O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 45

Thor deitou-se novamente, puxando Celina com delicadeza até que a cabeça dela repousasse sobre o peito nu dele. Ela se aconchegou sem resistência, como se aquele lugar fosse o mais seguro do mundo. Ele envolveu os braços ao redor dela e, num gesto carinhoso e quase instintivo, beijou o topo da cabeça dela, inalando o cheiro suave dos cabelos ainda perfumados.

Seus pensamentos, porém, estavam um verdadeiro turbilhão.

“Como ela conseguiu mexer tanto comigo?”, ele se perguntava, enquanto acariciava os fios sedosos com a ponta dos dedos. “Tão pouco tempo… e parece que minha vida antes dela foi um borrão.”

Do outro lado, no silêncio confortável do abraço, Celina lutava contra as inseguranças que insistiam em sussurrar. Por mais que tentasse se acalmar, sua mente não parava. “Será que ele vai mesmo cumprir tudo o que disse? Vai assumir um relacionamento comigo de verdade? E quando souber dos bebês? Vai me olhar diferente? Me julgar? Me odiar?”

Ela pensava também no divórcio que ainda precisava sair, nos papéis que aguardavam a assinatura de Césare e dela, e no quanto tudo isso pesava em seu coração. Tudo estava acontecendo tão rápido, e ainda assim, estar nos braços de Thor fazia tudo parecer certo — mesmo quando parecia impossível.

Thor sentia o corpo dela relaxar aos poucos. As mãos dele continuavam acariciando os cabelos dela em ritmo lento, quase hipnótico. E então ele percebeu: Celina havia adormecido.

Ele ficou ali por mais alguns minutos, observando o rosto sereno dela, agora livre das preocupações que tanto a consumiam quando acordada. Com cuidado, sem fazer barulho, inclinou-se e depositou mais um beijo na cabeça dela, fechando os olhos por um instante enquanto sentia o perfume delicado dos fios dela. Era doce. Familiar. Quente.

Ele pensou em acordá-la para que fossem tomar banho juntos, mas hesitou. Ela parecia tão cansada, tão entregue… e, no fundo, ele queria cuidar dela. De verdade.

Com movimentos leves, se soltou dos braços dela e se levantou, completamente nu. Caminhou até o banheiro, fechando a porta com o máximo de cuidado.

Debaixo do chuveiro, com a água quente escorrendo por seu corpo e caindo direto sobre sua cabeça abaixada, Thor ficou ali, imóvel. A água lavava a pele, mas não acalmava a mente.

Seu olhar fixo no chão do box, os pensamentos vagando sem direção.

“Nem com Karina foi assim… nunca senti isso antes. Uma mulher em tão pouco tempo virou minha vida do avesso. E eu nem sei se tô preparado pra tudo que vem aí.”

Ele pensou em Isabela. Ela estaria no Brasil, esperando por ele. A possível gravidez, as consequências, as mentiras ditas e escondidas.

“Como isso vai afetar tudo? Como eu vou lidar com isso sem machucar a Celina? Sem mentir pra ela?” — pensava, sentindo um nó no peito.

Depois do banho, ainda enrolado na toalha, ele saiu do banheiro e foi até a poltrona de frente para a cama. Sentou-se ali, os cotovelos apoiados nos joelhos, o olhar fixo nela.

Celina dormia profundamente, o corpo levemente enrolado nos lençóis, os lábios entreabertos e o rosto tranquilo.

Thor ficou hipnotizado.

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