Bianca levantou-se da mesa sem sequer terminar o café. A simples presença de Alice a deixava enjoada, e ela sentia que, se ficasse ali por mais cinco minutos, perderia a compostura. Saiu sem dizer uma palavra e subiu as escadas, determinada a ver sua filha, a pequena Valentina, seu porto seguro naquela mansão cheia de sombras.
Raul observou a movimentação com um olhar cúmplice e malicioso. Levantou-se com calma, deixando a xícara sobre a mesa.
— Vou ver como está o tio. — Anunciou casualmente, lançando um sorriso discreto para a irmã. Mas seus passos silenciosos o levaram escada acima, seguindo Bianca.
Antes que ela alcançasse o quarto da filha, Raul a interceptou no corredor, posicionando-se bem à sua frente. Bianca parou, surpresa. Seus olhos verdes se fixaram nos dele — olhos claros, intensos, que contrastavam com os cabelos castanhos e o porte atlético que ele exibia com naturalidade. Sim, ele era bonito. Sedutor, até. Mas não chegava nem perto de Fernando. Seu marido era o tipo de homem que a fazia perder o fôlego — alto, forte, imponente. Raul, ao lado dele, parecia apenas um almofadinha bem-apessoado.
— Com licença, Raul, preciso passar. Quero ver minha filha. — Disse com firmeza.
— Claro, eu vou sair do caminho. Só queria entender uma coisa... — Ele inclinou levemente a cabeça, com um sorriso de canto.
— Por que não gostou de mim?
— Quem disse que eu não gostei?
— Está nos seus olhos... Você só falou comigo para defender meu primo. E nem tenta disfarçar o incômodo quando eu entro no mesmo cômodo.
— É só impressão sua. Nem te conheço, Raul. Como poderia gostar ou desgostar de você ?
— Isso foi uma indireta? Porque, se quiser me conhecer melhor, é só dizer. Eu adoraria te mostrar quem eu sou de verdade. E posso apostar que você vai gostar. Muito. — murmurou, se aproximando ainda mais, e com ousadia, passou o polegar pelo lábio inferior dela.
Bianca ficou sem reação por um segundo. Aquele gesto atrevido a pegou completamente de surpresa. Mas antes que pudesse responder, a porta do quarto se abriu atrás deles.
— Bianca? Raul? Posso saber o que está acontecendo aqui? — A voz de Fernando soou firme, carregada de uma tensão que ela não estava acostumada a ouvir.
Ela se afastou imediatamente de Raul, corando de nervoso. Ele, por sua vez, forçou um sorriso inocente.
— Absolutamente nada demais, primo. Só estava dizendo à sua esposa que estou ansioso para conhecer a minha priminha Valentina, assim que visitar o tio.
Fernando não respondeu de imediato. Seus olhos fixaram-se nos de Raul por longos segundos, avaliando cada detalhe. Depois, virou-se para Bianca e falou em um tom duro:
— Bianca, venha comigo. Agora.
Ela tentou recusar, mas ele segurou seu braço com firmeza, não lhe dando opção. Foi praticamente arrastada até o quarto deles. Quando a porta se fechou, ela se virou, irritada.
— Me solta, Fernando! O que deu em você pra agir assim?
— O que deu em mim? Eu vi meu primo te tocando e você... você parecia toda derretida por ele!
— Como é? Você só pode estar delirando! Eu fiquei sem ação, Fernando! Ele foi atrevido, me pegou de surpresa, só isso!
— Já te falei que o Raul não é confiável, Bianca! E assim que vocês se conhecem, você fica de conversinha com ele? Está tentando se vingar de mim, é isso?
— Ah, claro! A maioria dos homens como você gostam de trair , mas só em pensar que podem ser traidos também , morem de medo que isso aconteça , não é? O velho machismo que sempre condenou mulheres por muito menos...
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