Arthur a olhou de um jeito diferente, um sorriso malicioso surgindo.
— Agora vem cá… — Arthur puxou-a com delicadeza, o olhar carregado de carinho e desejo. — Quero aproveitar minha esposa enquanto ainda somos só nós dois. Porque amanhã… nossa vida vai mudar completamente. E o Miguel… — sorriu de canto, passando a mão de leve na barriga dela — …esse aí ainda está no forninho.
Zoe soltou uma risada, balançando a cabeça.
— Olha… eu estou tão animada que acho que nem vou conseguir dormir hoje.
— Quero ver se essa animação toda vai continuar quando dois bebês estiverem correndo por essa casa… — disse ele, com um sorriso malicioso, tirando a camisola dela. — Mas, por enquanto, eu vou aproveitar essa energia toda e tratar de te deixar bem cansada antes que eles cheguem.
No dia seguinte, o clima no quarto era de pura expectativa. Arthur, Zoe, Eloísa e Otto estavam reunidos, e Zoe quase não conseguia ficar parada na poltrona. As pernas se mexiam sem parar, as mãos se entrelaçaram nervosas, e o coração batia tão rápido que ela sentia no peito.
A porta se abriu devagar, e a enfermeira entrou, carregando nos braços um pequeno embrulho envolto em manta rosa. O mundo pareceu desacelerar naquele instante. Zoe prendeu a respiração, os olhos marejando antes mesmo de tocar na bebê.
— Aqui está a Clarisse… — disse a enfermeira, com um sorriso gentil, aproximando-se.
Zoe estendeu os braços, e quando a bebê foi colocada neles, um impacto suave e profundo tomou conta dela, como se aquele momento estivesse marcado para sempre em sua alma. Clarisse abriu os olhinhos sonolentos e, por um instante, pareceu reconhecê-la.
— Oi, minha pequena… — Zoe sussurrou, já sentindo as lágrimas rolarem quentes pelo rosto.
Ela se acomodou na poltrona, ajeitando Clarisse junto ao peito com cuidado. Passou os dedos pelo rostinho delicado, admirando cada detalhe, como se quisesse memorizar para sempre.
— Eu vou ser a sua mamãe, sabia? — a voz de Zoe saiu baixa, trêmula de emoção. — E vou cuidar de você todos os dias da minha vida.
Clarisse suspirou, aninhando-se mais no colo, e Zoe sorriu entre lágrimas, sentindo que, naquele instante, nada mais no mundo importava além daquele laço recém-formado.
Mas então, como uma avalanche, as memórias vieram. A lembrança da conversa no hospital com Arthur atravessou sua mente com força:
"Quer saber de uma coisa? Eu não te odeio, Arthur. Odiar exigiria sentimento. E você me esvaziou por dentro. Eu só quero que um dia, quando olhar para essa criança, você se lembre que foi o preço da sua destruição. E que nada, nem ela, nem dinheiro, nem a culpa, vai apagar o que você fez comigo."
Zoe fechou os olhos por um momento, o peito apertado, e mais lágrimas escaparam. Ela olhou para Clarisse e sua voz quebrou ao falar:
— Me perdoa, Clarisse… — a voz de Zoe falhou, e as lágrimas voltaram a rolar. — Um dia eu disse que você seria o preço da minha destruição… mas eu estava cega pela dor. — fez uma pausa, acariciando o rostinho macio da bebê, como se quisesse gravar cada traço na memória. — Você não é isso… nunca foi. Você é a minha bênção. Um presente que chegou com um propósito maior do que eu posso entender agora. — a voz ficou mais firme, ainda que embargada. — E eu prometo, diante de Deus, que vou te proteger de tudo. Que nunca, nunca vou deixar ninguém fazer você acreditar que não merece amor.
Arthur então se aproximou e pegou delicadamente a mão dela, entrelaçando os dedos. O olhar dele era firme, mas carregado de uma intensidade que ela conhecia bem.
— Linda… você está pronta para virar a chave? — a voz saiu baixa, quase íntima. — Porque hoje… nós vamos escrever mais um capítulo no livro do nosso recomeço. E, dessa vez, vai ser a parte mais bonita da nossa história.
Uma semana havia se passado desde que Clarisse chegara aos braços de Zoe e Arthur. A adaptação não tinha sido fácil para nenhum dos dois. As noites mal dormidas, as mamadas, as trocas de fraldas e a insegurança típica de pais de primeira viagem pesavam. Mesmo com Eloísa ajudando em tudo, a rotina ainda exigia um ajuste delicado. Nos intervalos, Zoe e Eloísa se dedicavam a escolher a dedo a babá que cuidaria de Clarisse. Teria que ser alguém de confiança absoluta.
Maria, por sua vez, estava encantada com a netinha e orgulhosa da decisão da filha. Sempre que podia, passava para visitar, levando pequenos mimos e se derretendo ao ver Zoe com a bebê no colo.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, numa favela marcada pelo som distante de motos e pelo burburinho constante, Isabela se mantinha escondida.
— Minha mãe que se vire… e a Sabrina e meu pai que se ferram sozinhos. — murmurou, com um sorriso frio nos lábios. — Ninguém vai me achar aqui. Está tudo certo pra hoje. Vou sair do país e ter a vida que mereço. Mas juro… vou acabar com todos. Principalmente aquela Celina… e suas duas monstrinhas.
De repente, um estrondo ecoou, fazendo a porta improvisada tremer. Isabela se sobressaltou, o coração acelerando, antes mesmo que pudesse reagir. O dono do morro entrou, ladeado por cinco homens armados, com o olhar afiado como uma lâmina.
— Então tu achou que podia se esconder na minha favela sem eu saber, é? — a voz dele era grave, carregada de desprezo. — Tá pensando que aqui é hotel pra bandida foragida? Chega trazendo alvoroço pro meu morro, botando polícia na cola… Aqui não, minha filha. Aqui quem manda sou eu, e quem pisa aqui sem pedir, paga caro.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...