O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 405

O céu de Nova York estava de um azul quase irreal naquele domingo. As copas das árvores no Central Park balançavam preguiçosas ao vento, deixando raios de sol escaparem e pintar de dourado a grama macia. Era um daqueles dias que convidam a família a desacelerar, esquecer o relógio e apenas aproveitar o momento.

Celina ajeitava a manta xadrez que havia estendido sobre o gramado, organizando cuidadosamente os itens do piquenique. A cesta de vime estava aberta ao lado, revelando frutas cortadas, sucos, pequenos sanduíches e alguns biscoitos caseiros que ela mesma havia feito na noite anterior. À sua frente, Thor estava sentado de pernas cruzadas, completamente focado em ensinar Safira e Antonella a empilhar blocos coloridos.

As meninas, agora com sete meses, estavam no auge da fase de descobertas. Antonella, sempre expansiva, batia as mãozinhas contra a torre de blocos e soltava gargalhadas quando tudo desmoronava. Já Safira, mais calma, pegava um bloquinho e o levava diretamente à boca, coçando a gengiva com determinação.

Celina os observava com um sorriso terno, sentindo o peito aquecer diante daquela cena que parecia saída de um sonho.

— Amor… — chamou, atraindo a atenção de Thor.

Ele ergueu o rosto, o sol iluminando aquele olhar que sempre a desarmava.

— Oi vida? — respondeu, sem deixar de segurar um dos blocos que Antonella ameaçava derrubar outra vez.

Celina segurou uma pequena caixa de madeira, simples, mas com um ar especial. Estendeu-a na direção dele.

— Brinca com elas com esse brinquedo novo — disse, com um tom carregado de algo que ele não conseguiu identificar.

Thor arqueou a sobrancelha, curioso. Pegou a caixa e a abriu devagar, como se quisesse prolongar o mistério. Mas, assim que a tampa se ergueu, ele parou. Dentro, havia um teste de gravidez, um sapatinho branco minúsculo e uma foto de ultrassom enrolada com uma delicada fita branca. Por cima de tudo, um bilhete:

"Ei papai... você já é o nosso herói. Mas agora vai precisar de super poderes extras, porque mais um bebê está a caminho para multiplicar o caos, a alegria e os abraços apertados."

O silêncio caiu entre eles. Thor ficou imóvel, apenas olhando para o conteúdo, como se o cérebro estivesse processando cada detalhe. O coração dele acelerou. Finalmente, levantou os olhos para Celina e a encarou por alguns segundos que pareceram uma eternidade.

Ela, por sua vez, estava em pura expectativa. Cada fibra do seu corpo esperava por uma reação — qualquer reação.

Um sorriso lento começou a se formar no rosto dele.

— Um mês certo? — perguntou, a voz grave e suave ao mesmo tempo.

Celina assentiu, mordendo o lábio para conter as emoções.

Ele se levantou num movimento firme e estendeu a mão para ajudá-la a fazer o mesmo. A babá, percebendo o momento, se aproximou discretamente das meninas, garantindo que elas ficassem seguras e entretidas.

Thor conduziu Celina alguns passos para longe, até que a distância fosse suficiente para que pudessem estar só os dois naquele instante, ainda que estivessem no meio do parque. Parou diante dela, acariciou-lhe o rosto com delicadeza. Celina fechou os olhos, sentindo o calor daquela mão grande e protetora.

Ele beijou sua testa devagar, segurando-a depois com as duas mãos, como se quisesse gravar o momento na memória. Celina sentiu as lágrimas escorrerem antes mesmo de se dar conta.

— Você está bravo comigo? — perguntou, com a voz embargada.

Thor sorriu, os polegares acariciando as bochechas molhadas dela.

— Por que eu estaria?

— Porque… você não queria outro filho. — respondeu, baixinho.

Ele balançou a cabeça.

— Não é isso, meu amor. Eu só não queria te ver sofrendo no parto mais uma vez.

Celina inspirou fundo, buscando firmeza.

— Dessa vez é diferente, vida.

Ele a olhou de um jeito que misturava amor e preocupação.

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