Laura parecia alheia à presença dele. Talvez soubesse que estava sendo observada — e fingia não saber. Ou talvez estivesse, de fato, apenas imersa em pensamentos. Pensamentos que ele desejava conhecer, entender, decifrar… mas que ela mantinha trancados a sete chaves.
Ele cruzou os braços, recostando-se à parede.
Não era só o corpo dela que o deixava assim — insano, faminto, inquieto.
Era o contraste.
A maneira como ela podia ser fogo e neblina ao mesmo tempo. Arder e escapar. Provocar e negar. Aquela mulher havia tomado o controle da própria história com uma força que desarmava qualquer tentativa de dominação. E talvez fosse exatamente isso que o deixava tão… preso nela.
Heitor não estava mais apenas tentando seduzi-la. Queria convencê-la. Ganhar sua confiança. Sua rendição voluntária.
E estava disposto a lutar por isso.
Ele respirou fundo, aproximando-se sem pressa. Os passos firmes, mas suaves, ecoando no chão de mármore até parar a poucos passos dela.
— Você tem noção do quanto me tira do sério vestida assim? — murmurou com um sorriso enviesado, a voz baixa e quente como um sussurro.
Laura virou o rosto, sem se assustar, como se já esperasse por ele. O canto da boca se ergueu num meio sorriso.
— Vai começar de novo com seus joguinhos de sedução ?
—Não são joguinhos ,gostosa ,você sabe que quanto mais eu te tenho ,mais eu te quero.
Ela pegou outra xícara e serviu café para ele, empurrando a caneca em sua direção pela bancada.
— Aqui. Vai apagar esse seu fogo.
__Ao contrário, o café esquenta ,princesa e meu fogo por você nunca se apaga...e tem mais eu vou as forras por me deixar cheio de tesão e fugir de mim.
— Vai me dizer que foi a primeira vez que uma mulher te deixou na vontade?
___Sim ,mas vai ser a primeira mulher que vai aprender a não brincar assim comigo.
__Nossa estou morrendo de medo.-Disse ela debochando dele.
Ele riu de volta , tomando um gole do café. A tensão entre eles era palpável, mas carregada de algo mais leve naquele momento: um jogo de provocações que os fazia sorrir mesmo quando a temperatura subia.
— Agora deixando as provações dela lado ,eu resolvi te dar um tempo pra pensar sobre o casamento — ele começou, apoiando a caneca sobre a bancada.
Ela levantou as sobrancelhas, já pronta para cortar qualquer tentativa.
— E antes que responda ... — ele ergueu as mãos, rendido.
— Só quero te lembrar que eu não desisti .
— E como eu te disse… não me caso por conveniência.
— E não é só isso ,eu tenho uma proposta de trabalho a lhe fazer.
Ela franziu o cenho.
— Trabalho?
— Minha secretária vai sair de licença maternidade. Preciso de alguém de confiança, inteligente, competente e você é isso tudo e mais um pouco ,Laura .É a melhor secretária que já tive.
— Eu agradeço.— ela o interrompeu.
— Mas não, obrigada. Tô pensando em voltar pro Rio, falar com o Eduardo, ver se ele ainda tem minha vaga…
— Nem pensar — ele rebateu com firmeza.
— Você não vai voltar pro Rio. Muito menos com o meu filho.
Laura se afastou um pouco, apoiando-se na bancada, encarando-o.
— Você não manda na minha vida.
— Não. Mas tenho direito de conviver com meu filho. E não quero ele longe de mim,na verdade nem você.
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