Entrar Via

O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 388

Ele então voltou-se para Arthur, retirando de sobre a cadeira uma pequena bolsa feminina.

— Esta é a bolsa da Sabrina — disse, estendendo-a.

Arthur a pegou com o olhar fixo na bolsa por um instante, antes de erguer os olhos para o advogado.

— Guarde com você, Álvaro… e entregue aos pais dela quando chegarem. Conseguiu falar com eles?

— Já entrei em contato com os pais dela, mas eles só vão conseguir chegar no Brasil amanhã. — respondeu o advogado.

— Meu Deus… os pais dela devem estar aflitos. — murmurou Eloísa, levando a mão ao peito.

Álvaro então olhou para Zoe.

— Zoe, já fui informado que Sabrina quer falar com você.

— Não. — respondeu Arthur de imediato, firme, sem dar margem a discussão.

Otto contraiu o rosto, denunciando o incômodo.

— O que essa mulher quer com a minha nora?

— Eu não tenho nada pra falar com a Sabrina. — respondeu Zoe, de forma direta e controlada.

Eloísa se aproximou um passo, tocando levemente o braço de Zoe.

— Minha filha… eu sei que é difícil pra você, mas… ela pode estar querendo falar alguma coisa importante.

Zoe balançou a cabeça, a voz embargada, mas convicta:

— Sogra, me perdoa… mas eu não consigo.

— Vou lá dentro saber informações. — disse Otto, já se virando em direção ao corredor que levava à ala cirúrgica.

Depois que Otto saiu para a ala de cirurgia, o silêncio se instalou na sala reservada. O ar parecia denso, pesado, como se cada minuto arrastasse consigo um peso maior. Zoe permanecia sentada, as mãos entrelaçadas no colo, enquanto Arthur estava com um semblante sério, mexendo no celular.

O tempo passou como uma eternidade até que a porta se abriu. Otto entrou primeiro, o semblante cansado, mas logo atrás vinha Mariana, com o jaleco ainda levemente amarrotado pelo plantão.

— Arthur… — disse ela, com um leve sorriso cansado, aproximando-se para cumprimentá-lo. Depois voltou o olhar para Zoe. — E você, Zoe… como está você e o bebê?

— Bem… estamos bem. Obrigada! — respondeu Zoe, num tom sereno, mas com um fundo de apreensão nos olhos.

— Eu não consegui ir ao chá porque estou de plantão — explicou Mariana, ajeitando uma mecha solta do cabelo —, mas mandei o presente para a cobertura de vocês.

Arthur assentiu, mas não perdeu tempo.

— E a Sabrina? Como ela está?

O sorriso de Mariana desapareceu. Ela inspirou fundo antes de responder:

— O estado dela é crítico. Foi um parto muito difícil… Sabrina, por ser médica, sabia que a situação era delicada. Foi complicado até fazê-la dormir… ela insistia, repetindo que precisava falar com você, Zoe. — Mariana hesitou, a voz baixando quase num pedido de desculpas. — Me perdoa por estar falando isso…

Zoe respirou fundo, sustentando o olhar.

Arthur apertou a mão dela com firmeza e a levou aos lábios, depositando um beijo demorado, como se quisesse acalmar não só a ela, mas a si mesmo.

— Está tudo bem, sim. E eu vou vê-la… — fez uma breve pausa e, mudando o foco, acrescentou num tom mais prático: — Linda, você está há muito tempo sem comer nada. Vou te levar para comer alguma coisa.

Zoe se abaixou levemente para ficar na altura dele, passando a mão com carinho pelo rosto de Arthur.

— Você não está bem… — murmurou, numa mistura de constatação e ternura. — Quer conversar?

Ele desviou o olhar por um instante, como se não quisesse que ela percebesse a intensidade do que estava sentindo, e respondeu num tom baixo, quase sussurrando:

— Agora não, amor.

Zoe apenas assentiu, respeitando o espaço dele, mas mantendo a mão sobre a dele, como um lembrete silencioso de que estava ali, pronta para ouvir quando ele estivesse pronto para falar.

O tempo avançou lentamente, como se cada minuto tivesse o peso de uma hora. Arthur levou Zoe para comer algo e, depois, voltaram para a sala reservada. Permaneceram ali, trocando poucas palavras, cada um imerso nos próprios pensamentos. O silêncio só era quebrado pelo som distante dos passos apressados e das vozes ecoando no corredor.

Em determinado momento, Otto com um sorriso cúmplice, chamou Eloísa para acompanhá-lo até o berçário. Minutos depois, ela estava diante do vidro, olhando a netinha pela primeira vez. Os olhos marejados denunciavam o turbilhão de emoções que a dominava.

— Meu Deus… ela parece tanto com o Arthur… — murmurou, a voz embargada, sem conseguir desgrudar os olhos da bebê. — Mas é loirinha, igual à mãe…

Eloísa ficou ali, completamente encantada, como se o mundo tivesse parado do outro lado daquele vidro. Uma lágrima rolou por seu rosto, e ela sorriu com a doçura de quem acabava de encontrar um novo amor para a vida inteira.

Duas horas se passaram até que a porta se abriu novamente. Mariana entrou, o rosto cansado denunciando o ritmo intenso do plantão, mas o olhar fixo em Zoe trazia um peso diferente.

— Zoe… — chamou com cuidado, dando alguns passos para dentro. — Ela acordou… e, novamente, está chamando por você. — Houve uma breve pausa, como se Mariana desse espaço para a decisão. — Vai falar com ela?

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR