O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 59

A manhã passou com Thor mergulhado em papéis e assinaturas, enquanto Celina organizava os documentos com uma eficiência quase fria. Por dentro, ainda processava o que sentira ao ver Verônica.

Eles saíram da empresa um pouco depois do horário de almoço e pararam em um restaurante próximo ao hotel. O almoço foi tranquilo, mas Celina manteve-se calada, introspectiva.

No caminho de volta, Thor percebeu o silêncio.

— Amor, está tudo bem?

— Está sim — respondeu ela com um sorriso leve, olhando pela janela.

Ele pegou uma de suas mãos e a beijou, tentando trazer de volta o calor de antes.

Quando chegaram ao hotel, ele encostou o carro em frente à entrada.

— Pode subir. Eu preciso resolver umas coisas rápidas, e já volto — disse, inclinando-se para lhe dar um beijo.

Celina saiu do carro, observando-o se afastar. Algo dentro dela estava despertando. E não era mais apenas tristeza.

Era desconfiança.

Celina entrou na suíte do hotel, sentindo o peso do mundo em seus ombros. Ela largou a bolsa sobre o aparador e caminhou lentamente até a poltrona da sala. Assim que se sentou, a insegurança veio como uma avalanche, esmagando suas tentativas frágeis de se manter forte.

A visita inesperada de Verônica havia mexido com suas emoções.

Por mais que Thor tivesse agido naturalmente, algo dentro de Celina se remexia em desconfiança.

Um homem como ele... lindo, bem-sucedido, mulherengo... — pensou, sentindo o peito apertar. Não iria mudar tão rápido assim... e por causa dela?

As lembranças da noite que passaram juntos no hotel voltaram à sua mente como lâminas afiadas.

— Eu fui a outra aquela noite... continuo sendo agora.

Thor tinha uma noiva oficial no Brasil — isso era um fato — e agora, naquela viagem, estava assumindo Celina em "segredo".

— E se tudo isso não passar de uma mentira?

— E se ele não cumprir o que prometeu?

— E se, no final das contas, eu acabar sozinha, como sempre?

A cabeça de Celina parecia um redemoinho. Os hormônios da gravidez também não colaboravam, potencializando tudo o que sentia.

Com os olhos já marejados, ela pegou o celular na bolsa e se levantou, indo até o quarto.

Ela tirou as sandálias com um gesto cansado, deitou-se na cama e, sem muita intenção, abriu a galeria de fotos. As imagens enviadas por Thor apareceram na tela: o jantar íntimo que ele havia organizado para eles, o jantar de negócios com os acionistas... Ela usando aquele vestido preto lindo. E nos olhos dele, ao encará-la nas fotos, havia algo que parecia felicidade genuína.

Celina deslizou o dedo sobre a tela, observando cada detalhe, se perguntando se aquilo tudo fora real ou apenas uma doce ilusão.

A dor no peito aumentou e, sem conseguir conter, as lágrimas começaram a cair silenciosamente. Ela chorou até que seus olhos ardessem, até que o corpo cansado cedesse ao sono.

Enquanto isso, Thor entrou na joalheria luxuosa, seus passos firmes, mas a mente um pouco ansiosa. Ele nunca tinha sido de perder tempo com esse tipo de coisa — mas com Celina era diferente. Queria algo que falasse por ele, que dissesse o que às vezes nem ele sabia colocar em palavras. Queria um presente que refletisse o que ela significava para ele.

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