O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 88

Celina o olhou nos olhos, profundamente. As lágrimas caíam sem controle.

Thor soltou seus braços e se afastou.

— Eu tenho culpa. Por não ter resolvido minha vida com Isabela antes de me envolver com você. Errei. Devia ter proibido o livre acesso dela à minha cobertura antes de te levar pra lá. Mas eu queria ficar mais tempo com você. Porque eu não estou brincando de casinha, Celina.

Ele fez uma pausa, respirando fundo.

— Errei por ter transado com Isabela sem preservativo. E agora ela tá grávida. Ela soube muito bem como me prender com isso. Sim, o casamento tá marcado, mas tudo por interesse familiar. Eu não tive escolha... até te conhecer.

Thor deu um passo à frente.

— Estou aqui reconhecendo meus erros pra você. Mas você... você colocou a cabeça pra funcionar? Porque no jantar, eu estava com você. O tempo todo. E por fim, fui pro quarto resolver minha vida, porque você é minha prioridade. E o que você fez?

Celina soluçou.

— Amor... me perdoa. Mas se coloca no meu lugar. Eu fiquei na sala, ouvi a briga de vocês, a sua mãe... ela sabe de nós.

— É claro que ela sabe, Celina. Eu nunca levaria uma funcionária pra minha cobertura. Minha mãe me conhece. Se você estava lá, é porque não era qualquer coisa.

Ele se aproximou novamente, os olhos fixos nela.

— Eu sei exatamente o que eu quero, Celina. E você? Você sabe?

Celina sentiu o corpo estremecer com aquelas palavras. Era como se cada uma delas abrisse mais um corte em seu peito já ferido. Ela tentou manter-se firme, mas as pernas fraquejaram, e os olhos já não conseguiam conter as lágrimas.

— Amor, me perdoa... — ela sussurrou, engolindo o choro, tentando alcançá-lo de novo, mas ele recuou um passo. — Eu sei que errei, eu sei. Eu deveria ter esperado por você, deveria ter acreditado mais em nós. Eu estava machucada, fui tomada por um impulso, por medo de te perder… — a voz dela falhava, mas ela seguiu — por favor, me perdoa, eu te amo, Thor. Eu te amo de verdade.

Ela encostou a testa no peito dele, mas sentiu o corpo rígido, fechado, distante.

Thor fechou os olhos por um instante, como se estivesse se segurando por um fio.

— Você me quer… defendendo outro e me mandando embora. Curioso isso. Que forma de gostar é essa, Celina? — a voz dele saiu baixa, amarga, e ele segurou de novo os braços dela, não com força, mas com firmeza. — Você tem noção do que isso fez comigo?

— Thor… por favor, não me maltrata mais, — ela implorou com a voz embargada — me desculpa...

Mas ele continuou, sem levantar o tom, com a frieza de quem tentava se manter no controle:

— Eu fui atrás de você, Celina. Preocupado. Querendo te pedir perdão, querendo que você me ouvisse. E quando chego na casa da Tatiana, você simplesmente não está. Passei a noite em claro, no escritório, olhando pro celular esperando um sinal seu. Uma mensagem. Um áudio. Qualquer coisa que me dissesse “eu tô bem, eu tô viva”. Mas nada.

Ela abaixou o olhar, envergonhada, encolhida diante do peso das palavras.

Verifique o captcha para ler o conteúdoVerificar