O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 53

Celina chorava, as mãos trêmulas sobre o ventre.

— Eu tô cansada, Tati. Tô tão cansada. Eu só queria paz, sabe?

Tatiana tentou manter a voz serena, acolhedora.

— Você tem duas opções, Cê… segue com ele, com paciência, ou segue sozinha. Como você queria no início. Não existe certo ou errado. Existe o que você precisa agora. E o que seus bebês precisam.

Celina fungou.

— É que eu… eu gosto dele, Tati. Você, mais do que ninguém, sabe o quanto lutei contra este sentimento. Mas tá tudo tão confuso.

— Eu sei, amiga. Eu entendo. Eu e o Roberto também tivemos um começo difícil. Muito. Você lembra… e olha a gente hoje. Estamos bem. Felizes. Tentando engravidar há meses, e mesmo sem conseguir ainda, a gente tá firme. Tem amor. Tem respeito. Se você acredita que vale a pena tentar com o Thor… então tenta. Mas se for pra sofrer, pra viver insegura, se escolhe. Se protege.

Celina assentiu, mesmo que Tatiana não pudesse ver.

Na parte de baixo da suíte, Thor estava em outro mundo. Depois que Celina subiu, ele decidiu tentar fazer algo por ela. Pediu ao serviço de quarto um jantar completo. A mesa posta na sala de jantar ficou perfeita. Havia duas velas para deixar o clima mais romântico.

Depois, foi ao banheiro e encheu a jacuzzi com água morna, sais e espuma perfumada. Precisava mostrar para Celina que ela merecia tudo aquilo. Que ele ainda podia aprender a cuidar dela como ela merecia.

Quase uma hora depois, subiu. Encontrou Celina ainda sentada na poltrona da varanda, o celular no colo, os olhos vermelhos.

Ela estava mais calma agora. Exausta, mas serena.

Thor se aproximou devagar. Parou atrás da poltrona, inclinou-se e deu um beijo suave em seu pescoço. Ela estremeceu com o toque.

Ele sussurrou, com delicadeza:

— Vem comigo.

Ela virou o rosto levemente, o olhar ainda carregado de dúvida e vulnerabilidade.

Ele estendeu a mão, sem dizer mais nada.

Ela o encarou por alguns segundos, como se avaliasse se era seguro confiar. Pensou em tudo o que haviam vivido até ali. Em cada lágrima. Cada silêncio. Cada pequena esperança.

E então, lentamente, colocou sua mão na dele.

Deixou que ele a conduzisse.

Thor levou Celina até o andar de baixo, sem dizer uma palavra. Ela sentia o calor da mão dele na sua, firme, protetora, mas sem pressão. Quando passaram pela sala de jantar, ela viu a mesa posta, o ambiente suavemente iluminado pelas velas e o aroma de comida fresca no ar. Mas Thor não parou ali. Seguiu com ela até o banheiro da suíte master.

— Eu vou esperar. O tempo que for. Eu só preciso que você não me afaste. Por mais difícil que eu seja. Que não desista da gente.

Ela assentiu devagar. E foi ela quem quebrou o espaço entre os dois com um beijo suave, hesitante, mas carregado de sentimentos. Thor respondeu com paixão contida, puxando-a mais para si.

O beijo foi se aprofundando, ganhando ritmo, intensidade. As mãos dele exploravam sua cintura, suas costas, o pescoço. Cada toque era uma confissão. Cada suspiro, uma promessa.

A água envolvia os corpos, mas o calor que os dois sentiam vinha de dentro. Celina passou os braços pelo pescoço dele, puxando-o para mais perto, e os beijos se tornaram mais urgentes. A barreira entre eles, antes tão sólida, começou a se desfazer sob o desejo contido, agora liberto.

Thor murmurava coisas ao pé do ouvido dela, entre um beijo e outro:

— Você é tudo o que eu quero… tudo o que eu preciso…

— Eu amo você, Celina…

Ela chorava, mas agora eram lágrimas diferentes. Eram lágrimas de entrega, de alívio, de amor.

Ali, naquela jacuzzi iluminada, envoltos por espuma, calor e emoção, eles se entregaram um ao outro com intensidade, com verdade. Foi um momento de reconexão profunda, mais do que corpos: duas almas machucadas tentando se reencontrar.

E, naquela noite, se encontraram.