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O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 406

À noite, na mansão dos Ferraz, o choro de Clarisse ecoava pelo quarto, fino e aflito, cortando o coração de quem ouvia. Arthur estava na cadeira de rodas, segurando a filha no colo, balançando-a de um lado para o outro. Ela estava enjoada, sentindo cólicas, e, recusava qualquer tentativa de consolo. Não queria o colo da babá, nem o dele — só queria Zoe.

Ele mantinha a voz baixa, tentando transmitir segurança, mesmo com a ansiedade apertando o peito.

— Não fica assim, filha… papai está aqui. Mamãe já vem, amor… já vem.

Arthur já tinha tentado de tudo: mudança de posição, massagem na barriguinha, até cantarolar baixinho, mas nada funcionava.

No banheiro do quarto, Zoe terminou o banho às pressas. Ao ouvir os choros ainda mais altos da filha, seu coração disparou. Saiu enrolada apenas na toalha, com o cabelo pingando, e atravessou o espaço até a cama.

— Me dá ela lindo. — pediu, já abrindo os braços.

Arthur a entregou, o olhar tenso.

— Marquei consulta com uma pediatra excelente, mas ela só atende à tarde… — soltou o ar num suspiro pesado. — Amor, já fizemos de tudo… já usei tudo que sabia.

A babá, que estava perto, falou com delicadeza:

— Senhora, acho que essa fórmula não está fazendo bem pra ela.

Zoe olhou para a mulher e assentiu, ajustando Clarisse no colo.

— Eu também acho. Vamos ter que trocar essa fórmula.

A bebê continuava chorando, o corpinho inquieto. A babá deu um passo à frente.

— Senhora, deixa eu pegar ela pra senhora conseguir colocar uma roupa.

Mas Zoe balançou a cabeça, decidida.

— Só depois que eu conseguir acalmá-la.

Começou a niná-la, falando baixinho e com carinho:

— Shhh… calma, meu amor… a mamãe está aqui. Eu sei que dói, mas já vai passar, minha princesa.

O choro não cedia. Zoe ergueu os olhos para a babá.

— Por favor, providencia umas compressas morninhas. Vou colocar na barriguinha dela, igual minha mãe me ensinou.

— Sim, senhora. — respondeu a babá, saindo rapidamente.

Arthur, na cadeira de rodas, observava cada movimento dela.

— Amor… me dá ela, coloca sua roupa e depois deita na cama. Vamos colocá-la naquela posição que te ensinei.

— Vou fazer isso agora, depois eu penso em colocar roupa. — respondeu Zoe, ajeitando Clarisse.

Ela foi até a cama e sentou.

— O bom do barrigão é que ela fica encaixadinha na minha barriga — disse, com um meio sorriso. Olhou para a própria barriga e falou com carinho: — Está ouvindo, Miguel? Você aí no forninho já está ajudando sua irmãzinha.

Encostou-se nos travesseiros e posicionou Clarisse conforme Arthur havia ensinado. A bebê, sentindo o calor e o cheiro da mãe, se aninhou… e, instintivamente, começou a buscar o seio. Antes que Zoe pudesse reagir, ela começou a mamar.

Zoe arregalou os olhos, surpresa.

— Arthur… ela… ela está mamando!

Ele se aproximou mais, o olhar cheio de ternura.

— Ótimo… um freguês no balcão e outro no estoque interno. Isso é o que eu chamo de promoção.

No apartamento de Gabriel, ele segurava o celular como se fosse uma ponte entre mundos — o dele, ao lado de Ava, e o da família que ficara distante. Sentou-se no sofá, e Ava se aproximou, apoiando a mão sobre a coxa dele, cúmplice, como se dissesse “vamos juntos”.

Quando a chamada de vídeo conectou, o sorriso dele se abriu de forma instintiva.

— Benção, mãe. Tudo bem? — a voz saiu carregada de afeto, quase um abraço através da tela.

— Deus te abençoe, meu filho — respondeu Luzia, com aquele tom que sempre aquecia o coração dele, não importava a distância.

Ava inclinou-se para aparecer na câmera, os olhos brilhando.

— Oi, sogra. Como a senhora está?

— Estou bem, minha flor — devolveu Luzia, e Ava sentiu a mesma acolhida calorosa de sempre.

Gabriel ajeitou-se no sofá, os olhos ganhando um brilho maroto.

— Mãe, cadê a vó?

— Está deitada no quarto, filho.

Ele sorriu como quem já preparava o próximo passo.

— Então leva o celular lá, mãe. Temos uma notícia pra vocês.

— Gabriel, não me mata de curiosidade — disse ela, já rindo. — Fala logo.

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