O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 8

Celina estava sentada no chão frio, do lado de fora da casa que um dia foi sua. Seu corpo estava ali, mas sua alma parecia ter sido arrancada. As lágrimas escorriam em silêncio, molhando sua pele pálida.

Seus pertences estavam espalhados pela calçada como se fossem lixo, roupas misturadas com documentos, sapatos. O vento da noite passava por ela, mas Celina não sentia frio. Não sentia nada além do vazio dentro de si.

"Não sou nada. Não tenho ninguém."

As palavras de César ecoavam em sua mente, cortando como lâminas afiadas.

"Você era um nada quando se casou comigo. E vai continuar sendo."

Seus dedos tremiam ao apertar a barra da própria blusa. O que vou fazer? Pra onde vou?

Ela não tinha família para acolhê-la. Nenhum porto seguro. Seu mundo, que já estava desmoronando, agora havia ruído por completo.

O barulho de um carro se aproximando tirou-a , por um breve momento, do estado de choque. Os faróis iluminaram sua figura encolhida no chão, e Celina ouviu o motor desligando.

Tatiana saiu do carro com uma expressão confusa ao ver aquela cena. Seus olhos varreram a calçada, parando na amiga caída no chão, cercada por malas e roupas espalhadas.

— Celina?! — Tatiana correu até ela, abaixando-se ao seu lado. — Meu Deus, o que aconteceu?

Celina ergueu o olhar lentamente. Seus olhos estavam vazios, perdidos. Ela tremia, como se sua mente estivesse longe dali.

— C-César… me expulsou.

Sua voz saiu fraca, quase um sussurro.

— Eu… eu não tenho para onde ir.

O peito de Tatiana se apertou. Celina não era apenas sua amiga; era irmã para ela. E vê-la naquele estado fazia a raiva ferver dentro de si.

— Você vem comigo.

Tatiana levantou-se ajudando Celina ficar de pé, segurando-a com firmeza. Ela olhou para o segurança, que assistia tudo sem expressão, e ordenou:

— Pegue todas as coisas dela e coloque no meu carro. Agora.

O homem hesitou por um momento, mas depois começou a recolher os pertences de Celina. Enquanto isso, Tatiana a levou até o carro e acomodou no banco do passageiro.

Celina olhava pela janela, mas não via nada. Seu olhar estava perdido no nada, lágrimas silenciosas continuavam caindo.

Tatiana dirigiu pelas ruas de São Paulo, sentindo um nó na garganta. Celina não falava. Apenas chorava.

Quando chegaram à mansão de Tatiana, ela ajudou Celina sair do carro e guiou até um dos quartos de hóspedes.

— Você vai tomar um banho quente e colocar essa roupa de dormir. — Tatiana disse, entregando-lhe um pijama macio. — Depois conversamos.

Celina assentiu fracamente, mas suas pernas estavam fracas. Ela entrou no banheiro, e assim que fechou a porta, desabou no chão frio.

Uma náusea avassaladora a atingiu, e ela correu para o vaso sanitário, vomitando tudo o que não tinha no estômago. Seu corpo tremia, e sua mente repetia apenas uma coisa:

"O que vou fazer?"

Ela se levantou com dificuldade e entrou no chuveiro. A água quente escorria sobre sua pele, mas não conseguia aquecer seu coração partido.

Celina chorou até sentir os olhos arderem.

Chorou até sua alma doer mais do que o corpo.

Depois de um tempo, saiu do chuveiro, vestiu o pijama e se encolheu na cama.

Tatiana entrou no quarto com uma bandeja e colocou-a sobre a mesa de cabeceira.

— Trouxe uma sopa para você.

Celina fechou os olhos.

— Eu… eu não quero comer…

Tatiana suspirou e sentou-se ao lado dela.

— Você precisa se alimentar, Celina. Sei que está destruída, mas ficar sem comer não vai resolver.

Celina sentiu o aperto no peito aumentar. Com dificuldade, pegou a colher e forçou-se a tomar algumas colheradas.

Tatiana sorriu de leve, ajeitando os cobertores sobre ela.

— Agora durma. Amanhã conversamos.

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