Isabela manteve o queixo erguido, mesmo cercada pelos homens armados. O ar no pequeno cômodo estava pesado, saturado pelo cheiro de cigarro e de perigo.
— Eu não devo satisfação pra você. — rebateu, cuspindo as palavras como veneno.
O dono do morro avançou alguns passos. Os olhos semicerrados a examinavam como quem avalia um problema que precisa ser eliminado.
— Vou repeti pa tu entender: tu achou que podia se esconder na minha favela sem eu saber? — a voz saiu grave, carregada de desdém. — Achou que ia trazer alvoroço pro meu morro, botar polícia rondando e depois sair de boa?
— Saiam do meu quarto agora. Eu aluguei essa casa. — retrucou, a voz cortante. — Bando de pobretão fedido.
Ele deu dois passos à frente, reduzindo a distância entre eles, o olhar cravado no dela.
— Olha só… uma cachorra vira-lata raivosa.
Isabela soltou uma risada curta, carregada de ironia.
— Melhor ser uma vira-lata que morde… do que um “cachorrão” que se acha dono do pedaço, mas no fundo vive de joelhos pros verdadeiros chefes.
— O que tem de gostosa, tem de marrenta… — disse ele, colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, o olhar cravado no dela. A mão subiu devagar, roçando de leve na pele, até parar no rosto, onde fez um carinho lento com a ponta do dedo. O toque desceu pelo pescoço, pelo colo, até alcançar os seios. Ele apertou, um sorriso torto surgindo. — Pequenos e duros… do jeitinho que eu gosto.
O silêncio que se seguiu foi cortante. Em um gesto rápido, ela ergueu a mão e estalou um tapa no rosto dele. O som seco ecoou pelas paredes, e os capangas se entreolharam, tensos.
O homem levou a mão lentamente à face atingida, e um sorriso torto e perigoso se formou.
— Tu é marrenta… — murmurou, num tom que fez o estômago dela revirar. — E aqui, quem é marrento aprende do jeito mais amargo qual é o preço de me enfrentar.
Ele fez um sinal com a cabeça. Dois homens se aproximaram, fechando qualquer saída. O quarto pareceu encolher. O cheiro de suor e pólvora impregnava o ar, e o silêncio dos demais era mais ensurdecedor que um tiro.
O olhar do líder não deixava dúvidas: o que viria a seguir seria tão brutal quanto humilhante.
Isabela manteve o queixo erguido, mesmo sentindo a adrenalina correr pelas veias. O coração disparava, mas ela não deixaria transparecer.
— Vai ficar olhando pra minha cara até quando? — ela disparou, com um sorriso debochado, tentando desestabilizar o homem à sua frente. — Ou vai mandar teus cachorrinhos fazerem o serviço sujo?
O dono do morro soltou uma risada baixa, quase um ronronar de ameaça.
— Não, princesa… com tu, eu mesmo resolvo. — Ele inclinou a cabeça, observando-a de cima a baixo, como quem avalia uma mercadoria rara. — Quero ver até onde vai essa marra quando eu te botar no teu devido lugar.
Os capangas já estavam perto o suficiente para que ela sentisse o cheiro forte de suor e pólvora. Um deles girava o fuzil na mão, num gesto lento e calculado, enquanto o outro mantinha o olhar fixo nela, como um predador aguardando o comando final.
Isabela respirou fundo, o corpo em alerta. Cada músculo tenso, pronto para reagir. Ela sabia que, se quisesse sobreviver, teria que escolher o momento certo para agir. E, pelo brilho frio que dançava nos olhos do líder, esse momento estava prestes a chegar.
Ele deu mais um passo, invadindo completamente o espaço dela, e sussurrou com a voz carregada de ameaça:
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...