— O pai... — ele engoliu seco — ...é um idiota que não merece essa filha.
— Mas tudo bem. — completou ela.
— Ela já tem a mim. E eu já a amo. Como amo os outros dois.
Heitor a encarou.
— Me diz a verdade, Laura. Essa filha é mesmo minha? Eu quero muito acreditar... mas depois do que ouvi o Fernando dizer, eu... é difícil.
— Eu já te disse a verdade tantas vezes. E você preferiu acreditar na mentira. Agora... com licença. Estou com sono.
Ele deu um passo à frente, a voz baixa:
— Eu te quero, Laura. Mesmo com toda essa confusão. Você está... ainda mais linda. Eu não sabia que uma mulher grávida podia ser tão sexy.
Ela ergueu uma sobrancelha, sarcástica:
— Por que não diz logo que quer transar comigo? Tá tão necessitado assim? Pensei que estivesse se divertindo com aquela irmãzinha do seu amigo... a oferecida.
— E você se importa?
— Não, eu não me importo, afinal não há mais nada entre nós , somos casados apenas no papel . — mentiu ela, por orgulho. Porque a simples ideia dele com outra doía.
Heitor deu um passo, os olhos cravados nos dela.
— Então sim. Eu confesso. Transamos. Levei ela num clube de BDSM. E ela adorou.
Laura congelou. Aquilo doeu como uma facada. Mas se manteve firme.
— Bom pra você. E pra ela.
Virou-se, caminhando para o quarto. Mas antes que conseguisse fechar a porta, ele entrou e a trancou atrás de si.
— Vai embora. Vai transar com ela e me deixa em paz.
— Mentira. — ele disse.
— Nós nunca transamos. Ela foi transferida para outra filial em outro estado. E nem sabe ainda.
Laura sentiu um alívio involuntário... mas disfarçou.
— E por que mandou ela embora?
— Porque ela estava sendo inconveniente. Porque ela não era você.
Ele se aproximou. Laura recuou. Ele acariciou seu rosto com ternura.
— Você ainda é minha. Pelo menos aqui. — disse, pousando a mão sobre o ventre dela.
Seu corpo ainda queimava pelo toque dela, pelo cheiro, pelo gosto da pele que ele mal teve tempo de sentir. Mas o que mais doía era o olhar que ela lhe lançara antes de sair — um olhar de mágoa, orgulho e desafio. E a última frase dela o atingira como uma sentença:
"Prove, Heitor. Não com o corpo. Mas com suas atitudes."
Uma dúvida cruel pairava em sua cabeça , ele pensava a todo tempo se estava sendo injusto. Se estava permitindo que o ciúmes, aquele sentimento corrosivo e insano, falasse mais alto do que a razão. Mas como apagar as palavras que ouvira? Como simplesmente esquecer o momento em que escutou Fernando dizer, que se ele errou ,ela também errou ,isso deixava claro que os dois foram para cama e ela não quis saber nem da melhor amiga e muito menos ele.
Mesmo que Laura tivesse negado. Mesmo que ela tivesse jurado — de olhos marejados, de mãos no ventre — que aquela filha era dele. Heitor, não conseguia acreditar.
Mas era fácil jurar, não era? Difícil era confiar depois de ouvir aquilo.
Ele se apoiou na parede e fechou os olhos. A confusão em sua cabeça era tanta que mal conseguia pensar. A dor que sentia era como uma ferida aberta que latejava no peito. Ele queria acreditar. Queria tanto. Mas, e se estivesse sendo feito de idiota? E se aquela criança fosse fruto de uma traição?
Pensou em subir de novo. Bater na porta do quarto. Pedir perdão. Dizer que acreditava nela. Que aquela filha era sim dele, e lhe pedir perdão por ter ficado ausente todo aquele tempo.
Mas, como um veneno que escorre devagar, o ciúme sussurrou outra vez:
"E se ela tiver mentido? E se voce outra vez estiver se deixando levar por sentimentos e deixar que outra mulher o faça de idiota ,colmo Patrícia fez ?
Heitor levantou-se num rompante, andando de um lado para o outro, inquieto. Ele precisava de provas. Palavras não bastavam. O olhar de Laura não bastava. Ele precisava de algo concreto. E odiava admitir isso.
E a única prova concreta que teria seria o exame de DNA,mas também corria o risco de perder Laura para sempre ,porque ele sabia que se ficasse confirmado que a menina era sua filha ,era Laura que não ia querer ele depois de duvidar tanto dela .
Depois de tanto pensar ele foi para seu quarto e tentou adormecer ,mesmo com o turbilhão de dividas que rodavam seu pensamento 3 seu coração.

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