Ela respirou fundo, a voz fraca quase num sussurro:
— Me mata seu asqueroso…
Ele riu baixo, um riso sem alegria.
— Te matar? Não, granfina… Já te falei que te matar seria livramento. E livramento tu não merece.
Se inclinou, ficando perto do ouvido dela.
— Tu vai pagar cada segundo. Vai pagar por cada lágrima que fez alguém chorar. E vai pagar acordada.
Isabela mordeu o lábio, tentando não desabar.
— Mas hoje… — ele endireitou o corpo — Hoje tu vai tomar um banho. Não é por pena, não. É porque nem carcaça podre merece ficar fedorenta aqui dentro.
Ele fez um sinal com a mão para um dos homens que esperava na porta.
— Traz a água. E tira essa corda, mas fica esperto que essa aí já mostrou os dentes antes
Depois de um tempo ele falou:
— Hoje tu vai ter tratamento vip granfina — ele disse segurando o queixo dela e depois gritou. — Trás a tesoura que a nossa hóspede que corta cabelo.
Depois de um tempo ele falou:
— Bota ela de quatro na cama, mas num tapa a boca dela não, que ouvir ela gritando me faz perder o controle. Tô virado no capeta.
Vários estalos ecoaram no silêncio, arrancando dela gritos a cada um.
As investidas eram intensas e tão rápidas que o deixava sem fôlego.
Depois de horas naquele quarto, o dono do morro tragou o cigarro devagar, soltando a fumaça pelo canto da boca. Os seis homens em volta esperavam a ordem. O olhar dele estava cravado na vítima, caída no chão, mas a voz saiu calma, quase arrastada:
— Cansei de figurinha repetida… — fez uma pausa, o canto da boca se curvando num sorriso frio. — Quero corre novo.
Ele inclinou o corpo, apontando com o queixo:
— Ela é toda de vocês. — o tom ganhou peso. — Vai sem dó… é pra gastar tudo.
Deu um passo à frente, a sombra dele cobrindo o corpo dela. — Mas não mata. — fez questão de olhar nos olhos dos comparsas, como quem crava a regra.
Um dos homens assentiu, mas ele completou, firme:
— Não esquece dos três dentes… — tragou de novo, soltando a fumaça devagar. — Se esquecer, o acerto muda de figura.
Virou-se para sair, mas parou na porta, lançando o último recado sem sequer olhar para trás:
— Depois larga o corpo na porta do batalhão… que o resto do sofrimento dela vai ser no xilindró.
O silêncio que ficou depois era mais ameaçador que qualquer grito.
A tarde estava cinza, abafada, como se a cidade inteira pressentisse que algo ruim estava para ser dito. No hospital, Arthur estava na sala da presidência, ao lado do pai. Ambos conversavam em tom baixo quando o toque de chamada de vídeo ecoou no celular sobre a mesa. No visor, o nome do advogado piscava.
— É o Dr. Álvaro. — murmurou Otto, olhando para o filho.
Arthur assentiu e atendeu, acionando o viva-voz. A tela se dividiu, revelando o rosto sério do advogado. Na outra janela, Thor aparece, de terno, no escritório da empresa, mas com a expressão fechada.
— Bom dia, senhores. — a voz do advogado veio grave, sem rodeios. — Recebi uma informação que preciso repassar imediatamente.
Arthur ajeitou-se na cadeira, sentindo o peso daquela introdução.
— Fala, doutor.
— A justiça vai ser feita, de um jeito ou de outro.
A chamada encerrou, mas o peso da notícia ficou pairando entre eles, mais sufocante que o ar daquela manhã.
A noite tinha caído sobre São Paulo, e o vento frio arranhava as janelas da cobertura. Thor entrou devagar, o passo mais pesado que o habitual. Celina estava na sala, sentada no sofá, com um livro aberto no colo, mas percebeu imediatamente que havia algo errado. O olhar dele não tinha o brilho costumeiro; vinha carregado, distante.
— Thor… o que foi? — perguntou, fechando o livro e se levantando.
Ele tirou o paletó, mas não respondeu de imediato. Caminhou até a janela, olhando a cidade iluminada, como se buscasse forças para começar.
— Recebi uma ligação do Álvaro hoje de manhã… — começou, a voz mais grave que o normal. — É sobre a Isabela.
Celina franziu o cenho, um frio, percorrendo-lhe a espinha. — O que aconteceu?
Thor se virou, o semblante sério, e escolheu cada palavra com cuidado.
— Ela foi encontrada hoje cedo, deixada na porta de um batalhão, no Rio. Está em estado crítico no Hospital Getúlio Vargas.
Celina ficou imóvel, tentando processar.
— Crítico… como assim?
Ele respirou fundo, aproximando-se.
— Ficamos sabendo que ela estava escondida num morro. Houve confusão lá… e o dono do morro a manteve em cativeiro por uma semana. — Fez uma pausa, o olhar pesado. — Durante esse tempo, foi violentada por ele… e, no último dia, por mais seis homens.
O choque estampou-se no rosto dela, e a mão de Celina instintivamente cobriu a boca.
— Não é só isso… — continuou Thor, a voz quase num murmúrio. — Está com queimaduras de cigarro, parte do cabelo cortada, o corpo marcado por agressões… e perdeu três dentes. Se sobreviver… vai vir para a prisão, aqui em São Paulo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...