E, como se o universo respondesse àquela sincronia de corações, Thor surgiu no jardim, com a pequena Safira nos braços. A bebê choramingava baixinho, o rostinho vermelho colado ao peito do pai.
— Ela quer uma coisa que só você pode dar, minha vida. — disse Thor, com um sorriso sereno, enquanto se aproximava e inclinava o corpo ligeiramente para entregar a filha à mãe.
Celina a recebeu com ternura, com um instinto quase sagrado. Acomoda a bebê com cuidado no colo, guiando-a até o peito com mãos delicadas. Ao sentir o calor do corpo da mãe, Safira se aquietou, como se ali fosse o único lugar seguro do mundo.
— Pronto, meu amor... mamãe está aqui. — murmurou Celina, enquanto acariciava a cabecinha da filha com os dedos. — Não precisa ficar assim.
A cena era tão doce que parecia ter parado o tempo. Thor ficou ali observando, o olhar fixo na esposa e na filha, com o coração derretido pela imagem de amor puro.
— Sogra, — disse ele, em tom de brincadeira afetuosa, olhando para Emma — ela é extremamente grudada com a Celina. Não tem jeito.
Havia ternura na fala, mas também um profundo respeito pela mulher com quem dividia a vida.
Celina, ainda com os olhos voltados para a filha que mamava, falou com a voz quase sussurrada, mas carregada de culpa.
— Eu sou culpada disso. — disse, e a respiração tremeu. — Chorei muito na gravidez… passei todo meu sofrimento para elas.
As palavras saíram rasgadas pela dor, como se estivessem presas há muito tempo em seu peito. Havia um peso enorme ali — o peso da culpa materna.
Emma, ao ouvir aquilo, ajeitou-se na cadeira e se inclinou levemente para a frente, seu olhar se firmando no da filha. Sua voz veio como um abraço acolhedor, carregado de sabedoria e amor:
— Filha… ninguém atravessa a vida ileso. — disse, com calma. — Todo mundo sofre em algum momento.
Sua mão se estendeu, tocando o braço de Celina com firmeza gentil, como se dissesse “estou aqui”.
— E você passou por muita coisa enquanto gerava as meninas. Eu sei que você tem medo de ter passado o sofrimento para elas, e, de certa forma, sim… o que sentimos durante a gestação pode, sim, influenciar nossos filhos. — sua voz tremeu levemente, mas logo se firmou — Mas isso não te faz culpada.
Ela respirou fundo, os olhos brilhando com uma verdade que conhecia na pele.
— Você não escolheu sofrer, e muito menos escolheu viver tudo o que viveu. — disse com suavidade. — O que importa é que, mesmo ferida, você lutou por elas com cada fibra do seu ser.
Emma pousou a mão sobre o coração, os olhos marejados de emoção.
Celina então voltou seu olhar para mãe, inspirando fundo antes de dizer, com a voz embargada:
— Obrigada por compartilhar sua história comigo, mãe. — disse Celina, com a voz embargada. — Dói na alma saber o quanto a senhora sofreu… mas o que me conforta é saber que, graças a Deus, a vida voltou a sorrir pra ti.
Ela respirou fundo, como se precisasse de coragem para continuar.
— Confesso que a sua história daria um livro… e que livro! — soltou um sorriso pequeno, logo engolido pela emoção. — E eu quero, mais uma vez, pedir perdão. Fui tão cruel em não te dar a chance de falar. Só pensei na minha dor... Disse que nem a morte me faria te perdoar... continuei te ignorando.
Ela enxugou uma lágrima teimosa que escorreu.
— Paguei pra ver. A morte quase bateu na minha porta… e foi aí que eu entendi o quanto a vida é curta. Num piscar de olhos, tudo pode acabar. E se a gente não tiver cuidado, perde momentos incríveis por orgulho, por falta de empatia, por não querer ouvir o outro… e, o mais importante, por não liberar perdão.
Celina então olhou para a mãe com os olhos marejados, mas cheios de amor.
— Eu te amo mãe!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...