Magnus
O avião pousou suavemente na pista de Missoula, mas meu coração estava tudo, menos calmo. Meu peito ardia de saudade, de desespero, de necessidade. Eu não queria mais perder um segundo sequer. Durante todo o voo, minhas memórias voltavam como um turbilhão. Cada detalhe, cada risada, cada momento com Gabriela. E agora, finalmente, eu me lembrava de tudo.
Ela.
O amor da minha vida.
Eu quis ligar para ela antes, quis avisá-la, mas não. Eu precisava vê-la, precisava sentir sua pele contra a minha, olhar em seus olhos e dizer o que estava preso em meu peito há tempo demais.
Eu queria pegá-la entre minhas mãos e beijá-la até que o ar nos faltasse.
Depois de pegar o carro alugado no aeroporto, segui o endereço que já estava no GPS. O caminho parecia interminável, meu coração martelava forte no peito, e minhas mãos estavam suadas ao redor do volante. Eu nunca estive tão nervoso antes.
Quando finalmente parei em frente à casa dela, inspirei fundo e saí do carro. Passei as mãos pela calça, tentando secar o suor, e atravessei o caminho até a porta.
Meu peito subia e descia rapidamente enquanto estendia a mão e tocava a campainha.
Um minuto depois, a porta se abriu, revelando uma jovem extremamente parecida com Gabriela. Os olhos grandes e expressivos se arregalaram ao me ver, e sua boca se abriu em um perfeito "o" de choque.
"Você deve ser a Monalisa," falei, tentando manter a calma.
Ela piscou algumas vezes antes de soltar um riso curto. "E você só pode ser o Magnus."
Assenti, sentindo um leve alívio ao ver que ela não parecia querer me matar.
Ela cruzou os braços e inclinou a cabeça, avaliando-me. "Minha irmã sabe que você estava vindo?"
"Não." Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios. "Queria fazer uma surpresa."
Monalisa abriu um sorriso radiante, claramente empolgada. "Isso vai ser incrível."
Ela se afastou para me deixar entrar, e eu respirei fundo antes de cruzar a porta.
A casa era acolhedora, com o cheiro suave de café e um toque de baunilha no ar. Era o lar dela.
"Gabriela! Você tem visita!" Monalisa gritou, sua voz carregada de entusiasmo.
Ouvi um barulho vindo do andar de cima, passos se movendo pelo chão de madeira.
De soslaio, vi uma mulher mais velha aparecer pela porta que levava à cozinha. Seu olhar pousou em mim, e eu soube imediatamente que era a mãe de Gabriela.
"Boa tarde, senhora," falei respeitosamente, inclinando a cabeça.
Ela me olhou por um momento antes de dar um pequeno sorriso. "Boa tarde, Magnus. Estávamos esperando por isso há um tempo."
Antes que eu pudesse responder, ouvi a voz dela.
"Monalisa, quem é—"
Então ela apareceu no topo da escada.
E meu coração parou.
Gabriela estava ali, tão linda quanto sempre, mas mais magra, o rosto um pouco mais abatido. Isso me preocupou.
Seus olhos encontraram os meus e, por um instante, a confusão se instalou neles.
"Magnus?" Sua voz saiu hesitante, os pés descendo os degraus devagar.
Eu me virei completamente para ela, incapaz de conter a necessidade de me aproximar.


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