Ele então voltou-se para Arthur, retirando de sobre a cadeira uma pequena bolsa feminina.
— Esta é a bolsa da Sabrina — disse, estendendo-a.
Arthur a pegou com o olhar fixo na bolsa por um instante, antes de erguer os olhos para o advogado.
— Guarde com você, Álvaro… e entregue aos pais dela quando chegarem. Conseguiu falar com eles?
— Já entrei em contato com os pais dela, mas eles só vão conseguir chegar no Brasil amanhã. — respondeu o advogado.
— Meu Deus… os pais dela devem estar aflitos. — murmurou Eloísa, levando a mão ao peito.
Álvaro então olhou para Zoe.
— Zoe, já fui informado que Sabrina quer falar com você.
— Não. — respondeu Arthur de imediato, firme, sem dar margem a discussão.
Otto contraiu o rosto, denunciando o incômodo.
— O que essa mulher quer com a minha nora?
— Eu não tenho nada pra falar com a Sabrina. — respondeu Zoe, de forma direta e controlada.
Eloísa se aproximou um passo, tocando levemente o braço de Zoe.
— Minha filha… eu sei que é difícil pra você, mas… ela pode estar querendo falar alguma coisa importante.
Zoe balançou a cabeça, a voz embargada, mas convicta:
— Sogra, me perdoa… mas eu não consigo.
— Vou lá dentro saber informações. — disse Otto, já se virando em direção ao corredor que levava à ala cirúrgica.
Depois que Otto saiu para a ala de cirurgia, o silêncio se instalou na sala reservada. O ar parecia denso, pesado, como se cada minuto arrastasse consigo um peso maior. Zoe permanecia sentada, as mãos entrelaçadas no colo, enquanto Arthur estava com um semblante sério, mexendo no celular.
O tempo passou como uma eternidade até que a porta se abriu. Otto entrou primeiro, o semblante cansado, mas logo atrás vinha Mariana, com o jaleco ainda levemente amarrotado pelo plantão.
— Arthur… — disse ela, com um leve sorriso cansado, aproximando-se para cumprimentá-lo. Depois voltou o olhar para Zoe. — E você, Zoe… como está você e o bebê?
— Bem… estamos bem. Obrigada! — respondeu Zoe, num tom sereno, mas com um fundo de apreensão nos olhos.
— Eu não consegui ir ao chá porque estou de plantão — explicou Mariana, ajeitando uma mecha solta do cabelo —, mas mandei o presente para a cobertura de vocês.
Arthur assentiu, mas não perdeu tempo.
— E a Sabrina? Como ela está?
O sorriso de Mariana desapareceu. Ela inspirou fundo antes de responder:
— O estado dela é crítico. Foi um parto muito difícil… Sabrina, por ser médica, sabia que a situação era delicada. Foi complicado até fazê-la dormir… ela insistia, repetindo que precisava falar com você, Zoe. — Mariana hesitou, a voz baixando quase num pedido de desculpas. — Me perdoa por estar falando isso…
Zoe respirou fundo, sustentando o olhar.
Arthur apertou a mão dela com firmeza e a levou aos lábios, depositando um beijo demorado, como se quisesse acalmar não só a ela, mas a si mesmo.
— Está tudo bem, sim. E eu vou vê-la… — fez uma breve pausa e, mudando o foco, acrescentou num tom mais prático: — Linda, você está há muito tempo sem comer nada. Vou te levar para comer alguma coisa.
Zoe se abaixou levemente para ficar na altura dele, passando a mão com carinho pelo rosto de Arthur.
— Você não está bem… — murmurou, numa mistura de constatação e ternura. — Quer conversar?
Ele desviou o olhar por um instante, como se não quisesse que ela percebesse a intensidade do que estava sentindo, e respondeu num tom baixo, quase sussurrando:
— Agora não, amor.
Zoe apenas assentiu, respeitando o espaço dele, mas mantendo a mão sobre a dele, como um lembrete silencioso de que estava ali, pronta para ouvir quando ele estivesse pronto para falar.
O tempo avançou lentamente, como se cada minuto tivesse o peso de uma hora. Arthur levou Zoe para comer algo e, depois, voltaram para a sala reservada. Permaneceram ali, trocando poucas palavras, cada um imerso nos próprios pensamentos. O silêncio só era quebrado pelo som distante dos passos apressados e das vozes ecoando no corredor.
Em determinado momento, Otto com um sorriso cúmplice, chamou Eloísa para acompanhá-lo até o berçário. Minutos depois, ela estava diante do vidro, olhando a netinha pela primeira vez. Os olhos marejados denunciavam o turbilhão de emoções que a dominava.
— Meu Deus… ela parece tanto com o Arthur… — murmurou, a voz embargada, sem conseguir desgrudar os olhos da bebê. — Mas é loirinha, igual à mãe…
Eloísa ficou ali, completamente encantada, como se o mundo tivesse parado do outro lado daquele vidro. Uma lágrima rolou por seu rosto, e ela sorriu com a doçura de quem acabava de encontrar um novo amor para a vida inteira.
Duas horas se passaram até que a porta se abriu novamente. Mariana entrou, o rosto cansado denunciando o ritmo intenso do plantão, mas o olhar fixo em Zoe trazia um peso diferente.
— Zoe… — chamou com cuidado, dando alguns passos para dentro. — Ela acordou… e, novamente, está chamando por você. — Houve uma breve pausa, como se Mariana desse espaço para a decisão. — Vai falar com ela?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...