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Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe. romance Capítulo 115

Laura ajeitou os cabelos atrás da orelha, nervosa, enquanto Bianca abria a porta. A amiga a observou com um olhar aflito, surpreso — e logo atrás dela, os olhos se estreitaram ao ver o homem alto, elegante, com a expressão carregada de tensão.

— Laura...? — Bianca franziu a testa, confusa.

— Heitor ... O que ele faz aqui ?

— Depois eu te explico tudo — respondeu Laura, a voz embargada.

— O Joaquim está acordado?

Bianca assentiu, suavizando a expressão.

— Está. Acordou faz pouco tempo. Estava chorando... sentindo sua falta. Eu fiz o que pude pra acalmá-lo.

Laura sentiu o coração apertar. Sentiu Heitor paralisar atrás dela.

Ele não disse nada. Mas o nome do filho, dito em voz alta por outra pessoa

, pareceu atingir seu peito como um soco. Até aquele momento, tudo ainda era abstrato. Um susto. Uma revolta. Uma notícia inesperada. Mas ouvir outra pessoa mencionar o menino com aquele tom carinhoso tornou tudo concreto, visceral.

— Posso... — ele pigarreou, tentando manter a voz firme.

— Posso vê-lo?

Bianca deu espaço.

— Claro. Ele está no quarto de hóspedes.

Laura tocou o braço de Heitor e o puxou suavemente pelo corredor. Ao chegar à porta, respirou fundo e olhou para ele.

— Ele é muito esperto, Heitor. Inteligente. Observador. Mas ainda é um menino de três anos... então, por favor... vá com calma.

Heitor assentiu, mas sua expressão era um campo de batalha. Cada passo parecia mais difícil que o anterior.

A porta estava semiaberta. Do quarto, saía uma luz suave, dourada, que refletia no chão de madeira. Dentro, Joaquim estava sentado na cama, com as perninhas cruzadas, vidrado na televisão. O som dos desenhos animados preenchia o ar com vozes engraçadas e musiquinhas infantis. Ao ouvir o rangido da porta, o menino virou-se.

Assim que viu a mãe, seus olhos brilharam.

— Mamãe! — gritou, com os bracinhos estendidos.

— Você voltou!

Laura correu até ele e se ajoelhou ao lado da cama. O abraçou com força, aspirando o cheirinho de shampoo e cobertor infantil, como quem precisava confirmar que ele estava ali, bem.

— Ai, meu amor... eu senti tanto a sua falta.

— Eu também... — disse ele, com os olhos marejados.

— Chorei um pouquinho, sabia?

— Eu sei, meu filho... mas agora mamãe está aqui. E trouxe alguém muito importante pra conhecer você.

O menino se virou curioso, e só então percebeu o homem parado perto da porta. Seus olhinhos se estreitaram um pouco, intrigados.

Heitor permaneceu onde estava. Estático. Cada centímetro do seu corpo parecia travado entre o medo e a emoção. Os olhos se fixaram naquela criança pequena, de cabelos escuros e olhar intenso... um espelho dele mesmo, só que inocente, puro, intacto.

Laura o chamou com um gesto sutil.

__Eu gosto de ter um papai.Você pode me dar um abraço papai?

A palavra "papai" atravessou o peito de Heitor como uma flecha. E foi ali, naquele instante, que tudo desmoronou dentro dele. Toda certeza de que não queria ser pai. Toda ideia de que paternidade era uma prisão. Todos os medos, traumas e inseguranças herdados do próprio pai. Tudo... desapareceu.

Ele se inclinou e abraçou o filho com força. Com reverência. Com desespero. Como quem segura o que há de mais precioso no mundo.

E ali, com o menino aninhado no peito, Heitor chorou.

Chorou em silêncio. Não de culpa. Nem de remorso. Mas de uma emoção que ele nunca conheceu antes. Amor bruto. Instintivo. Sagrado.

Laura chorava também, observando aquela cena com o coração transbordando. Ela nunca viu aquele homem, o mesmo que um dia dissera. que jamais queria ser pai, tão vulnerável, tão entregue.

— Você é a melhor coisa que já me aconteceu, Joaquim... — sussurrou ele.

— E eu juro... com tudo que eu sou... que vou estar aqui. Sempre. Pra te proteger. Pra brincar. Pra cuidar. Pra ser um ótimo pai para você.

Joaquim encostou o rostinho no pescoço dele.

Heitor apertou os olhos com força. Enterrou o rosto nos cachos do filho.

E ali, naquela troca silenciosa, algo foi selado entre os dois.

Laura levou a mão à boca, tentando conter o soluço. As lágrimas corriam livres por seu rosto. Não de dor, não de medo , mas de uma emoção tão profunda que palavras não seriam capazes de descrever. Era como se o universo, mesmo depois de tudo, tivesse lhe devolvido o que era seu por direito.

Naquele quarto simples, envolto por luz suave e vozes baixas, ela viu o homem que um dia fora duro, cético, solitário... agora completamente desarmado diante de um menino de três anos. Seu filho.

E ali, naquela troca de olhares, naquele abraço, naquela primeira vez entre pai e filho, Laura sentiu que seu medo de que Heitor rejeitasse o filho agora ficou no passado ,porque Heitor se mostrou um homem muito diferente do que pensou.

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