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O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 399

Isabela manteve o queixo erguido, mesmo cercada pelos homens armados. O ar no pequeno cômodo estava pesado, saturado pelo cheiro de cigarro e de perigo.

— Eu não devo satisfação pra você. — rebateu, cuspindo as palavras como veneno.

O dono do morro avançou alguns passos. Os olhos semicerrados a examinavam como quem avalia um problema que precisa ser eliminado.

— Vou repeti pa tu entender: tu achou que podia se esconder na minha favela sem eu saber? — a voz saiu grave, carregada de desdém. — Achou que ia trazer alvoroço pro meu morro, botar polícia rondando e depois sair de boa?

— Saiam do meu quarto agora. Eu aluguei essa casa. — retrucou, a voz cortante. — Bando de pobretão fedido.

Ele deu dois passos à frente, reduzindo a distância entre eles, o olhar cravado no dela.

— Olha só… uma cachorra vira-lata raivosa.

Isabela soltou uma risada curta, carregada de ironia.

— Melhor ser uma vira-lata que morde… do que um “cachorrão” que se acha dono do pedaço, mas no fundo vive de joelhos pros verdadeiros chefes.

— O que tem de gostosa, tem de marrenta… — disse ele, colocando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, o olhar cravado no dela. A mão subiu devagar, roçando de leve na pele, até parar no rosto, onde fez um carinho lento com a ponta do dedo. O toque desceu pelo pescoço, pelo colo, até alcançar os seios. Ele apertou, um sorriso torto surgindo. — Pequenos e duros… do jeitinho que eu gosto.

O silêncio que se seguiu foi cortante. Em um gesto rápido, ela ergueu a mão e estalou um tapa no rosto dele. O som seco ecoou pelas paredes, e os capangas se entreolharam, tensos.

O homem levou a mão lentamente à face atingida, e um sorriso torto e perigoso se formou.

— Tu é marrenta… — murmurou, num tom que fez o estômago dela revirar. — E aqui, quem é marrento aprende do jeito mais amargo qual é o preço de me enfrentar.

Ele fez um sinal com a cabeça. Dois homens se aproximaram, fechando qualquer saída. O quarto pareceu encolher. O cheiro de suor e pólvora impregnava o ar, e o silêncio dos demais era mais ensurdecedor que um tiro.

O olhar do líder não deixava dúvidas: o que viria a seguir seria tão brutal quanto humilhante.

Isabela manteve o queixo erguido, mesmo sentindo a adrenalina correr pelas veias. O coração disparava, mas ela não deixaria transparecer.

— Vai ficar olhando pra minha cara até quando? — ela disparou, com um sorriso debochado, tentando desestabilizar o homem à sua frente. — Ou vai mandar teus cachorrinhos fazerem o serviço sujo?

O dono do morro soltou uma risada baixa, quase um ronronar de ameaça.

— Não, princesa… com tu, eu mesmo resolvo. — Ele inclinou a cabeça, observando-a de cima a baixo, como quem avalia uma mercadoria rara. — Quero ver até onde vai essa marra quando eu te botar no teu devido lugar.

Os capangas já estavam perto o suficiente para que ela sentisse o cheiro forte de suor e pólvora. Um deles girava o fuzil na mão, num gesto lento e calculado, enquanto o outro mantinha o olhar fixo nela, como um predador aguardando o comando final.

Isabela respirou fundo, o corpo em alerta. Cada músculo tenso, pronto para reagir. Ela sabia que, se quisesse sobreviver, teria que escolher o momento certo para agir. E, pelo brilho frio que dançava nos olhos do líder, esse momento estava prestes a chegar.

Ele deu mais um passo, invadindo completamente o espaço dela, e sussurrou com a voz carregada de ameaça:

399 - SEGURA FIRME 1

399 - SEGURA FIRME 2

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