Laura permaneceu em silêncio por alguns segundos, de costas para ele. A respiração ainda descompassada, o corpo nu coberto apenas por uma manta leve, a pele ainda quente pelas marcas deixadas pelo toque de Heitor.
Mas então, lentamente, ela começou a se afastar.
Sem dizer uma palavra, abaixou-se e começou a recolher as roupas espalhadas pelo chão do quarto.O vestido,, o salto caído próximo à poltrona. A calcinha rasgada foi ignorada. Seus movimentos eram lentos, porém firmes. Controlados. Como se tentasse reconstruir sua armadura emocional através de cada peça de roupa recolhida.
Heitor a observava ainda nu, encostado na parede, o peito subindo e descendo, o olhar cravado nela. Ainda sentia o gosto dela nos lábios, o perfume misturado ao sexo impregnado em sua pele. Mas o que mais o inquietava era o silêncio dela. O jeito como estava distante mesmo estando a poucos passos.
Ainda em silêncio,Laura virou-se na direção do banheiro, os olhos frios, a expressão cuidadosamente calculada.
E então falou, com a voz seca, cortante, cada palavra como uma navalha afiada:
— Se você acha que o fato de ser gostoso e me dar prazer dessa forma vai me fazer querer me casar com você... está muito enganado.
Heitor franziu o cenho, surpreso com a reação dela.
— Laura...
— Não — ela cortou, erguendo o queixo com aquele brilho de desafio que tanto o enlouquecia.
__Você só confirmou o que já suspeitava. Eu posso ter tudo isso... — ela passou os olhos pelo corpo dele, com desprezo fingido.
— sem precisar me prender a um casamento sem amor.
A malícia cintilava nos olhos dela como uma faca prestes a cortar. O desprezo que fingia era tão sensual quanto sua nudez. Um jogo perigoso entre atração e desafio.
— Isso que acabamos de fazer — ela completou, erguendo uma sobrancelha com ironia,
— Só confirma o que eu disse que o que há entre nós é só tesão e nada mais.
Virou-se com um sorriso provocador nos lábios e seguiu em direção ao banheiro, rebolando de leve, como se cada passo fosse um lembrete de que, mesmo após se render ao corpo dele, quem estava no controle agora era ela.
A porta se fechou com um clique seco.
Heitor permaneceu parado, nu, no meio do quarto, com o corpo ainda suado e o coração batendo rápido — mas não era mais pelo sexo. Era pela ousadia. Pela provocação. Pelo veneno doce que ela havia deixado no ar, como um perfume impossível de ignorar.
Por um instante, ele franziu o cenho, o maxilar travado, o peito inflando... como se fosse reagir da mesma forma de sempre: com controle, com dominação, com raiva disfarçada de orgulho.
Mas então, algo inesperado aconteceu.
Ele sorriu.
Um sorriso verdadeiro. Lento. Largado. Quase orgulhoso. Um sorriso que começava nos lábios e tomava os olhos, como se finalmente tivesse entendido que, por mais que tivesse dominado o corpo de Laura… quem estava realmente dominado era ele.
— Filha da mãe… — murmurou sozinho, ainda com aquele sorriso idiota no rosto.
— Me tem na palma da mão… e sabe disso.
Caminhou até a beirada da cama, sentou-se e passou a mão pelos cabelos úmidos, rindo sozinho, balançando a cabeça com incredulidade.
Sim, ela tinha razão. Podia ter tudo aquilo sem casamento. Podia provocar, se entregar, desafiar e depois sair andando como se fosse ela quem estivesse no comando.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Prazer sem limites: Sob o domínio do meu chefe.