A noite prosseguia com tranquilidade.
— Zoe — disse Otto, num tom mais sério. — Só queria que você soubesse que... nós não estamos parados. Eu e Arthur estamos trabalhando discretamente para descobrir todos os envolvidos no que aconteceu com vocês dois. Aquilo que fizeram com meu filho foi cruel. Injusto. E Sabrina... assim que der à luz, vai pagar por tudo que fez. Nós temos provas, e estamos agindo com cautela, para que nada escape.
Zoe respirou fundo, sentindo o coração disparar com a lembrança.
— Obrigada por me dizer isso. Às vezes eu me pergunto se ela realmente vai pagar...
— Vai, filha — garantiu Otto. — Mas quero te pedir uma coisa, que vem do coração de pai e avô. Não fique chateada comigo e com a Eloísa por querermos fazer parte da vida do filho da Sabrina. Eu sei que é difícil. Mas a criança não tem culpa. Ela vai existir. E assim como seu filho... ou filha... esse bebê também será nosso neto. Vamos tratar os dois com o mesmo amor. Isso é justiça. Isso é humanidade.
Zoe se calou por um instante. Arthur segurou sua mão.
Eloísa completou, com a voz suave:
— Nós não temos como apagar o que ela fez. Mas temos como evitar que uma criança pague por isso.
Zoe assentiu.
— Eu entendo. Não é fácil... mas entendo.
Otto sorriu com ternura.
— Tudo irá se resolver minha filha. Só precisamos ter paciência.
A noite avançava, e a mansão exalava aquele conforto tranquilo típico dos lares onde o amor havia voltado a habitar. Após o jantar, Otto e Arthur seguiram para o escritório, enquanto Zoe e Eloísa ficaram sentadas na varanda, iluminadas por luminárias pendentes de luz âmbar. O ar fresco da noite era suave, perfumado pelas flores do jardim.
Zoe mantinha as mãos cruzadas sobre a barriga, num gesto instintivo de proteção, enquanto Eloísa tomava chá de camomila, observando-a com olhos ternos.
— Você continua linda... mesmo com os olhos tristes — disse Eloísa, após um gole do chá. — Ser mãe transforma o olhar da gente, sabia?
Zoe sorriu com um nó na garganta.
— Ainda é tudo muito novo pra mim. Às vezes, acordo e acho que foi um sonho. A gravidez, a volta para o Arthur, estar aqui... — murmurou, com a voz embargada.
Eloísa estendeu a mão por cima da mesinha e pousou sobre a de Zoe, apertando-a com carinho.
— Você é forte, Zoe. Foi forte em cada decisão que tomou. E está sendo ainda mais corajosa por tentar de novo. Recomeçar é para quem tem coragem, minha filha.
— Filha... — disse Eloísa, com a voz embargada. — Eu nunca deixei de te amar. Você faz parte dessa família. Você é minha nora. O espaço que era seu aqui... no sofá, à mesa, no jardim... ficou vazio quando você foi embora. E nada preenchia. Mas agora, com você grávida, voltando... é como se essa casa tivesse voltado a respirar.
Zoe respirou fundo antes de responder:
— Foi muito difícil pra mim, Dona Eloísa, tomar a decisão de voltar com ele. Hoje, minha maior guerra é com a minha mente. Não sei como vai ser daqui pra frente, mas resolvi tentar. Vamos ver se a vida me surpreende.
Eloísa sorriu com doçura.
— Eu sei que você ainda não perdoou o meu filho. E eu não te julgo por isso. Mas saiba que perdoar não é esquecer o que fizeram contigo. Até porque a gente só esquece com amnésia — e doença, ninguém quer, não é verdade?
As duas sorriram, brevemente, entre as lágrimas.
— Perdoar é rasgar a dívida. Vai doer. Você vai lembrar inúmeras vezes. Mas com o tempo, a ferida cicatriza. Todos os dias você vai mexer nela pra limpar... depois passar uma pomada, fazer o curativo. E isso vai se repetir até ela se fechar. Esse processo é doloroso demais. Nem todo mundo está preparado pra ele. Mas chega uma hora em que não dá mais pra fugir.
Eloísa pausou, encarando a nora com ternura.
— Você vai ver como será libertador quando olhar nos olhos de Arthur e dizer “eu te perdoo”. Enquanto isso, viva. Viva o que está renascendo entre vocês. E saiba: você é muito forte por não fugir do problema — está enfrentando de frente. Eu tenho certeza que ainda vou ver aquela Zoe divertida, que sorria alto a ponto de ecoar nesta mansão toda, de volta. Essa tempestade vai passar. E vai passar com a gente juntos. Eu te amo, minha filha.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...