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O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 417

As lágrimas caíram de novo, e Sabrina murmurou:

— Muito obrigada. De verdade. E pode ficar tranquila, Zoe. Eu não vou entrar na justiça para pedir guarda compartilhada. Sei que ela tem a vida dela aí, a rotina dela com vocês. Você é mais mãe dela do que eu. E como você disse, ela e Miguel são inseparáveis.

Zoe sorriu com cumplicidade.

— E com o Arthur também. Você acredita que ele precisou viajar para o Brasil a trabalho e disse que ficaria um mês. Com uma semana voltou correndo porque Clarisse ficou com febre por conta da saudade, não comia direito, vivia chorosa… mesmo falando com ele por vídeo.

Sabrina sorriu baixinho, enxugando as lágrimas.

— Fico feliz em ouvir isso.

Zoe balançou a cabeça, sorrindo também.

— O Arthur é insuportável com a Clarisse, você não tem noção. Lembra que um dia eu disse que ele ia amar tanto essa menina que chegaria a ser sufocante? Pois é. Cumpriu.

Sabrina sorriu com ternura.

— Nunca vou esquecer daquela nossa conversa.

— Pois então… — Zoe suspirou, mexendo no celular para ajustar a câmera. — Ele ama tanto os filhos que às vezes eu preciso pedir para não sufocar. O Arthur me surpreende a cada dia. Mas te cortei, desculpa.

— Está me fazendo bem ouvir isso, Zoe. — Sabrina passou a mão pelos olhos marejados. — Só quero que fique claro: não quero brigas, nem desentendimentos. Só quero falar com ela, saber dela. E, quando vocês vierem ao Brasil, poder vê-la pessoalmente. Eu sei que dificilmente conseguirei entrar nos Estados Unidos novamente, então a minha chance é essa.

Zoe assentiu, compreensiva.

— Fica tranquila. Vou conversar com Arthur. Mas agora… vamos ver nossa filha?

O coração de Sabrina disparou.

— Sim, por favor.

Zoe se levantou, caminhando pelo corredor até a porta do quarto. Bateu suavemente.

— Princesa, você já está pronta? Mamãe pode entrar?

— Pode, mamãe! — respondeu uma vozinha animada.

Zoe abriu a porta. A babá ajeitava a cama.

— Senhora, ela já está pronta. Vou descer para preparar o lanche.

— Obrigada. — Zoe sorriu, depois olhou para a filha. — Olha só, a princesa mais linda do mundo!

Clarisse ajeitou a tiara e sorriu.

— Mamãe, a senhora sempre fala isso!

— Porque é verdade! — Zoe brincou, ajeitando a saia do vestido da menina. — Agora tem alguém muito especial querendo falar com você, filha.

— É a mamãe? — os olhinhos brilharam.

— Isso mesmo. — Zoe entregou o celular.

Clarisse pegou o aparelho e, ao ver Sabrina, ficou em silêncio por alguns segundos, como se precisasse confirmar.

— Minha mamãe… — disse baixinho.

Sabrina chorou.

— Isso mesmo, meu amor. Eu sou sua mamãe. Você é tão grande… tão linda.

— Eu tenho uma foto da senhora aqui! — Clarisse mostrou a mesinha com uma moldura. — Aqui é a senhora, e aqui o papai, a mamãe o Miguel e eu.

Sabrina levou a mão à boca, emocionada.

— Filha…

— Mamãe, a senhora vai voltar para a missão de novo? — perguntou com inocência.

Sabrina sorriu com lágrimas.

— Não, filha. Mamãe não vai mais.

— A mamãe disse que a senhora cuidava de pessoas.

Todos caíram na risada. Sabrina chorava do outro lado da tela, mas dessa vez eram lágrimas de alegria.

Depois que Clarisse terminou a chamada, entregou o celular para a mãe e desceu correndo as escadas para ficar com Arthur. Zoe observou a filha se afastar, o sorriso ainda iluminando seu rostinho, antes de voltar a atenção para a tela. Do outro lado, Sabrina permanecia em silêncio por alguns segundos, como se tentasse controlar a emoção que ameaçava transbordar.

A voz saiu embargada, mas cheia de gratidão:

— Mais uma vez… muito obrigada, Zoe. Eu fiquei… encantada com a forma como ela interagiu comigo. É mais do que eu ousava sonhar.

Zoe respirou fundo, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha, a expressão serena. Seus olhos, porém, brilhavam com a intensidade de quem falava não apenas como mãe, mas como mulher que aprendeu a enxergar a verdade da vida com maturidade.

— Ela sempre soube de você, Sabrina. — disse com firmeza, mas em tom doce. — Sempre soube que você a amava, que conversava com ela no ventre todos os dias… e que a sua ausência não era por escolha, mas por missão.

Do outro lado, Sabrina levou a mão à boca, tentando conter o soluço.

— Missão… — repetiu, como se aquela palavra fosse um bálsamo, algo que a ajudasse a dar sentido a todo o sofrimento.

Zoe continuou, a voz agora mais baixa, como se quisesse entregar a Sabrina uma promessa silenciosa:

— Quando ela tiver maturidade suficiente, vai saber a verdade. Mas da forma correta. Fica tranquila… Clarisse nunca vai te odiar.

As lágrimas finalmente venceram a resistência de Sabrina, que fechou os olhos e deixou que corressem livres.

— Você não faz ideia do alívio que essas palavras me trazem…

Zoe assentiu, mesmo sabendo que Sabrina não podia sentir o gesto através da tela.

— Não foi fácil para o Arthur aceitar tudo isso. — confessou, com honestidade. — Tivemos longas conversas. Mas, no fim, o foco sempre foi o mesmo: o bem-estar da Clarisse. É isso que sempre nos guiou.

Sabrina levou a mão ao coração, como se tentasse segurar dentro do peito a esperança que Zoe lhe devolvia.

— Obrigada, Zoe… obrigada por não apagar meu nome da vida dela…

Zoe sorriu com ternura.

— O amor verdadeiro não se apaga, Sabrina. Ele só se transforma.

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