Laura retomara seu posto como secretária de Heitor. A rotina havia se restabelecido, o ambiente da empresa era o mesmo de sempre, mas entre eles... algo havia mudado.
Ou melhor, havia esfriado.
E aquilo estava deixando Laura completamente desconcertada.
Heitor era pontual, profissional, educado. Tratava-a com respeito, como se entre eles jamais tivesse existido qualquer coisa. Nenhuma investida. Nenhuma palavra mais quente. Nenhum olhar insinuante.
Era como se tivesse desligado a chave da atração.
E Laura, apesar de dizer a si mesma que aquilo era o certo, sentia-se incomodada. Irritada, inclusive. Chegou a pensar que ele tivesse outra mulher, que estivesse envolvido com alguém que o mantivesse assim... centrado. Mas guardou a desconfiança para si. Fingiu que não ligava.
Mas ligava.
E muito.
Começou a se vestir de forma mais ousada. Saias mais curtas. Blusas mais justas. Decotes discretos, mas mortais. Saltos que marcavam sua silhueta e a faziam caminhar como uma deusa entre as mesas da empresa.
E, ainda assim, nada.
Heitor continuava sendo o mesmo chefe impecável, com seu terno bem cortado, os olhos sérios e distantes, a postura irrepreensível.
Bianca, por sua vez, estava encantada em cuidar de Joaquim. Ela e Fernando tinham decidido morar juntos, mas sem pressa de formalizar nada. Cuidar do menino era, para ela, como um treino para a maternidade.
Estavam tentando engravidar há meses, e Laura torcia para que tudo desse certo para eles.
Joaquim estava feliz. Adaptado. E isso, ao menos, era um alívio para Laura.
Mas o gelo de Heitor...
Era insuportável.
Até que um dia, depois de uma reunião tensa com investidores, Laura entrou na sala dele para entregar alguns documentos. Usava um vestido preto justo, que realçava suas curvas. O tecido colava-se ao corpo como uma segunda pele, os saltos altos tornando suas pernas ainda mais delineadas.
Ela se inclinou um pouco demais ao deixar a pasta sobre a mesa. E viu. Nos olhos dele. Por um segundo, apenas um segundo, o fogo estava lá.
E aquilo foi tudo de que precisava.
Fechou a porta devagar, trancando-a. Deu a volta na mesa com passos lentos, como uma caçadora prestes a dar o bote.
— Podemos conversar, Heitor? — ela perguntou, com a voz suave, mas firme.
Ele ergueu os olhos para ela, desconfiado.
— Claro. Aconteceu algo?
— Aconteceu, sim. — Ela parou ao lado da cadeira dele.
— Você.
— Eu não entendo por que está tão frio comigo, tanto aqui na holding como quando nos encontramos em meu apartamento quando vai visitar Joaquim.
Ele soltou um suspiro longo, afastando a cadeira e ficando de pé. Estavam frente a frente agora. O perfume dela o envolvia, o calor de seu corpo também.
Heitor se manteve calado por um instante. O olhar dele estava cravado nos olhos de Laura, tenso, intenso. O ar entre eles era denso como vapor prestes a explodir.
— Até que demorou pra me cobrar uma explicação — ele disse, com a voz baixa, rouca.
— Mas a razão é simples, Laura.
Ela cruzou os braços, impaciente.
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