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O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 402

Ela respirou fundo, a voz fraca quase num sussurro:

— Me mata seu asqueroso…

Ele riu baixo, um riso sem alegria.

— Te matar? Não, granfina… Já te falei que te matar seria livramento. E livramento tu não merece.

Se inclinou, ficando perto do ouvido dela.

— Tu vai pagar cada segundo. Vai pagar por cada lágrima que fez alguém chorar. E vai pagar acordada.

Isabela mordeu o lábio, tentando não desabar.

— Mas hoje… — ele endireitou o corpo — Hoje tu vai tomar um banho. Não é por pena, não. É porque nem carcaça podre merece ficar fedorenta aqui dentro.

Ele fez um sinal com a mão para um dos homens que esperava na porta.

— Traz a água. E tira essa corda, mas fica esperto que essa aí já mostrou os dentes antes

Depois de um tempo ele falou:

— Hoje tu vai ter tratamento vip granfina — ele disse segurando o queixo dela e depois gritou. — Trás a tesoura que a nossa hóspede que corta cabelo.

Depois de um tempo ele falou:

— Bota ela de quatro na cama, mas num tapa a boca dela não, que ouvir ela gritando me faz perder o controle. Tô virado no capeta.

Vários estalos ecoaram no silêncio, arrancando dela gritos a cada um.

As investidas eram intensas e tão rápidas que o deixava sem fôlego.

Depois de horas naquele quarto, o dono do morro tragou o cigarro devagar, soltando a fumaça pelo canto da boca. Os seis homens em volta esperavam a ordem. O olhar dele estava cravado na vítima, caída no chão, mas a voz saiu calma, quase arrastada:

— Cansei de figurinha repetida… — fez uma pausa, o canto da boca se curvando num sorriso frio. — Quero corre novo.

Ele inclinou o corpo, apontando com o queixo:

— Ela é toda de vocês. — o tom ganhou peso. — Vai sem dó… é pra gastar tudo.

Deu um passo à frente, a sombra dele cobrindo o corpo dela. — Mas não mata. — fez questão de olhar nos olhos dos comparsas, como quem crava a regra.

Um dos homens assentiu, mas ele completou, firme:

— Não esquece dos três dentes… — tragou de novo, soltando a fumaça devagar. — Se esquecer, o acerto muda de figura.

Virou-se para sair, mas parou na porta, lançando o último recado sem sequer olhar para trás:

— Depois larga o corpo na porta do batalhão… que o resto do sofrimento dela vai ser no xilindró.

O silêncio que ficou depois era mais ameaçador que qualquer grito.

A tarde estava cinza, abafada, como se a cidade inteira pressentisse que algo ruim estava para ser dito. No hospital, Arthur estava na sala da presidência, ao lado do pai. Ambos conversavam em tom baixo quando o toque de chamada de vídeo ecoou no celular sobre a mesa. No visor, o nome do advogado piscava.

— É o Dr. Álvaro. — murmurou Otto, olhando para o filho.

Arthur assentiu e atendeu, acionando o viva-voz. A tela se dividiu, revelando o rosto sério do advogado. Na outra janela, Thor aparece, de terno, no escritório da empresa, mas com a expressão fechada.

— Bom dia, senhores. — a voz do advogado veio grave, sem rodeios. — Recebi uma informação que preciso repassar imediatamente.

Arthur ajeitou-se na cadeira, sentindo o peso daquela introdução.

— Fala, doutor.

— A justiça vai ser feita, de um jeito ou de outro.

A chamada encerrou, mas o peso da notícia ficou pairando entre eles, mais sufocante que o ar daquela manhã.

A noite tinha caído sobre São Paulo, e o vento frio arranhava as janelas da cobertura. Thor entrou devagar, o passo mais pesado que o habitual. Celina estava na sala, sentada no sofá, com um livro aberto no colo, mas percebeu imediatamente que havia algo errado. O olhar dele não tinha o brilho costumeiro; vinha carregado, distante.

— Thor… o que foi? — perguntou, fechando o livro e se levantando.

Ele tirou o paletó, mas não respondeu de imediato. Caminhou até a janela, olhando a cidade iluminada, como se buscasse forças para começar.

— Recebi uma ligação do Álvaro hoje de manhã… — começou, a voz mais grave que o normal. — É sobre a Isabela.

Celina franziu o cenho, um frio, percorrendo-lhe a espinha. — O que aconteceu?

Thor se virou, o semblante sério, e escolheu cada palavra com cuidado.

— Ela foi encontrada hoje cedo, deixada na porta de um batalhão, no Rio. Está em estado crítico no Hospital Getúlio Vargas.

Celina ficou imóvel, tentando processar.

— Crítico… como assim?

Ele respirou fundo, aproximando-se.

— Ficamos sabendo que ela estava escondida num morro. Houve confusão lá… e o dono do morro a manteve em cativeiro por uma semana. — Fez uma pausa, o olhar pesado. — Durante esse tempo, foi violentada por ele… e, no último dia, por mais seis homens.

O choque estampou-se no rosto dela, e a mão de Celina instintivamente cobriu a boca.

— Não é só isso… — continuou Thor, a voz quase num murmúrio. — Está com queimaduras de cigarro, parte do cabelo cortada, o corpo marcado por agressões… e perdeu três dentes. Se sobreviver… vai vir para a prisão, aqui em São Paulo.

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