Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe. romance Capítulo 12

A garganta queimava, como se cada palavra arranhasse por dentro.

Heitor apertou os olhos com força, tentando conter o turbilhão que o consumia.

Ele não era fruto de um amor. Era resultado de uma noite suja, regada a drogas, bebida e o corpo alugado de uma prostituta. A esposa daquele homem jamais aceitaria um bastardo sob o mesmo teto. Então ele cresceu sem pai, sem nome, sem história... jogado à própria sorte num orfanato onde aprendeu que ninguém se importa.

Até o dia em que ela morreu.

Foi só então que aquele homem apareceu. O mesmo que lhe deu o sobrenome. Que o tirou da miséria e o levou pra casa. Heitor acreditou que, finalmente, a vida estava lhe dando uma chance. Viu nele um herói. Um pai. Sua tábua de salvação.

E como todo menino carente de afeto, o amou cegamente.

Mas o destino — ou a perversidade — tinha planos cruéis. Porque aquele homem que o abraçou como filho, anos depois, roubou a única coisa que ele amou com a mesma intensidade.

A mulher que fez Heitor acreditar que o amor podia redimir qualquer passado.

— Ele... ele se deixou seduzir por ela... — sussurrou, a voz trêmula de raiva. — Ou talvez tenha seduzido ela. Eu nunca soube ao certo...

Ele se calou, respirando fundo, como se tentasse conter a avalanche de dor.

No fundo, ele sabia. Nenhum dos dois foi inocente. Mas também não foram os verdadeiros culpados.

A vida os jogou num jogo sujo, onde todos saíram perdendo. Ele, o filho ilegítimo. O pai, cego por carência e ego. Ela, dividida entre o afeto e a ambição. Todos vítimas. Todos marcados.

— Eu só queria... — ele murmurou, os olhos perdidos

— só queria que alguém tivesse escolhido ficar por mim. Só uma vez.

O silêncio do escritório era pesado. O passado nunca o deixava em paz.

E agora, havia Laura.

Ele fechou os olhos por um instante, e a imagem dela veio com clareza perturbadora: os olhos desafiadores, a postura erguida, a boca que nunca se calava diante dele, que não recuava nem mesmo quando ele a pressionava ao limite.

Era mais do que uma simples secretária. Muito mais.

Laura havia se tornado uma obsessão. Um vício que ele ainda não havia consumado, mas que corroía sua sanidade um pouco mais a cada dia. O fato dela enfrentá-lo — de ousar lhe desafiar — fazia seu sangue ferver de raiva… e de desejo.

Maldita mulher.

Era como se cada provocação fosse um convite silencioso. Cada discussão, um jogo de poder que ele secretamente adorava perder. Mas ele sabia — sabia com uma clareza quase dolorosa — que, no fim, ela teria que se render. Por escolha. Por vontade.

Noite de luxúria 1

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