A câmera balançou enquanto a mãe caminhava. O coração dele acelerou levemente — contar boas notícias sempre tinha aquele frio na barriga gostoso. Quando a imagem estabilizou, a avó apareceu na tela, ajeitando-se na cama, a touca e a camisola denunciando que estava pronta para dormir.
— Benção, vó.
— Deus te abençoe, meu filho — disse Adelaide, abrindo um sorriso que o transportou para memórias de infância.
Gabriel não resistiu à piada:
— Vó, a senhora está um arraso com essa camisola e essa touca na cabeça… deu até vontade de dar um beijo nessa boca.
Luzia deu uma risada repreensiva.
— Gabriel! Para com isso.
Adelaide revirou os olhos, mas sem perder a ternura.
— Cria vergonha nessa cara, menino. Essa geração de hoje está cada dia mais esquisita… duvido que, no meu tempo, eu pudesse falar assim com meus pais. Havia mais respeito.
Gabriel e Ava se entreolharam e caíram na gargalhada. Ele logo suavizou o tom.
— Vó, estou brincando. Te amo, viu?
— Eu também te amo, meu neto — respondeu ela, o olhar iluminado.
Foi então que Gabriel respirou fundo, ajeitou-se na cadeira e, com um sorriso orgulhoso, soltou:
— Agora vocês estão falando com o mais novo CEO de uma empresa de tecnologia.
Luzia arregalou os olhos.
— O quê?
— Isso mesmo, mãe. Eu e Ava abrimos nossa própria empresa. — Gabriel respondeu todo feliz.
Ele olhou para a avó com carinho travesso.
— Vozinha… daqui a pouco a senhora vai desfilar na Times Square.
A emoção de Luzia atravessou a tela.
— Meu filho… eu não acredito que vocês conseguiram.
— Sim, mãe. Conseguimos — disse Gabriel, apertando de leve a mão de Ava, sentindo o calor dela como combustível para aquele momento.
Ava entrou na conversa quebrando qualquer formalidade:
— Ele quer filhos, sogra… então temos que correr. São dez anos de diferença entre eu e ele.
Luzia soltou uma risada.
— Para com isso, Ava. Vocês moram num país de primeiro mundo, com alta tecnologia… — ela voltou a falar com o filho. — E a música Gabriel, parou mesmo?
Gabriel aproveitou a deixa para mudar o tom, olhando para Ava com aquele olhar que sempre derretia as barreiras dela.
— A música, mãe… parei de tocar e cantar para todo mundo. Agora vou ser músico exclusivo para essa linda aqui, para os nossos filhos quando nascerem… e para as filhas da Celina, que já comecei a musicalização. Prometi para ela que ia ensinar as meninas desde bebê.
Do outro lado da tela, Luzia enxugou discretamente um canto dos olhos.
— Filho… mamãe deseja tudo de bom para você. Eu sei que teu sucesso é garantido, porque você é o melhor filho que Deus poderia me dar.
As palavras atravessaram Gabriel como um abraço apertado. Ele sentiu o peito inchar, não de vaidade, mas de gratidão.
— Sr. Ferraz, preparem tudo e encham a piscina. Estamos a caminho.
— Então já enche essa piscina, porque esse menino não vai esperar o fotógrafo.
Maria, já experiente em acalmar a filha, aproximou-se e passou a mão nos cabelos dela.
— Calma, meu amor, vai dar tudo certo.
— Calma? Mãe, eu estou sentindo as primeiras contrações! — Zoe respirou fundo, depois olhou para Arthur. — Arthur, corre para mandar encher essa piscina, pelo amor de Deus!
Otto e Eloísa entraram no quarto com Clarisse nos braços. Arthur, ainda nervoso, dava as ordens para organizava tudo conforme a equipe havia instruído. Em poucos minutos, a piscina inflável estava montada e a água começava a encher.
Depois de um tempo, Zoe já estava com contrações mais fortes e não perdeu a chance de reclamar no seu jeito bem-humorado.
— Eu nunca mais vou ter outro filho, Arthur! Nunca mais! Isso é uma dor que nem meu pior inimigo merece! — Ela segurava com força a mão dele, quase esmagando. — Se você me aparecer com aquela história de ontem de “vamos tentar mais um”, eu te lembro desse dia!
Arthur, apesar da tensão, soltou um sorriso contido.
— Linda, concentra…
— Concentrar? Eu vou morder sua mão no próximo puxo, pra ver se você sente junto comigo!
Maria riu baixinho, balançando a cabeça.
— Essa menina não perde a graça nem na hora do parto.
A equipe chegou e rapidamente assumiu o comando, guiando Zoe para a piscina. As contrações vinham ritmadas, intensas, e ela, mesmo entre caretas e respirações profundas, arrumava tempo para mais um comentário.
— Vocês têm certeza que isso é humanizado? Porque está parecendo desumano com essa dor toda!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...