A estrada se estendia diante de Felipe e Isabela como um corte infinito no asfalto. O céu começava a ganhar tons alaranjados, o sol mergulhando no horizonte, e a sensação de que algo maior se aproximava pairava no ar. Dentro do carro, Isabela olhava pela janela, tentando decifrar o destino daquela viagem silenciosa. O vento batia no vidro, o rádio estava desligado e o único som era o do motor constante.
Ela franziu a testa, a inquietação crescendo.
— Felipe, pra onde estamos indo? — perguntou, a voz baixa, mas carregada de curiosidade e uma ponta de receio.
Ele não desviou os olhos da estrada. Apenas apertou o volante com firmeza e respondeu com serenidade:
— Só confia em mim, amor.
Aquela frase, dita de maneira tão convicta, a fez silenciar por alguns minutos. Mesmo assim, o coração dela acelerava. Conhecia Felipe o suficiente para saber que ele não falava aquilo por acaso. Se pedia confiança, era porque o que estava por vir não seria fácil.
O tempo passou arrastado. Mais de uma hora depois, o carro finalmente reduziu a velocidade e entrou por uma estrada de terra. O balanço do veículo fez Isabela se segurar no banco. Seus olhos se arregalaram quando avistou, à frente, a silhueta de um galpão abandonado, cercado pelo mato alto e pelo silêncio incômodo da região.
— O que estamos fazendo aqui, amor? — perguntou, a voz embargada pelo nervosismo.
Felipe desligou o motor, tirou o cinto de segurança, respirou fundo e virou o rosto para ela. Seus olhos a estudaram por alguns segundos, como se buscassem a força que ele precisava encontrar. Então, segurou as mãos dela, trouxe-as até os lábios e depositou um beijo demorado, como se quisesse passar segurança por meio daquele gesto.
— Meu amor, eu preciso que você me escute com atenção — disse ele, encarando-a nos olhos.
O coração de Isabela disparou.
— Você está me assustando, Felipe. Minha mãe... ela está enterrada aqui, é isso? Amor fala logo, eu aguento...
Ele balançou a cabeça devagar.
— Não, amor. Sua mãe, infelizmente, ainda não encontramos. — O olhar dele escureceu, mas logo voltou a brilhar de firmeza. — Mas encontramos os monstros que fizeram você sofrer. Todos eles.
Isabela arregalou os olhos, sentindo o corpo tremer.
— O quê...? — a voz falhou. — Você disse o quê...?
Felipe acariciou o rosto dela, e com a calma de quem já havia preparado cada detalhe, confirmou:
— É isso mesmo que você ouviu, amor. Desde o dia em que peguei seu caso, movi céu e terra para encontrá-los. Tive ajuda de um amigo... e conseguimos.
As palavras entraram fundo em Isabela, como bálsamo e tormenta ao mesmo tempo. Parte dela queria acreditar na força que ele via, mas outra parte ainda se sentia quebrada, fragmentada, incapaz de merecer tanto.
Felipe se inclinou mais perto, e a intensidade dos olhos dele fez o coração dela acelerar ainda mais.
— Agora é a vez deles pagarem pelo que fizeram com você. Eu te disse que nunca mais vou permitir que alguém te machuque e saia impune. Nenhum abuso ficará sem resposta.
As lágrimas caíram sem que ela pudesse conter. Uma mistura de gratidão e medo a sufocava. Era como se Felipe fosse a muralha entre ela e todos os fantasmas, mas também como se aquela muralha estivesse prestes a enfrentar uma guerra da qual ela não sabia se sairia viva emocionalmente.
Ele apertou suas mãos contra o próprio peito, como se quisesse fundir o coração dos dois em um só.
— Você agora tem um marido, Isabela. — a voz saiu firme, mas embargada de emoção. — Tem um homem que vai cuidar de você até o seu último dia de vida.
Ela prendeu a respiração, sentindo o calor da pele dele aquecer seus dedos frios.
— E se, por acaso, eu for antes de você... — a voz dele vacilou por um instante, mas voltou com ainda mais convicção — pode ter certeza que vou deixar alguém encarregado de cuidar da sua segurança. Nem a morte vai me impedir de te proteger.
Isabela arregalou os olhos, o peito explodindo em um choro contido. Parte dela queria gritar que não precisava de mais ninguém, que só precisava dele, vivo, ao lado dela. Mas a intensidade daquela promessa atravessou suas barreiras.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR
depois que começou a cobrar ficou ruim seguir com a leitura...
Desde quando esse site cobra? Já li inúmeros livros e é a primeira vez que vejo cobrar....
Pq não abre os capítulos? Mesmo pagando?...
Eu comprei os capítulos, mas eles não abrem. Continuam bloqueados, mesmo depois de pago...
Comprei os capítulos, mas não consigo ler. Só abrem depois de 23:00 horas. Não entendi...