendo aberta chamou sua atenção.
Ela ergueu o rosto com um sorriso preparado para receber apenas o filho, mas congelou ao ver quem estava atrás dele.
— Zoe? — a voz saiu trêmula, embargada, como se dissesse o nome de alguém que pensou que não veria tão cedo. — Eu não acredito que estou vendo isso...
Zoe sorriu timidamente, com os olhos marejados.
— Oi, dona Eloísa... Tudo bem com a senhora?
Eloísa levantou-se de um salto, cruzando a sala com pressa e emoção. Abraçou Zoe com força, como quem reencontra um pedaço do coração.
— Minha filha... — sussurrou, beijando-lhe o rosto. — Como eu senti a sua falta!
Sem se conter, Eloísa tocou com carinho a barriga de Zoe, os olhos brilhando.
— E esse aqui é meu netinho? Ou netinha? Ele é presente de Deus... Você não sabe o quanto estou feliz.
Zoe não conseguiu conter a emoção. As lágrimas caíram silenciosas, enquanto ela retribuía o carinho.
— É presente mesmo, porque não estava nos meus planos engravidar tão cedo. Eu também senti saudade...
— OTTO! — gritou Eloísa de repente, olhando para o corredor. — Otto, venha aqui! Agora!
O som de passos apressados ecoou pelo piso de mármore. Otto apareceu no batente da porta, aflito.
— Que gritaria é essa, Eloísa? Está tudo... — ele parou subitamente ao ver Zoe. — Zoe?
— Olha quem está aqui, Otto — disse Eloísa, com lágrimas nos olhos. — A nossa filha voltou.
Otto se aproximou rapidamente e abraçou Zoe com força.
— Minha querida... como é bom ver você aqui. Como você está? Meu neto está bem?
— Mãe... ela não está comendo quase nada. Está tendo muito enjoo.
— Eu sei filho. — disse Eloísa, preocupada. — Tem que se cuidar direitinho Zoe. Eu sei como é essa fase. Vou preparar umas receitas que ajudam.
Durante o jantar, o clima era leve e afetuoso. As risadas surgiam naturalmente entre os goles de suco e garfadas tímidas.
— E então, quando vocês vão se casar novamente? — perguntou Otto.
Arthur limpou a boca com o guardanapo.
— Calma, pai. Estamos indo com calma. Ela me deu uma nova chance. Está morando comigo, e isso já é muito.
— Ele está certo — completou Zoe. — Estamos reconstruindo. O amor existe, mas as feridas também. Não adianta correr.
Arthur virou o rosto para ela com carinho.
— O mais difícil eu já conquistei. Agora, é minha responsabilidade fazer dar certo.
Eloísa pousou a mão sobre a de Zoe com ternura.
— Eu e sua mãe viramos cúmplices, você acredita? — sorriu. — Uma passando informação da vida de vocês pra outra. Só faltava nos encontrarmos pessoalmente pra traçar plano de reconciliação. A única coisa que Maria não me contou foi sobre a gravidez...
Zoe sorriu.
— Eu devia imaginar que vocês estavam tramando alguma coisa.
— Mãe é mãe, minha filha — completou Eloísa. — Nós só queremos ver vocês felizes.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...