Dentro, o juiz de paz já os aguardava. A mesa simples estava organizada com a licença de casamento aberta, carimbos ao lado e a formalidade que preenchia aquele ambiente de paredes claras. Era uma cerimônia administrativa, sem enfeites, sem exageros. Apenas olhares, assinaturas e o peso de um compromisso que, para eles, já existia muito antes do papel.
— Bom dia. — disse o juiz, cordial. — Vocês trouxeram alianças? Desejam incluí-las na cerimônia?
Gabriel ajeitou a postura, como se aquele momento, por mais sóbrio que fosse, fosse grandioso demais para ser tratado com pressa. Tirou do bolso interno do paletó uma pequena caixinha de veludo azul e respondeu com um sorriso leve, mas firme:
— Sim, senhor. Estão aqui.
— Excelente. Então vamos prosseguir. — disse o juiz.
Ele respirou fundo e, com tom solene, perguntou:
— Ava Richardson, você aceita Gabriel Vicente como seu legítimo esposo, para amá-lo, respeitá-lo e caminhar ao lado dele em todos os dias de sua vida?
Ava olhou para Gabriel, os olhos marejados mas firmes.
— Sim. Aceito. — disse com uma serenidade que soava como certeza absoluta.
O juiz voltou-se para Gabriel:
— E você, Gabriel Vicente, aceita Ava Richardson como sua legítima esposa, para amá-la, respeitá-la e caminhar ao lado dela em todos os dias de sua vida?
Gabriel sorriu, deixando escapar a emoção que lhe queimava o peito.
— Sim. Aceito.
O juiz esboçou um sorriso discreto.
— Desejam fazer votos pessoais?
Ava hesitou. Sua respiração ficou mais pesada, mas não fugiu. Olhou para Gabriel, e só de ver a calma no olhar dele, sentiu coragem.
— Não preparei discurso. — começou, com a voz suave, mas firme. — Mas posso dizer isso: Gabriel, eu nunca pensei em casamento. Nunca sonhei com vestidos brancos, festas ou multidões. Mas você… você me fez mudar de ideia. Hoje eu sei que não preciso de nada além disso: eu, você e a certeza de que quero continuar caminhando ao seu lado. Eu te escolho todos os dias. E hoje só estou oficializando aquilo que meu coração já havia decidido há três anos. Continuo sendo racional. Mas por você, aprendi a me permitir sentir.
As palavras ficaram suspensas no ar. Gabriel sorriu, emocionado, os olhos marejados.
— Eu também não preparei nada. — disse com a voz rouca, a emoção denunciando a verdade atrás da leveza. — Mas a verdade é que nós somos um encontro de almas. Eu me apaixonei pela sua inteligência antes mesmo de perceber o quanto você era linda. E por mais que eu brinque, provoque, seduza… no fundo, o que mais quero é continuar te fazendo sorrir, te fazer dormir em paz. Prometo te amar com paciência, respeitar seus silêncios e nunca deixar que esqueça que não está sozinha. Agora nem nunca. Somos diferentes em tudo, mas é justamente essa diferença que nos completa. Você é a minha escolha, hoje e sempre.
O juiz então fez um gesto para as alianças. Gabriel abriu a caixinha, pegou a argola dourada e, segurando a mão dela com firmeza, murmurou quase em sussurro:
— Com esta aliança, eu prometo nunca soltar sua mão.
Ava respirou fundo, e com calma deslizou o anel no dedo dele.
— Com esta aliança, prometo que, mesmo sendo racional, vou me permitir viver cada emoção ao seu lado.
O juiz de paz carimbou os documentos, passou-os para que assinassem e, depois de recolher tudo, declarou com voz serena:
— Parabéns. Agora vocês estão oficialmente casados.
O mundo pareceu se aquietar. Ava olhou para Gabriel com um sorriso pequeno, discreto, mas genuíno.
— Vamos, Gabriel?
Ele sorriu largo, os olhos brilhando.
— Claro que sim, Sra. Vicente.
Ava soltou uma risadinha nervosa.
— Tenho que me acostumar com isso. — disse, ainda um pouco surpresa com o próprio nome mudado.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...