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O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 362

Tatiana sorriu junto.

— Amiga, teve uma hora que ele estava pior do que eu! Mas no fim deu tudo certo. O Enzo chegou lindo, saudável... E eu não consigo parar de olhar pra ele. Ele é um milagre.

— E como estão essas meninas lindas? — perguntou Tatiana, com ternura.

— Estão ótimas! — respondeu Celina, apontando discretamente para a babá. — Gordinhas, famintas... Acabei de amamentar a Antonella e agora estou com a Safira aqui. Ela é mais calminha.

— Ah, amiga... É tão mágico amamentar, né? — disse Tatiana, com os olhos marejados. — O cheirinho deles, a pele macia... Chorei tanto quando ele nasceu. Roberto também chorou.

— Imagina se não! — brincou Celina. — Ele chorou, desmaiou... fez o pacote completo!

As gargalhadas preencheram a chamada, leves como o momento merecia.

— Amiga, ele é todinho você! — disse Celina, olhando atentamente o rostinho de Enzo.

Tatiana balançou a cabeça.

— Não, amiga, ele tem os olhos do Roberto. Estão azuis acinzentados. Vai ser galã igual ao pai.

— Pelo menos herdou alguma coisa do pai, né? — comentou Roberto, divertido. — Porque se puxar a personalidade da mãe, vai ser mandão desde bebê.

— Ah, pronto! — rebateu Tatiana, sorrindo. — Amiga, estou ferrada. Se ele for mulherengo igual ao Roberto quando o conheci, as mulheres vão ficar me mandando mensagem me chamando de “sogrinha” e chorando pelos vacilos do meu filho.

— Ei! — exclamou Roberto. — Eu sosseguei, viu? E nem fui tão mulherengo assim. Eu só era... sociável.

— Sociável! — repetiu Celina, sorrindo. — Essa foi boa.

Foi nesse momento que a porta da mansão se abriu. Thor acabava de chegar da empresa. Ele cruzou a entrada com passos firmes e, ao ver Celina com o celular nas mãos, se aproximou, curioso.

— Amor, olha quem nasceu! — disse ela, com um sorriso radiante.

— O filho da Tatiana? — perguntou ele, se inclinando para ver a tela. — E aí, qual foi o sexo?

Ao olhar o rostinho do bebê, sorriu instantaneamente.

— É um menino, o Enzo — disse Roberto, orgulhoso. — E se prepare, Thor... já vou avisando: meu filho vai namorar uma das suas filhas, hein? Já pensou? A gente virar consogros?

Thor arqueou uma sobrancelha, com um sorriso travesso.

— Vai ter que me convencer primeiro... Depois, quem sabe, convencer as meninas. Mas só pra constar: já tenho duas pistolas no cofre.

— Ihhh, ciumento já! — sorriu Tatiana.

— Não ciumento, protetor — corrigiu Thor, divertido. — Se ele puxar a Tati, vai ser genioso. E se puxar o Roberto... vai dar trabalho.

— Golpe baixo, hein? — disse Roberto, fingindo indignação.

Todos sorriram.

A chamada foi encerrada entre beijos jogados pela tela e promessas de reencontro em breve. Celina recostou no sofá, com Safira adormecida em seus braços. Antonella agora dormia no colo da babá.

Thor a observava com admiração.

— Depois de tudo que passei, não imaginava que a vida me daria uma nova chance. Uma nova família. Uma esposa incrível. Ver você assim me faz sentir tanto orgulho... Você é incrível, Celina.

Ela virou o rosto, emocionada.

— E você, Thor... é o meu porto seguro.

Para Zoe e Arthur, o mês que passou foi tudo, menos fácil. Embora tivessem reatado, ainda caminhavam por um terreno frágil, instável, como se cada passo fosse dado sobre cacos de vidro. Arthur, porém, mostrava uma paciência quase sagrada. Cada gesto dele era cauteloso, cada palavra medida com cuidado, como se soubesse que um só movimento em falso poderia quebrar de vez o que estavam tentando reconstruir.

Zoe, por sua vez, mantinha-se reservada. Não conseguia dizer que o amava. Aquelas palavras que antes saíam com naturalidade agora pareciam pesar toneladas. E, diferente de antes, não o chamava mais de "lindo". Havia um abismo entre o que sentia e o que conseguia expressar. Ela se dedicava ao trabalho com afinco e continuava fiel às suas terapias, em busca de se reencontrar consigo mesma antes de poder se entregar de novo.

Durante algumas madrugadas, Zoe acordava e, ao vê-lo dormindo profundamente, o observava em silêncio. Em seus pensamentos, a mesma pergunta ecoava:

"Quando vou conseguir perdoá-lo?".

Havia uma vontade imensa de tocar seu rosto como antes, de se aconchegar, de sentir aquele afeto espontâneo que os unia. Ela chegava a estender a mão, mas travava. O corpo queria, mas a mente ainda não permitia.

Arthur, mesmo com tudo isso, fazia questão de levá-la e buscá-la no trabalho. Levou-a para jantar algumas vezes, foram ao cinema, e em um final de semana, passaram dois dias em um chalé afastado. Aproveitaram o lugar, a natureza, o tempo juntos. Não houve intimidades, apenas uma convivência silenciosa e respeitosa.

Sua vida sexual ainda não havia sido retomada como antes. Zoe estava em processo, e Arthur não pressionava. Ele se concentrava na reabilitação com ainda mais intensidade. Estava determinado a voltar a andar. Continuava com parte das atividades administrativas no hospital e acompanhou Zoe em duas consultas. Em uma delas, Zoe foi ao pneumologista e depois na nova obstetra no próprio hospital.

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