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O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 410

A enfermeira a incentivava com paciência.

— Celina, você pode agachar, pode ficar sentada na bola, pode dar uma quicadinha. Existem muitas coisas que ajudam o Ravi a descer.

Thor, nervoso, tentou brincar para aliviar a própria tensão.

— Amor, quica nessa bola… isso você sabe fazer muito bem.

Celina arregalou os olhos, incrédula, mesmo no meio de uma contração.

— Thor! A minha mãe está aqui! Eu vou te matar! — e gemeu, segurando a barriga. — Ai, ai, ai… outra contração!

Emma levou a mão à boca, tentando conter o riso, mas não resistiu, e logo todos na sala caíram na gargalhada — até a enfermeira. O bom humor de Celina e Thor deixava o momento intenso, mas cheio de vida.

O tempo avançava. Entre lágrimas e sorrisos, Celina se entregava ao processo, enquanto Emma, Thor e a equipe lhe davam todo o suporte. Ela bebia água, tomava goles de suco, fazia os exercícios recomendados.

A enfermeira voltou a avaliá-la e anunciou:

— Celina, você está com quase oito de dilatação. Agora o cavalinho vai te ajudar bastante.

E lá estava Celina, corajosa, firme, tentando cada método. O relógio avançava, a madrugada se arrastava.

Às três da manhã, exausta, ela deixou escapar um soluço emocionado.

— Ai, meu Deus… dói demais, amor… já está acabando? Ravi, por favor… mamãe está pedindo, vem logo para o meu colo.

Emma se aproximou, acariciando seus cabelos com ternura.

— Calma, filha… você está indo muito bem. Ele já está quase aqui.

Thor beijava sua mão repetidas vezes, os olhos marejados.

— Você é a mulher mais forte que eu conheço. Eu estou aqui, amor, cada segundo com você.

Quando era quase cinco da manhã, a sala inteira entrou em movimento.

— Vamos lá, Celina! — incentivou a enfermeira. — Força, ele está vindo… força!

Celina fechou os olhos, reuniu suas últimas energias e gritou:

— THOOOOOOOR!

Ele a todo tempo segurando a mão dela, desesperado e emocionado.

— Eu estou aqui, amor! Vai, você consegue!

E então, como se o mundo parasse por um instante, ouviu-se o choro forte de um bebê ecoando no quarto. Ravi nascera às cinco horas, junto com os primeiros raios de sol da manhã.

— Meu amorzinho… mamãe te ama filho. — disse chorando. — Você é lindo filho.

— Você chegou junto com o sol, e trouxe com você a nossa nova vida. — disse Thor chorando.

— Aqui nos Estados Unidos é diferente. Enviar convite é uma forma de respeito, de protocolo.

Ele franziu mais ainda a testa, em tom de brincadeira.

— Mas você nem enviou para seu pai…

— Gabriel, ele está viajando. E mesmo se estivesse por aqui, provavelmente não viria. Meu pai é muito focado no trabalho. E minha mãe... bom, você conhece o suficiente pra saber que ela jamais aceitaria. Então pra quê gastar papel?

Gabriel ficou em silêncio por um instante, absorvendo. Então olhou para ela e segurou sua mão com delicadeza.

— Eu só achei… que talvez você quisesse isso de um jeito mais tradicional. Não sei. Um vestido. Alguém te esperando no altar. Uma música de fundo.

Ela entrelaçou os dedos aos dele, olhando para frente.

— Eu nunca sonhei com casamento. Nunca desejei um altar, uma marcha nupcial, nem convidados emocionados. Mas agora que mudei de ideia, quero apenas uma coisa: você. Só você.

Gabriel sorriu, aquele sorriso de quem entende, aceita e ama tudo nela.

— Então vai ser só a gente. Como você quer, minha advogada geladinha.

Chegaram ao cartório exatamente no horário agendado. Um prédio discreto, paredes claras, um ambiente que cheirava a formalidade e páginas carimbadas. Ava adorava aquilo. Documentos assinados. Compromissos concretos. Gabriel, por sua vez, só tinha olhos para ela.

— Gabriel Vicente? Ava Richardson? — chamou a funcionária, abrindo a porta de uma pequena sala reservada.

— Presentes. — disse Gabriel, com um sorriso travesso.

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